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8 fatos e curiosidades sobre a cultura negra em Petrópolis

Cultura

8 fatos e curiosidades sobre a cultura negra em Petrópolis

[Dia da Consciência Negra]: comunidade negra teve grande participação na história de principais pontos turísticos da cidade

Nesta quarta-feira, 20 de novembro, é comemorado o feriado do Dia da Consciência Negra, que visa discutir o racismo ainda muito presente na sociedade Brasileira. Nesta data, reunimos uma série de fatos e curiosidades sobre a cultura negra e a participação dessa comunidade na história de Petrópolis, além de dados que reforçam a importância deste dia. Confira!

1. A Igreja do Rosário dos Homens Pretos

Inaugurada em 3 de maio de 1883, a primeira capela da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no centro da cidade, foi construída por ex-escravizados e, por esse motivo, seu nome original é “Igreja do Rosário dos Homens Pretos”.

O templo foi uma busca da comunidade afrodescendente de preservar sua identidade e resistir às opressões da escravidão. Suas celebrações religiosas combinavam elementos do catolicismo com práticas e rituais africanos.

Atualmente, a Igreja do Rosário possui um projeto para contar toda a sua história através de uma galeria virtual, desde a sua idealização do século 19 pelos ex-escravizados que compunham a devoção de Nossa Senhora do Rosário em Petrópolis até os dias atuais.

Saiba mais: Você sabia que a Igreja do Rosário tem o nome original de Igreja do Rosário dos Homens Pretos?

Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC

2. O Barão Negro

Localizado na Praça Visconde de Mauá, o Palácio Amarelo, que hoje abriga a Câmara dos Vereadores, pertenceu ao primeiro e único Barão negro do Brasil, o Guaraciaba. Com o apagamento de sua história, pouco se sabe do Barão que nasceu em Lagoa Dourada, no interior de Minas Gerais, em 1826.

O título foi lhe dado pela princesa Isabel, por “merecimento e dignidade” pela beneficência em favor da Santa Casa de Misericórdia de Valença, Rio de Janeiro, em que foi provedor nos anos 1882 e 1884.

Saiba mais: Você sabia que o Palácio Amarelo de Petrópolis pertenceu ao 1º e único Barão negro da história do Brasil?

Fotos: Divulgação

3. Os graffitis no CIT

Um dos principais pontos turísticos de Petrópolis, a Praça da Liberdade, recebeu, em 2016, uma arte em homenagem a Dandara, Zumbi e Tereza de Benguela, figuras de grande importância para a comunidade negra. O famoso graffiti, autorizado pelo Iphan, foi feito pelo artista petropolitano Doug e é uma homenagem às figuras que lutaram contra a escravidão no Brasil.

Sete anos depois, os painéis, que ficam na fachada do Centro de Informações Turísticas (CIT), foram restaurados e o espaço também recebeu novos graffitis de personalidades importantes do Brasil e de Petrópolis: Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez, Marielle Franco, Milton Gonçalves e a benzedeira Dona Damiana.

Estes últimos foram feitos por um grupo de artistas coordenados pelo grafiteiro Airá, oCrespo, são eles: Foks, Karlin, Kelf, Krast, Lok, Smek e Sunk.

Saiba mais: Artistas restauram e fazem novos graffitis na Praça da Liberdade 

Foto: Divulgação

4. A Praça da Liberdade

E essa intervenção cultural tem um motivo, além de ter sido palco de diversas manifestações abolicionistas, a Praça da Liberdade também sediou a comemoração da libertação de pessoas escravizadas, em 1888. O local também servia de ponto de negociação, onde a liberdade dos escravizados era comprada pelos irmãos já libertos, por isso o nome.

Seu título oficial é Praça Rui Barbosa, desde 1923. Mas por não fazer referências à história local, o nome não caiu nas graças dos petropolitanos, que continuam a chamando de Praça da Liberdade. Muito melhor, não é verdade?

Saiba mais: 6 fatos e curiosidades sobre a Praça da Liberdade, em Petrópolis

Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC

5. O Palácio e a Lei Áurea

Outro importante ponto turístico para a história dos negros em Petrópolis é o Palácio de Cristal. Foi lá que, em 1888, após a libertação dos escravos, a princesa Isabel realizou um baile no local e entregou as cartas de alforria para os últimos escravizados que viviam em Petrópolis.

Saiba mais: 7 fatos e curiosidades sobre o Palácio de Cristal, em Petrópolis

Foto: Reprodução do Correio Imperial de 12 de abril de 1888, convidando as pessoas para a celebração no Pavilhão Hortícola, atual Palácio de Cristal

6. O Quilombo da Tapera

Pela primeira vez, o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangeu a pesquisa para as comunidades quilombolas do Brasil. Em Petrópolis, 61 pessoas se autodeclararam quilombolas, ou seja, quem tem laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vive.

Na cidade, a maior parte dessa população vive no Quilombo da Tapera, que fica no Vale do Cuiabá. O local foi reconhecido, em 2011, pela Fundação Palmares como área remanescente de quilombo. 

Saiba mais: Você sabia que existe um quilombo remanescente em Petrópolis? Conheça o Quilombo da Tapera

Foto Divulgação

7. O Museu da Memória Negra

Inaugurado em novembro de 2021, o Museu da Memória Negra de Petrópolis tem como objetivo manter e ampliar a cultura afro-brasileira de resistência. A instituição visa, ainda, reivindicar narrativas e promover ações identitárias, representativas para a população afro-petropolitana.

A iniciativa, que surgiu como proposta da disciplina de Projeto V, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UERJ, é conduzido pelo arquiteto, Filipe Graciano; pelo historiador, Lucas Ventura da Silva; pela advogada, Karol Cerqueira e pelo artista plástico, Pedro Ivo Cipriano. Além do site, eles mantém também as atualizações no Instagram.

Saiba mais: Você sabia que Petrópolis tem um Museu da Memória Negra?

Fotos: Acervo Museu da Memória Negra de Petrópolis

8. Os anúncios de jornais

Folhear jornais antigos é o mesmo que embarcar numa viagem quase que imediata para tempos distantes – às vezes nem tanto assim – com muito a ensinar. Alguns recortes de jornais petropolitanos do passado nos fazem refletir – e até chocar – sobre a naturalidade com que os periódicos e a sociedade da época tratavam de temas que hoje são inconcebíveis, a exemplo de criados fugidos e “moleques” à venda. E mais do que isso, fazem compreender a importância do Dia da Consciência Negra em um país que cresceu sob bases e valores racistas.

Saiba mais: 9 anúncios de jornais antigos de Petrópolis que fazem refletir sobre a importância do Dia da Consciência Negra

Foto: Jornal O Parahyba, 1857

Petrópolis é uma das cidades com mais casos de racismo no estado

Apesar de esses anúncios serem antigos e a sociedade ter evoluído bastante desde então, ainda há muito a mudar, em especial em Petrópolis, que é considerada uma das cidades com mais casos de racismo em todo o estado.

Os últimos dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ) mostram que, em um ano, o número de casos de injúria racial em Petrópolis aumentou em 31,25%. Com isso, o município assume a terceira posição entre as cidades mais racistas do estado do Rio de Janeiro.

Saiba mais: Petrópolis registra aumento de mais de 30% nos casos de racismo

Foto: reprodução instagram @fui_prarua

 

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