Prédio de R$ 3,5 milhões comprado para abrigar as vítimas das chuvas em Petrópolis segue fechado
Prefeitura afirma que obras estão praticamente encerradas, mas não informou quando será a inauguração
Em março de 2022, um mês após a maior tragédia climática da história de Petrópolis, a Prefeitura comprou, por R$ 3,5 milhões, um prédio na Rua Floriano Peixoto, no Centro da cidade, para abrigar famílias vítimas das chuvas. Agora, dois anos depois, o imóvel permanece vazio e sem previsão de receber estas pessoas.
Foto: Divulgação PMP
Em release enviado pela assessoria de comunicação da Prefeitura no dia 21 de março, foi informado que as obras na unidade estão praticamente encerradas e que 26 apartamentos já estão disponíveis.
No entanto, a Prefeitura segue sem responder à equipe de jornalismo da Sou Petrópolis quando questionados sobre uma data para a inauguração do abrigo.
Desabrigados
Nas chuvas de 2022, mais de mil petropolitanos ficaram desabrigados. Com as chuvas do último fim de semana, cerca de outras 200 pessoas também ficaram sem suas casas e precisaram se abrigar nos pontos de apoio do município.
Dados da Casa Civil e do Ministério das Cidades mostram que 72 mil pessoas vivem em áreas de grau elevado de chance de deslizamento de barreiras e inundações em Petrópolis. A cidade ocupa a 4° posição das 10 cidades brasileiras com maior risco de desastres, ficando atrás somente de Teresópolis, São Paulo e Blumenau.
Foto: @maridcrocha
Entenda os investimentos
Após a tragédia, o governo municipal anunciou o estado de calamidade, considerando a necessidade da compra do imóvel, por R$ 3,5 milhões, com recursos da Assembleia Legislativa Estadual do Rio de Janeiro (Alerj).
Onze meses depois, um processo de licitação foi aberto para contratar uma empresa para a reforma do Abrigo Gabriel Vila Real. O valor previsto para as obras foi de R$ 695 mil.
O prédio que antes serviria para receber as vítimas das chuvas, após, foi anunciado pela prefeitura como um “abrigo de uso provisório e misto para famílias em situação de vulnerabilidade”. Um Banco de Alimentos também funcionaria no local, para receber doações de alimentos para as famílias em situação de insegurança alimentar.