Pesquisa da UNIFASE Petrópolis revela que dengue atinge com maior gravidade crianças até 5 anos
No estado do Rio de Janeiro, dados divulgados pelas autoridades de saúde pública registraram 205 mil casos de dengue, com 109 mortes confirmadas neste ano
A dengue tem atingido com maior gravidade crianças até 5 anos, em 2024. A informação é do Observatório em Saúde na Infância, parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Fiocruz) e o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase).
Foto: divulgação
Incidência crianças e adolescentes
O Observa Infância analisou os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde nas primeiras 10 semanas epidemiológicas de 2024, e constatou que adolescentes entre 10 e 14 anos apresentaram o maior número de casos registrados, enquanto crianças menores de 5 anos tem as maiores taxas de letalidade. O levantamento demonstrou que a proporção de óbitos diminui gradativamente conforme o aumento da idade.
Casos de dengue
No estado do Rio de Janeiro, dados divulgados pelas autoridades de saúde pública registraram 205 mil casos de dengue, com 109 mortes confirmadas, sendo 7 delas em menores de 18 anos em 2024. A pesquisa constatou que a letalidade geral da doença é de 0,5 mortes para cada mil casos. Entre crianças menores de 1 ano, essa taxa é duas vezes maior, com 1,1 mortes para cada mil casos.
Pesquisa da Unifase
Segundo a professora da UNIFASE/FMP, Patrícia Boccolini, que integrou a pesquisa, crianças menores de 4 anos não estão elegíveis para a vacina QDenga. “A Anvisa ainda não aprovou a vacina para essa faixa etária, porque o laboratório ainda não fez testes suficientes para liberar o imunizante para esse público”, diz Patrícia.
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Conscientização
O Ministério da Saúde vem reforçando as campanhas de conscientização sobre como eliminar os focos do mosquito Aedes Aegypti. Além disso, para esse grupo mais vulnerável, a estratégia é procurar assistência médica o mais rápido possível ao identificar os sintomas da dengue, que são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, fadiga e náuseas.
“A vacina é uma estratégia de médio e longo prazo. Para esse grupo mais vulnerável, que são crianças menores de 4 anos e idosos acima de 80, o Ministério da Saúde faz um alerta para que se busque atendimento assim que identificar os primeiros sinais da dengue, até mesmo porque ainda estamos com casos de Covid-19, e em alguns lugares em função das enchentes, temos casos de leptospirose, os sintomas dessas doenças são muito semelhantes”, alertou a pesquisadora.
Óbitos
No levantamento foi observado que, apesar de concentrar o menor número de casos entre as crianças, a faixa etária entre 0 e 5 anos é a que mais morreu este ano vítima das formas mais graves da doença, seguida da faixa entre 5 e 9 anos. Para o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini é importante que as famílias levem seus filhos para vacinar e que todos sigam tomando as medidas profiláticas possíveis.
“O Ministério da Saúde acerta em vacinar o grupo onde estamos vendo mais casos. Nossa recomendação é que a imunização avance para as crianças mais novas, de 5 a 9 anos, que estão morrendo mais, proporcionalmente”, Cristiano.