Gestante que ficou soterrada na enchente de Petrópolis inaugura sala de parto do Hospital SMH
Maria Regina Gomes Alvim foi internada na unidade, passou por nove cirurgias e escolheu o SMH para ter o bebê
A inauguração da sala de parto do novo setor gineco-obstétrico 24 horas do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis não poderia ter sido mais especial. O Felipe Miguel nasceu de parto natural com 3 quilos 450 gramas. Ele é o primeiro filho da Maria Regina Gomes Alvim, de 21 anos, vítima da enchente que assolou a cidade há quase seis meses.
Foto: Divulgação SMH
A relação da família Alvim com o Hospital SMH começou com uma tragédia e permaneceu até chegar a um dos momentos mais felizes: o nascimento do bebê, no dia 29 de agosto. A história da Maria Regina e do papai Felipe Carneiro Alvim comoveu o Brasil e os profissionais da unidade.
O hospital, que é particular, funcionou de “portas abertas” no dia 15 de fevereiro, quando centenas de pessoas precisaram de atendimento médico em função do desastre. Após uma transferência, Maria Regina, que ficou soterrada, foi acolhida pela equipe do SMH.
“Primeiro fui para a UPA de Cascatinha, depois para outra unidade particular e, por fim, o Hospital SMH. O tratamento que recebi no SMH foi indescritível. O carinho e a atenção que os profissionais tiveram comigo foram diferenciados”, revela a mamãe, que estava grávida de três meses, na época.
Maria Regina e Felipe Miguel /Foto: Divulgação SMH
Ela acrescenta que “tinha muitas preocupações, por mim e pelo bebê, e fomos tratados com total empatia. Todos os recursos foram disponibilizados para nós. A minha saúde e a do Felipe Miguel sempre foram prioridade para eles. O meu parto tinha que ser no Hospital SMH”, afirma Maria Regina.
Renascimento
A luta e o tratamento da vítima da enchente – que chegou a ficar três dias na UTI, correu o risco de ter que amputar o braço e o pé, e passou por nove cirurgias – já eram conhecidos de parte da equipe que fez o parto natural. A ginecologista e obstetra Larissa Brust conta que foi um momento de muita emoção.
“Foi um presente para ela, que renasceu depois dessa tragédia, e para todos nós. A escolha dela foi pela posição deitada. Todo o ambiente foi preparado para que ela se sentisse confortável e acolhida, com toda a infraestrutura voltada para as necessidades específicas deste momento”, explica a especialista.
Ela acrescenta ainda que “no setor inaugurado recentemente pelo Hospital SMH, a mãe fica livre para ser a protagonista do próprio parto, pode se movimentar pelo quarto, têm banho quentinho à disposição, e a certeza de uma atenção e atendimento disponíveis 24 horas”.
O parto
A obstetra revela que iniciou o acompanhamento do casal, já que o papai esteve presente durante todo o tempo, às 7h, quando Maria Regina estava com nove centímetros de dilatação. Por opção da própria gestante, foi aplicada anestesia.
O procedimento foi feito pelo médico Victhor Arthur Oliveira Matos, que já havia anestesiado Maria Regina em outras cirurgias pelas quais ela passou após ficar soterrada e ser resgatada. Depois de três horas e 52 minutos, às 10h52, Felipe Miguel nasceu e conheceu, imediatamente, o colinho da mamãe.
Foto: Divulgação SMH
Atendimento do Hospital
Desde abril, o serviço de pronto-atendimento gineco-obstétrico 24h do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis realiza atendimentos de urgência, inclusive cirúrgicos, a qualquer hora do dia. No caso do setor da maternidade, o serviço em tempo integral inclui exames laboratoriais, ultrassonografia, cardiotocografia, e até o próprio parto, caso haja indicação médica.
Os integrantes da equipe atuam também no ambulatório de especialidades, de segunda à sexta-feira. O modelo permite que o cuidado com a saúde da mulher ocorra de forma integral, cuidando do dia a dia e dos casos de necessidades emergenciais.
O diretor geral Hospital SMH e neurocirurgião, Valter José Sillero, ressalta que a nova filosofia do setor, com a disponibilização de especialistas 24 horas, representa um enorme avanço para a medicina da cidade e da região.
“Nutrimos uma grande preocupação com o bem-estar emocional das mulheres. Para oferecer um serviço de qualidade, formamos um corpo clínico coeso, altamente qualificado e acessível, que se soma à nossa infraestrutura moderna e acolhedora”, pontua.