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De três barraquinhas a cinco palcos: confira 10 curiosidades sobre a Bauernfest

História

De três barraquinhas a cinco palcos: confira 10 curiosidades sobre a Bauernfest

Inicialmente era chamada de Festival Germânico, depois Festa do Colono e, por fim, Bauernfest. Independente do nome, é seguro dizer que, desde 1983, quando foi realizada pela primeira vez, a festa coleciona memórias e histórias que a consolidam como muito mais do que um festival de chopp e chapéus enfeitados.

A Sou Petrópolis foi a fundo nas curiosidades que fazem da festa o que ela é hoje e conversou com três das mulheres que representam o coração da Bauernfest: a presidente do Clube 29 de Junho, Emygdia Hoelz; a co-fundadora da categoria master de dança do grupo Bergstadt, Neyse de Aguiar e a primeira dançarina da Bauernfest, Maristela Esch.

1. O porquê da localização

Descrita como um retorno às origens, a Bauernfest une diversão e informação, a começar por sua localização. Afinal, como nos contou a dona Emygdia, era no Palácio de Cristal que os colonos, moradores de diferentes bairros, se reuniam e matavam a saudade uns dos outros aos domingos. Qualquer semelhança com o que vivemos hoje é mera coincidência!

Foto Bruno Ferreira Soares

2. De três barraquinhas a cinco palcos

Tida como a segunda maior festa do gênero no país, quem hoje visita a Bauernfest nem sequer imagina que, ainda de acordo com a dona Emygdia, na primeira edição do evento houve apenas três barraquinhas: uma de doce, uma de salgado e a outra de bebidas. Hoje, são cinco palcos oficiais e, só de comida, 12 barracas.

Foto Edgar Pujol

3. Atrações musicais

Apesar de hoje até grupo de Blumenau marcar presença na Bauernfest, em 1989 – antes da parceria firmada com a Prefeitura, o cenário era outro. Descobrimos que naquele ano dona Emygdia precisou, por conta própria, recolher doações de 10 indústrias petropolitanas para viabilizar a vinda de uma banda que cobrava mil cruzeiros por apresentação.

 Dona Emygdia, a esquerda. Foto – Daniel Camara – ASCOM – PMP

Ainda há dúvidas do quanto dona Emygdia Hoelz, de 85 anos, fez pela festa que, inclusive, surgiu por iniciativa dela? Pois é, no princípio as comemorações do Clube 29 de junho, do qual é presidente há 30 anos, se restringiam a uma visita ao cemitério, solenidades no Obelisco e monumento de Koeller, cerimônias religiosas e um almoço.

4. Os significados das danças

Marca registrada da Bauernfest, as coreografias apresentadas pelos grupos folclóricos são fonte de entretenimento e, acima de tudo, conhecimento. Graças a senhora Neyse descobrimos que os movimentos representam o cotidiano dos colonos e as atividades a que estão relacionados, como os próprios moinhos e teares, por exemplo.

Foto Bruno Ferreira Soares

Um outro fator bem interessante e que vale a pena ser ressaltado são as encenações que acompanham as danças propriamente ditas e que ajudam a contar a história da música, como as próprias simulações de brigas e festas que, como a senhora Neyse mesmo explica, se tornam uma complementação da dança.

5. Os diferentes trajes

Co-fundadora da categoria master (voltada àqueles acima dos 30 anos), do grupo folclórico germânico Bergstadt, o primeiro a ser fundado em Petrópolis, a senhora Neyse nos deu uma aula sobre o que caracteriza os trajes a que temos acesso na Bauernfest: tanto os dos dançarinos (tracht), quanto os usados pelos vendedores de artesanato (dirndl).

Dona Neyse de Aguiar que, em plena Bauernfest, no dia 27 de junho, vai completar 86 anos (Foto: Arquivo pessoal Meyse de Aguiar)

Enquanto o tracht tem relação com regiões, estados ou países específicos e está sujeito ao obedecimento de cores, penteados (o que não inclui guirlandas ou arcos floridos) e comprimentos de saias e calças; o dirndl se caracteriza como um traje mais simples, opcional, composto por saia/blusa/veste e avental.

6. A primeira dançarina da Bauernfest

A faixa fala por conta própria: com 29 anos de experiência, Maristela Esch é a primeira e mais antiga dançarina da Bauernfest. Maristela conta que sua inserção no primeiro núcleo de dança folclórica se deu em 1990: a iniciativa do Clube 29 de Junho foi anunciada no altofalante da Festa do Colono e foi ela a primeira se inscrever na equipe.

Foto: Arquivo pessoal Maristela

Segundo Maristela, foi por influência de sua tia, Marlene, que tiveram início suas idas ao evento. Mal sabia ela que muito mais que pão com pernil e salada de batata, o evento lhe daria um título carregado com orgulho no peito. E se neste ano o Clube 29 de Junho comemora 62 anos, são 12 desde que foi nomeada primeira dançarina da Bauernfest.

Momento de entrega da faixa pelas mãos da dona Emygdia, em 2009 / Foto: Arquivo pessoal Maristela

7. A primeira apresentação ao público

Maristela, que “não abre mão da dança por nada”, relembra a 1ª apresentação do Bergstadt ao público, ocorrida na 42ª edição da Feira de Produtos de Petrópolis e Região Serrana, no Hotel Quitandinha, em 1990. Apaixonada e dedicada à causa, ela explica que naquele ano chegou até a distribuir cartazes para estimular a participação da população no grupo.

Cartaz feito a partir de mimeógrafo e distribuído por Maristela pela cidade. (Foto – Arquivo pessoal Maristela)

8. As madrinhas de traje

Ainda por falar nos simbolismos carregados pelos trajes dos grupos folclóricos, por acaso você já ouviu falar nas madrinhas de traje? Descobrimos, a partir de Maristela, que a madrinha é aquela que, seja financeiramente ou não, colabora com a execução do traje de determinado dançarino – estamos apaixonamos pela cultura cultuada pela festa!

Foto: Arquivo pessoal Maristela

9. O broche de Edelweiss

E mais uma vez nos apaixonamos pelos detalhes que compõem a Bauernfest. Desta vez, pelo broche do grupo folclórico Bauerngruppe, do qual Maristela faz parte atualmente. Ilustrado pela flor Edelweiss, característica dos Alpes, o item simboliza o amor eterno. Afinal, dizem que era a florzinha a responsável por selar o compromisso numa relação.

Foto: Arquivo pessoal Maristela

10. Como se escreve mesmo?

Por fim, para descontrair, não é de hoje que se tem dificuldade em soletrar Bauernfest. Acontece que, em 1990, o próprio material de divulgação da festa saiu sem a letra N no nome. Como Maristela mesma diz, o episódio é importante para nos lembrar do quanto a Bauernfest cresceu e amadureceu ao longo dos anos.

O primeiro núcleo folclórico. Repare que atrás o nome saiu escrito errado. / Foto Arquivo pessoal Maristela

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