Casal de idosos se recupera da Covid-19 e tem alta no mesmo dia: ‘Entramos juntos e saímos juntos’
Casados há 47 anos, José e Maria da Glória se tornaram exemplo de união e esperança.
Quando Graziela Satiro descobriu que os pais estavam com a Covid-19 achou que poderia perdê-los para doença, porque além de serem idosos, os dois têm doenças pré-existentes. Mas a fé da filha e a união do casal, que está junto há 47 anos, foram mais fortes do que as estatísticas.
José Souza Rocha, de 68 anos, e Maria da Glória Satiro, de 65 anos, deram entrada no Hospital Municipal Doutor Nelson de Sá Earp (HMNSE), em Petrópolis, no dia 16 de maio e, após uma semana internados, eles tiveram alta no mesmo dia (22/05). “Entramos juntos e saímos juntos”, disse o casal, que agora se recupera em casa.
Foto Arquivo Pessoal Família Satiro
Por estarem em quarentena, quando começaram a sentir os primeiros sintomas, o diagnóstico inicial foi confundido com sinusite e um resfriado. José perdeu o paladar e o olfato e estava com uma febre que não abaixava, mesmo após o uso de antibiótico. Maria da Glória, que é diabética e hipertensa, começou com dores no corpo e, apesar de não ter tido febre alta, teve o quadro agravado quando começou a ter falta de ar.
Já diagnosticados com coronavírus, os aposentados precisaram ficar internados em isolamento, sem poder ver ninguém. Segundo a família, um dos três filhos do casal também pegou a Covid-19, mas Graziela diz que o irmão não estava tendo contato com os pais.
“A doença é terrível, muito triste. Começa a ser triste pelo isolamento em que a gente fica e pelo que a gente passa lá dentro (do hospital). A equipe de médicos e enfermeiros foram muito legais, nos tratou super bem. Mas eles fazem o que podem fazer, porque remédio específico para isso a gente sabe que não existe”, disse José em entrevista à ÉPOCA.
Além de ter que lidar com o medo e a insegurança dos pais internados, Graziela ainda precisou ajudar o irmão, que teve sintomas mais leves. “Não estava dormindo direito, preocupada com os meus pais. E meu irmão mais velho, Fábio Rogério, também pegou coronavírus. Ele mora com a mulher e o filho de 6 anos. Mas ele se isolou e os dois saíram para fazer isolamento na casa da mãe dela. Deixávamos a comida dele na varanda e o chamávamos para que pudesse pegar. E assim também ficávamos sabendo como ele estava”, contou a funcionária pública, de 40 anos.
Foto Arquivo Pessoal Família Satiro
Mesmo internada e dependendo da ventilação mecânica, Maria da Glória queria ter notícias do marido e saber se a febre dele havia abaixado. Por outro lado, José também estava preocupado com a saúde da esposa. Na última quinta-feira (21), a aposentada já conseguia respirar sem aparelhos e ele também apresentou melhoras no seu quadro. No dia seguinte, ao som de aplausos, o casal saiu emocionado, lado a lado, do hospital.
Hoje eles se recuperam em casa, com a ajuda da filha Graziela, que deixou um recado aos petropolitanos: “A doença existe e está entre nós. Não sabemos até quando, porque dependemos da vacina, mas devemos fazer nossa parte. Quando precisar sair, siga as orientações, tomando os cuidados necessários e quando tiver qualquer sintoma relacionado ao coronavírus, procure as unidades específicas de saúde. As pessoas estão muito mal informadas, pois a internet tem muitas informações falsas. Portanto, vamos nos cuidar e, em breve, isso tudo vai passar”.
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