Conheça a história por trás do ‘homem que levita’ no Centro Histórico de Petrópolis

Entre a rotina acelerada do Centro Histórico de Petrópolis, um personagem enigmático chama a atenção de quem passa pela Praça Dom Pedro. Vestido como uma estátua prateada, muitas vezes confundida com o icônico Johnnie Walker, Brendon Botelho de Souza, de 27 anos, desafia a física ao parecer “levitar” diante dos olhares curiosos do público. Mas por trás da figura imponente e ao mesmo tempo silenciosa, há uma história de superação, paixão pela arte e dedicação ao ofício que transforma a cidade em seu palco.

Foto: arquivo pessoal Brendon Botelho

A arte como escolha de vida

Antes de se tornar uma referência no cenário da arte de rua petropolitana, Brendon trilhou caminhos diferentes. Trabalhou como balconista e ajudante de pedreiro, mas foi no universo artístico que encontrou sua verdadeira vocação. Há cerca de seis anos, começou a atuar como animador de festas, interpretando personagens. Foi nesse ambiente que conheceu Felipe Vix, também artista petropolitano conhecido como “Anjo do Correio”, um amigo que desempenhou um papel fundamental em sua trajetória.

Felipe foi quem apresentou a ele o mundo das estátuas vivas, emprestando-lhe, em 2019, um traje prateado de cowboy. A experiência despertou em Brendon uma nova paixão, levando-o a se especializar na arte da imobilidade e da ilusão. Durante a pandemia, quando os eventos foram cancelados e sua fonte de renda ficou incerta, e ele encontrou na performance de rua uma forma de sustento e também de resiliência emocional.

“Os desafios foram muitos. A pandemia trouxe depressão para várias pessoas, e comigo não fui diferente. Mas foi a arte que me ajudou a superar esse momento difícil”, conta o artista.

Foto: Arquivo/Sou Petrópolis

O palco ao ar livre e o público fiel

Há quatro anos, a Praça Dom Pedro se tornou o principal ponto de atuação de Brendon. Entre 10h e 16h, ele assume seu papel de estátua viva, fascina o público e coleciona histórias emocionantes. Quando não está na praça, pode ser encontrado na Rua do Imperador, próximo ao Mc Donald’s, ou participando de eventos como a Bauernfest e o Natal Imperial.

A interação com o público é o que mais motiva o artista, que se recorda com carinho de um momento marcante.

“Uma vez, vestido de Homem-Aranha em uma festa infantil, o aniversariante fez questão de me entregar o primeiro pedaço do bolo. A mãe do menino ficou surpresa, mas para mim, aquilo foi um sinal do impacto que a arte pode ter na vida das pessoas”.

Além da estátua viva, Brendon se aventura no universo do cosplay, recriando trajes de personagens de animes e jogos. Para ele, cada personagem tem uma história inspiradora, e transmitir essa essência ao público é parte fundamental do seu trabalho.

Foto: arquivo pessoal Brendon Botelho

Sonhos que cruzam fronteiras

Se depender de Brendon, sua arte não ficará restrita a Petrópolis. O artista sonha em levar sua performance para lugares icônicos ao redor do mundo.

“Quero me apresentar na Times Square, em Nova York, em Tóquio, no Japão, e também no Sul do Brasil. Quero que minha arte seja vista e apreciada em diversos lugares”.

Nas redes sociais, Brendon compartilha seu trabalho e sua jornada. Ele também reforça a importância do reconhecimento e apoio ao artista de rua.

“Se você encontrar um artista de rua, contribua, compartilhe sua história. Isso faz toda a diferença para que todos nós possamos realizar nossos sonhos”.

Com determinação e talento, Brendon segue conquistando seu espaço e espalhando magia pelas ruas de Petrópolis. Sua trajetória prova que a arte não apenas transforma quem a produz, mas também aqueles que têm o privilégio de assisti-la.

Foto: arquivo pessoal Brendon Botelho

Para acompanhar o trabalho Brendon, basta seguir o Instagram @brendon_cosplay .

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