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Passageiros e profissionais do turismo contestam aumento na passagem de ônibus em Petrópolis

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Passageiros e profissionais do turismo contestam aumento na passagem de ônibus em Petrópolis

Valor da passagem passará de R$ 4,95 no dinheiro para R$ 5,30. Reajuste segue sem data para entrar em vigor

Nesta terça-feira (11), o Conselho Municipal de Transporte (Comutran) aprovou o reajuste de 7% na tarifa do transporte público em Petrópolis. Agora, o valor será de R$ 5,15 para quem usar o cartão e R$ 5,30 para o pagamento em dinheiro. A decisão, porém, não agradou grande parte dos passageiros que usam estes ônibus diariamente.

Foto: Reprodução Twitter @igosplumm

“É um absurdo a passagem ser tão cara. Os ônibus sempre quebram ou estão lotados. Temos que esperar mais de uma hora pra conseguir entrar em um e, ainda assim, todos vem apertados e correndo riscos. As viagens, que deveriam durar 20 minutos chegam a quase 40, porque o motorista precisa fazer o seu papel e o de cobrador. É um descaso com os trabalhadores”, comenta Naome Porfírio, que trabalha na região de Corrêas.

Morador do Alto da Serra, Marks Alexander também sofre com o transporte público da cidade. “Sei que reajustes são necessários, mas eles nunca trazem melhora em nenhum quesito. Se conseguissem pelo menos manter os horários já seria mais aceitável, isso sem prometer ônibus novos. Mas o que temos é uma passagem mais cara, além de menos veículos em circulação”.

O petropolitano ressalta que, na localidade onde mora, o problema é ainda mais intenso. “Na minha rua só passa um ônibus, que faz baldeação para chegar aqui. Do Centro até a minha casa é quase uma hora, isso quando conseguimos pegar o transporte. Pois, quando chove ou algum evento acontece, eles simplesmente deixam de passar aqui. Sem falar do estado precário e da falta de horários”, finaliza.

Foto: Divulgação Setranspetro

Impactos no turismo

Outro setor que não gostou do aumento foi o trade turístico de Petrópolis. Em nota, o Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PCVB) expressou repúdio em relação ao recente reajuste da tarifa de ônibus na cidade sem a contrapartida esperada.

A entidade ainda afirmou que a atual condição do sistema impacta negativamente o trabalhador do setor, que tem mais de oito mil empregados diretos.

“Nossa cobrança é por um sistema moderno, com mais oferta de linhas e horários, com qualidade e eficiência. Petrópolis, que merece ser preservada, também precisa olhar para frente, buscando a modernidade e mobilidade para garantir que o empregado no setor turístico, assim como os demais, tenha garantia de transporte adequado”, informou o PCVB.

Foto: Arquivo Sou Petrópolis

O que diz o Setranspetro?

Em contrapartida, o Setranspetro afirmou que, com base nas legislações e nos contratos, toda e qualquer tarifa de prestação de serviço público deve ser ajustada anualmente, conforme a variação dos preços dos itens que compõem a estrutura de cálculo. No caso do transporte, por exemplo, ônibus, pneus, combustível, além dos salários e benefícios da categoria dos rodoviários.

“Além disto, em maio deste ano, foi concedido o reajuste de 6,47% no salário dos rodoviários, além de 17% na cesta básica, aumentos que precisam ser remunerados pela tarifa de ônibus”, informou a empresa.

Foto: Aline Rickly

O que diz a Prefeitura?

De acordo com a Prefeitura, o reajuste será menor do que das cidades vizinhas, como Teresópolis (que teve aumento de 12,5%) e Duque de Caxias (em torno de 9%), por exemplo.

“Sabemos do impacto, mas o reajuste é uma obrigação contratual. Estamos cobrando das empresas melhorias no serviço e sabemos que as dificuldades da população com o atendimento que é oferecido. A fiscalização por parte da CPTrans vem acontecendo, periodicamente, e as empresas recebem multas quando são encontradas irregularidades”, ressaltou o presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Thiago Damaceno.

Em março, o Setranspetro havia solicitado reajuste de R$ 5,53, mas, como explica Damaceno, as planilhas foram analisadas e os órgãos chegaram a um valor menor do que o que foi pedido. “Esse valor, que chega a R$ 5,15 no pagamento com o cartão, foi baseado nos custos operacionais da empresa, como folha de pagamento dos funcionários, combustíveis e manutenção, por exemplo”.

O decreto no Diário Oficial (D.O) ainda será publicado e o reajuste segue sem data para entrar em vigor.

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