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Prédio que funcionaria como abrigo em Petrópolis segue fechado; R$ 3,5 milhões foram investidos no local

Cidade

Prédio que funcionaria como abrigo em Petrópolis segue fechado; R$ 3,5 milhões foram investidos no local

Levantamento aponta mais de 72 mil petropolitanos vivendo em áreas de índices de deslizamento. Pontos de apoio não estão preparados para receber população

O investimento de R$ 3,5 milhões no prédio que funcionaria como abrigo em Petrópolis continua sem definição. Isso porque, o prédio nomeado Gabriel Vila Real, na Rua Floriano Peixoto, adquirido pela prefeitura, continua vazio. O intuito do governo municipal para o imóvel era de abrigar as vítimas das chuvas de 2022,  que completará 2 anos no dia 15 de fevereiro.

Foto: divulgação PMP

Em contrapartida, o município contabiliza mais de 72 mil  pessoas vivendo em áreas de grau elevado de chance de deslizamento de barreiras e inundações.

Petrópolis no ranking de desastres

Petrópolis ocupa a 4° posição das 10 cidades brasileiras com maior risco de desastres, ficando somente atrás, na região Serrana, de Teresópolis, e de São Paulo e Blumenau. Dados da Casa Civil e do Ministério das Cidades mostram que 72.070 pessoas vivem em áreas de grau elevado de chance de deslizamento de barreiras e inundações. O Plano Municipal de Redução de Riscos e Movimentos de Massa, do ano de 2017, apontava, na época, 47 mil pessoas vivendo em 234 áreas  de riscos. O número chega a ser  53% a mais do que naquele ano. 

Foto: arquivo  Ricardo Moraes – REUTERS

Pontos de apoio não estão preparados para desastres naturais

Relatório da Comissão Especial da Câmara Municipal de Petrópolis constatou que, caso ocorra novo desastre natural na cidade, os pontos de apoio não estão preparados para receber a população. Além disso, estão em áreas de alto risco. A Comissão esteve em 64, dos 67 pontos do município, sendo a maioria escolas e creches públicas.

Foto: arquivo PMP

O texto da Comissão, presidida pela vereadora Júlia Casamasso, aponta que 29,7% dos locais têm problemas em sinalizações direcionando para os pontos de apoio, protocolo de abertura e funcionamento dos locais e acessibilidade. 

“Há insuficiência na maioria dos equipamentos e isso coloca uma enorme preocupação para os cidadãos petropolitanos. Verificamos que não há orientação clara para toda sociedade e pouco investimento em disseminação de informação. Os pontos de apoio são responsabilidade da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil e não da gestão escolar. Essa medida tem que mudar urgentemente, pois sem um protocolo definido pelo órgão para a abertura do ponto de apoio, há grandes chances do equipamento abrir de forma precária, não abrir ou a responsabilidade recair sobre gestores e gestoras escolares”, diz a vereadora.

O documento, com 21 recomendações, foi encaminhado para os órgãos competentes.

“Uma das recomendações mais importantes é para que a Secretaria de Defesa Civil crie, imediatamente, um protocolo padronizado para abertura e funcionamento dos pontos de apoio, atribuindo responsabilidade aos agentes públicos de proteção e defesa civil. Além da revisão de todos os equipamentos”, conclui a vereadora.

Investimento no abrigo Gabriel Vila Real

Após a tragédia, o governo municipal anunciou o estado de calamidade, considerando a necessidade da compra do imóvel, por R$ 3,5 milhões, com recursos da Assembleia Legislativa Estadual do Rio de Janeiro (Alerj). Onze meses depois, um processo de licitação foi aberto para contratar uma empresa para a reforma do Abrigo Gabriel Vila Real. O valor previsto para as obras foi de R$ 695 mil.

Foto: arquivo Sou Petrópolis

Mudanças

O prédio que antes serviria para receber as vítimas das chuvas, após, foi anunciado pela prefeitura como um  “abrigo de uso provisório e misto para famílias em situação de vulnerabilidade”. Um Banco de Alimentos também funcionaria no local, para receber doações de alimentos para as famílias em situação de insegurança alimentar.

A equipe de jornalismo da Sou Petrópolis entrou em contato com a prefeitura para saber qual a previsão do abrigo Gabriel Vila Real ser inaugurado, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

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