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Dia do gari: conheça a história da profissional que atua há 13 anos em Petrópolis e sonha com curso superior

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Dia do gari: conheça a história da profissional que atua há 13 anos em Petrópolis e sonha com curso superior

Moradora da 24 de Maio, Ilca fala sobre os desafios do dia a dia na profissão e sobre a vontade de s tornar psicóloga um dia

Neste dia 16 de maio é comemorado o Dia do Gari. Uma oportunidade para homenagear e reconhecer o trabalho indispensável daqueles que vestem o uniforme “verdinho” e mantêm a limpeza da cidade.

Este é o caso da Ilca Cristina, de 42 anos, que mora na Rua 24 de Maio. Mãe de dois garotos, com 20 e 24 anos, ela conta que passar no concurso da Comdep foi o que garantiu estabilidade e permitiu a conquista de sonhos, como a compra da casa própria. E ela revela que não quer parar por aí: o sonho agora é cursar o ensino superior.

Foto: Arquivo Pessoal

“Me considero uma pessoa realizada com a minha profissão, mas ainda tenho vontade de fazer Psicologia. Ainda não fiz porque coloquei prioridade em outras coisas, mas nunca é tarde’’, acredita.

Trajetória

Trabalhando sete horas por dia, de segunda a domingo, Ilca diz que a escolha por ser gari foi pelos filhos e pelos pais. Antes, trabalhava com costura, mas ela diz que era sempre uma incerteza. “Um dia tinha trabalho outro não. Morava com os meus pais e tinha duas crianças pequenas, que dependiam de mim. O trabalho de gari foi o que me proporcionou estabilidade”, conta.

Há 13 anos na área, a profissional revela que apesar dos pesares, ama e sente orgulho do que faz. Ela revela que durante esse tempo também construiu muitos laços. “Digo que conquistei boas amizades varrendo as ruas dos bairros de Petrópolis”, diz.

Desafios no dia a dia

A rotina como gari, segundo Ilca, é menos cansativa do que os desafios que encontra no dia a dia, como o preconceito. “Meu trabalho não cansa. O que cansa é ter que lidar com a discriminação. As pessoas pensam que, por estarmos varrendo rua, somos inferiores e se acham no direito de até gritar com a gente. As falas, os olhares são diferentes. Mas sigo em frente fazendo o meu trabalho e o melhor que posso”, relata.

Foto: Arquivo pessoal

Atuando na tragédia de 2011, Ilca relatou um episódio de discriminação em que sofreu dentro de um coletivo. “Só tinha um lugar vago no meu lado e o ônibus estava cheio. Ninguém sentou do meu lado porque estava com o uniforme sujo. São lições que levamos para a vida. Falta empatia. A pessoa se colocar no lugar do outro e isso a minha profissão vem me ensinando a cada dia. Olhar para o outro, entender a necessidade de cada um. Não é um uniforme sujo que nos faz ser diferente”, conclui.

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