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Moradores dividem opiniões sobre a reconstrução do Morro da Oficina, em Petrópolis

Cidade

Moradores dividem opiniões sobre a reconstrução do Morro da Oficina, em Petrópolis

O local foi um dos mais atingidos com as chuvas. Prefeitura diz que o Alto da Serra é a região que tem mais investimentos em obras

No dia 15 de fevereiro completa 2 anos da maior tragédia climática da história de Petrópolis. Foram 230 pessoas que perderam suas vidas e um rastro de destruição por toda cidade. O Morro da Oficina, no Alto da Serra, ainda está com oito obras em andamento, das 17 anunciadas pela prefeitura. 

Foto: arquivo pessoal – Cristiane Gross

Moradora relata situação do Morro da Oficina

O Morro da Oficina, no Alto da Serra, foi considerado o local mais atingido na tragédia de 2022. Foram 93 pessoas que perderam a vida ali, pelo menos 54 casas destruídas. Para quem se salvou restam as lembranças e a luta para a reconstrução do local.

Foto: arquivo pessoal – Cristiane Gross

Para a líder comunitária, Cristiane Gross, as obras seguem em ritmo lento. 

“Estamos com uma obra gigantesca, milionária, segundo a Prefeitura, e temos lá em cima ‘meia dúzia’ de trabalhadores. A situação é essa. Tem dia que a máquina opera, tem dia que ela não é ligada”.

Foto: arquivo pessoal – Cristiane Gross

Cristiane, que morou no local e que perdeu nove familiares na tragédia, diz que o poder público continua colocando a vida dos moradores em risco. 

“Quando chove tem uma grande quantidade de água que vem da Rua Edmundo Marcolino e do Morro da Oficina, jogando lá pra baixo, infiltrando na terra. Não sabemos o que pode acontecer. Estão construindo um muro, para conter a barreira, em cima da terra, sem estrutura nenhuma. Os respiros do muro já estão entupidos de terra. Não estamos entendendo essa construção. Estão tirando a terra de uma ribanceira e jogando em outro ponto, atrás da casa dos moradores. Acompanho outras localidades. Na Chácara Flora, Caxambu, Sargento Boening nada foi feito. É ano eleitoral e eu realmente estou muito assustada. Não sabemos o que vem por aí”, diz a líder comunitária que também atua como voluntária no Ministério Público na prevenção de desastres na cidade.

“Não quero que aconteça com outras famílias o que aconteceu com a minha, porque hoje, daqui pra frente, é a prevenção. Obras e contenções. Sabemos que em alguns lugares não será possível as intervenções, então que as pessoas sejam retiradas e assistidas. Já são dois anos e está tudo muito lento”completa.

Opiniões divididas

Para Bruno Gonçalves, que morava e manteve o Projeto do Morro, na Servidão Frei Leão, pela dimensão da catástrofe ocorrida na cidade, as obras estão sendo realizadas dentro do tempo esperado, no Morro da Oficina. 

“Na época, um engenheiro me disse que passaria 10 anos e a cidade não estaria reconstruída. No meu ponto de vista está sendo tudo feito no tempo esperado. Acho que as obras estão indo bem. Nossa cidade foi muito castigada, não é possível reconstruir em 2 anos. O governo municipal, estadual e federal estão dando o melhor, mas tudo é muito burocrático. Neste caso teria que desburocratizar”, comenta.

Ponto colocado por Bruno, para conter as enchentes em Petrópolis, é a educação ambiental por parte da população.

“As pessoas cobram muito, mas continuam jogando lixo na rua, entulhos em locais impróprios. Precisamos de um trabalho fixo da prefeitura, conscientizando a população, divulgando como ajudar para evitar tragédias. Nas escolas ser ensinado a cuidar do lixo domiciliar, da limpeza na nossa comunidade”.

“O que está acontecendo é culpa de todos. A população constrói casas em locais de riscos por não terem uma moradia. Quando tudo cai a culpa é do município, do estado. Os políticos tem que dar moradia segura para a população, dar emprego ao invés de cestas básicas. Precisamos de mais fiscalizações para não construírem residências em locais de risco”, diz  Bruno Gonçalves.

O que diz a prefeitura

No dia 2 de janeiro, o governo municipal informou que o Alto da Serra é a região que tem mais investimentos em obras. Das 17 intervenções, 9 foram concluídas, 7 estavam em andamento e 1 em fase de licitação.

Foto: arquivo pessoal – Cristiane Gross

Veja o cronograma das obras do Alto da Serra

NIS

  • Contenção de encosta
  • Concluída

Pronto Socorro Leônidas Sampaio

  • Equipamento público – construção, reforma, adaptação etc.
  • Concluída

Rua Dom João Braga

  • Contenção de encosta
  • Concluída

Rua Oswero Vilaça, 79

  • Contenção de encosta
  • Concluída

Avenida General Marciano Magalhães, 94 (Morin)

  • Contenção em margem de rio
  • Concluída

Avenida General Marciano Magalhães, 741 (Morin)

  • Contenção em margem de rio
  • Concluída

Avenida General Marciano Magalhães, 877 (Morin)

  • Contenção em margem de rio
  • Concluída

Avenida General Marciano Magalhães, 161 (Morin)

  • Contenção em margem de rio
  • Concluída

Rua Augusto Severo (ponto final do ônibus Lagoinha)

  • Contenção de rua
  • Concluída

Morro da Oficina (área 1, lote 1)

  • Contenção de encosta
  • Em andamento

Morro da Oficina (área 1, lote 2)

  • Contenção de encosta
  • Em andamento

Morro da Oficina (área 2, lote 1)

  • Contenção de encosta
  • Em andamento

Morro da Oficina (área 2, lote 2)

  • Contenção de encosta
  • Em andamento

Morro da Oficina (área 3)

  • Contenção de encosta
  • Em andamento

PSF Frei Leão

  • Equipamento público (construção, reforma, adaptação etc.)
  • Em andamento

Rua Vereador João Ferreira de Castro (Morin)

  • Drenagem e recomposição da via
  • Em andamento

Escola Municipalizada Luiz Carlos Soares (Morin)

  • Equipamento público (construção, reforma, adaptação etc.)
  • Em fase de licitação

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