Connect with us

Próximo ao verão, autoridades de Petrópolis ainda não apresentaram protocolos de segurança para dias de chuva

Cidade

Próximo ao verão, autoridades de Petrópolis ainda não apresentaram protocolos de segurança para dias de chuva

Com a temporada das chuvas se aproximando, atitudes das autoridades são urgentes para evitar futuras tragédias

A pouco mais de um mês do verão, a tragédia de Petrópolis ainda está viva na memória da população. Desde o dia 15 de fevereiro, os familiares e vítimas das chuvas ainda cobram as autoridades medidas de segurança e novos protocolos para prevenir que tais problemas se repitam.

Foto: Evaldo Macedo

Situação evidencia a necessidade de protocolos

Um dos casos mais marcantes foi o acidente dos ônibus na Rua Coronel Veiga. A cena em que os passageiros lutam pela vida ainda ecoa na mente dos parentes e remonta à indignação por quase nenhuma medida ter sido tomada pelas empresas de transporte público até então.

Em entrevista para a Sou há três meses, Leandro Rocha, pai de Gabriel Vila Real, uma das vítimas desse episódio, falou sobre a necessidade de medidas preventivas para evitar futuras tragédias.

“Ainda não temos respostas. Sem protocolo, sem cuidado. Foi uma sucessão de erros. Minha luta é para que a justiça seja feita. Vou lutar até o fim para que uma lei obrigue as empresas a capacitarem seus funcionários para esse tipo de situação”.

Foto: Reprodução Redes Sociais

O tenente Da Silva, do Corpo de Bombeiros, comenta que o uso de jet-skis poderia ter sido um diferencial, mas alerta que o treinamento dos motoristas para esse tipo de emergência teria sido ainda mais importante.

“Em cidades que alagam, como Petrópolis, temos que usar vários protocolos de segurança. Pelo lado do Corpo de Bombeiros, em situações como essas, deveriam ter guarda-vidas de plantão, o uso de botes e o de jet-skis. Para as empresas, os motoristas deveriam ter sido treinados para buscar lugares altos no momento, mas os coletes nos ônibus, parecidos com os que temos nos de viagem, teriam salvo vidas, sem dúvida alguma”, explica.

Vale ressaltar que os militares não possuem o equipamento citado na reportagem devido à falta de recursos.

Medidas já tomadas

No último dia 7, a Prefeitura de Petrópolis, por meio da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, lançou o Plano de Contingência do município, o chamado Plano Verão: um planejamento de enfrentamento para as chuvas de 2023.

Um dos principais pontos da ação é a implementação de cancelas eletrônicas no corredor da Rua Coronel Veiga/Washington Luiz, na Ponte Fones, Duas Pontes e UPA Centro, que serão ativadas pelo Cimop, e das ilhas de segurança no corredor da Rua Coronel Veiga e no Centro em caso de alagamentos.

A Secretaria de Proteção e Defesa Civil informou que, entre as medidas já colocadas em prática, estão a ampliação dos pontos de apoio, a capacitação das comunidades, o mapeamento participativo e a atualização dos protocolos de alerta e alarme. De acordo com a instituição,  especialização dos motoristas de ônibus também já ocorreu.

Coronel Veiga/Foto: Divulgação PMP

O que dizem as empresas de ônibus

O Setranspetro informou que a Defesa Civil é o órgão competente e responsável por apresentar os protocolos de segurança em casos de chuva e alagamentos em Petrópolis. As empresas de ônibus esclarecem que participaram de reuniões com a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Ministério Público, para a definição dos protocolos.

Os rodoviários estão recebendo todas as orientações e determinações, replicando o conteúdo junto aos demais colaboradores, através de cursos e palestras, como a que aconteceu no dia 03 de outubro, na sede do Setranspetro.

O orgão destaca que o fato ocorrido no início do ano, foi absolutamente isolado. A catástrofe envolvendo os dois ônibus foi resultado de um somatório de circunstâncias naturais, como o alagamento, seguido pela queda de uma barreira, que gerou uma onda, e represou a água, aumentando significativamente o volume acumulado na região, o que, consequentemente, arrastou os veículos.

Por fim, é importante lembrar que em toda a história de alagamentos no município de Petrópolis, as janelas e portas dos ônibus ficam abertas, possibilitando a saída dos passageiros. Porém, as pessoas que optavam por permanecer nos coletivos, nunca foram impedidas, principalmente, porque o ônibus é considerado um local seguro, tendo em vista o seu peso de, no mínimo, 11 toneladas. Inclusive, no próprio dia da tragédia, várias pessoas foram salvas dos alagamentos, pois permaneceram nos ônibus, em vários pontos de alagamentos na cidade.

O Setranspetro conclui, afirmando que, de toda forma, vai seguir todas as recomendações e os novos protocolos estabelecidos pelas autoridades e órgãos competentes.

Lei Gabriel Vila Real

O ex-ator e agora deputado federal Alexandre Frota sugeriu a criação da Lei Gabriel Vila Real, que prevê a utilização de equipamentos de segurança no transporte público contra enchentes e desastres.

Foto: Arquivo pessoal

“A proposta visa evitar que mortes sejam causadas por desastres naturais, com a introdução de equipamentos de segurança no transporte público”, explica o deputado.

O projeto, que está em fase final de aprovação, também determina que as empresas capacitem os funcionários para o atendimento em casos de emergência.

Veja também:

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir