Você sabia que um morador de Petrópolis inspirou um filme indicado nove vezes ao Oscar?
“O Grande Hotel Budapeste” foi baseado nas obras de Stefan Zweig, autor austríaco que viveu seus últimos dias em Petrópolis
Com a vitória da atriz Fernanda Torres no Globo de Ouro e o filme “Ainda Estou Aqui” cotado para o Oscar, o Brasil se destacou internacionalmente nos últimos meses. Mas e se te dissermos que, no Oscar de 2015, não só o Brasil, mas a cidade de Petrópolis se conectou ao filme mais indicado ao prêmio naquele ano?
Foto: Reprodução Internet
Trata-se de “O Grande Hotel Budapeste”, que venceu quatro categorias das nove em que foi indicado. O longa foi inspirado nas obras do autor austríaco Stefan Zweig, que passou os últimos dias de sua vida em Petrópolis. Nos créditos finais do filme, inclusive, aparece “Inspirado na obra de Stefan Zweig (Viena, 1881 – Petrópolis, 1942)”.
O diretor e roteirista da produção, Wes Anderson, disse, durante o Festival de Berlim, que “Muitas das ideias expressadas e/ou exploradas em ‘O Grand Hotel Budapeste’ nós roubamos diretamente da vida e da obra de Zweig”.
Segundo ele, os dois livros que mais inspiraram a produção foram “O mundo que eu vi” e “Cuidado da piedade”. Além deste filme, mais de 60 outros também foram baseados nos títulos de Zweig.
Foto: Reprodução Internet
Sobre o filme
Em 2015, “O Grande Hotel Budapeste” recebeu quatro estatuetas nas categorias de melhor trilha sonora, melhor design de produção, melhor figurino e melhor maquiagem e cabelo.
Na história, o público acompanha o concierge do famoso hotel, que se junta a um jovem companheiro de trabalho em uma trama de investigação de roubos e assassinatos.
Foto: Reprodução Internet
O elenco conta com grandes nomes como Ralph Fiennes, Adrien Brody, Jeff Goldblum, Saoirse Ronan, Bill Murray, Tony Revolori, Léa Seydoux e Tilda Swinton.
Confira o trailer:
Sobre o autor
Considerado o escritor mais traduzido no período entre guerras, Stefan Zweig nasceu em Viena, em 1881. Suas obras viravam best-sellers internacionais, admiradas da América Latina à Inglaterra.
O intelectual, pacifista e judeu foi perseguido durante o nazismo, tendo seus livros queimados em praça pública na Alemanha. Zweig viajava com frequência, dando palestras em todo o mundo e conhecendo algumas das figuras intelectuais mais importantes da história, como Albert Einstein e Sigmund Freud, chegando a discursar no funeral deste último.
Mas foi no Brasil, mas especificamente em Petrópolis, que Zweig e sua esposa, Lotte, encontraram a paz que precisavam. Também foi aqui, porém, que eles resolveram dar um fim a própria vida.
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Casa Stefan Zweig
A casa onde o casal morou e morreu é hoje um centro cultural dedicado à vida e à obra de Stefan Zweig. O espaço fica a cinco minutos do Centro Histórico, na Rua Gonçalves Dias, 34, no Valparaíso, e abriga um tabuleiro gigante de xadrez. Para quem pensa em se desafiar no jogo, as peças são removíveis e rendem boas fotos.
O tabuleiro é uma homenagem viva de Zweig a esse hobby. Para o escritor, o xadrez refletia a essência da vida, onde cada movimento influencia o desfecho final. O monumento é simboliza também a obra “Novela de Xadrez”, escrita durante sua estadia em Petrópolis.
Foto: Bruno Soares
A visita à casa é gratuita e pode ser feita de sexta a domingo, das 11h às 17h. Mais informações podem ser obtidas em @csz.digital.