Connect with us

Protetores chamam atenção para aumento no número de abandono de animais em Petrópolis

Cidade

Protetores chamam atenção para aumento no número de abandono de animais em Petrópolis

São casos de cães, gatos e ninhadas deixados em lixeiras, carros em movimento ou amarrados a postes

Após dois anos de pandemia, duas tragédias vividas pela cidade e a alta dos preços, a visão dos protetores de Petrópolis é unânime: o número de animais abandonados no município dobrou e segue em constante crescimento. São casos de cães, gatos e ninhadas deixados em lixeiras, carros em movimento ou amarrados a postes que chamam atenção para a falta de políticas públicas capazes de reduzir a recorrência do problema.

Fotos: Divulgação

Embora pelo Art. 32 da Lei nº 9.605/98 o abandono e os maus-tratos a animais seja crime com pena de reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda, os protetores afirmam que, na cidade, os casos de abandono caminham junto da impunidade. Marcia Coelho é voluntária da ONG Dog’s Heaven e fala sobre o somatório de fatores que têm contribuído para o grave cenário de abandono de cães e gatos em Petrópolis.

“Nós, protetores, temos, pelo menos, dez denúncias por dia de animal abandonado ou perdido na rua. Não existe uma atuação mais efetiva da Prefeitura e nem ações de punição para quem os abandona. Por lei é crime, mas a gente não consegue apoio na hora das denúncias”. Márcia menciona, ainda, a falta de aluguéis sociais que aceitem animais e alguns dos casos testemunhados pela ONG somente nos últimos quinze dias.

“Tivemos uma ninhada com nove filhotes jogada na caçamba do carro de um voluntário durante a madrugada e um pitbull amarrado a um poste em Secretário. A facilidade das pessoas abandonarem aumenta porque elas sabem que não vai acontecer nada com elas”, frisa. Virgínia Moreira atua no projeto Somos Todos Protetores e compartilha o mesmo olhar de Márcia sobre as causas e efeitos dos abandonos que têm sido registrados.

Segundo ela, passados alguns meses da tragédia, com o aumento da inflação e do nível de desemprego, o número de animais visivelmente abandonados nas ruas foi exorbitante. “Quando você não tem políticas públicas multidisciplinares ligadas a saúde, habitação, educação e questões sociais, a coisa desanda de maneira drástica, e é o que estamos passando agora”, pontua.

Vivi, que de quatro a cinco denúncias diárias, também passou a receber o dobro delas, relata o impacto das dificuldades financeiras na causa animal. “Esses dias uma pessoa ligou dizendo que não tem mais condições de ficar com seus cães. São 17 cachorros. Onde eu vou colocar todos eles? A gente tenta ajudar porque algumas pessoas já falam que vão abandonar. Elas dão um banho e colocam uma coleira para parecer que se perdeu ou fugiu”.

Médica veterinária, Pamella Machado destaca as consequências do abandono. Ela, que recentemente testemunhou um carro em movimento largar um cachorro idoso em meio ao trânsito, por sorte conseguiu resgatá-lo, realizar nele exames de sangue, castrá-lo e encaminhar o animal a uma nova família. Infelizmente, nem todos têm o mesmo privilégio que o resgatado.

“Ele está sem alguns dentinhos, então já tem uma certa idade, mas está saudável! A pessoa vê que o animal está ficando mais idoso ou descobre algum problema de saúde e o abandona em qualquer lugar. É muito cruel porque tira a chance do animal receber um tratamento mais digno ou ser adotado. Não é um objeto para você descartar. Quando aumentamos a população de rua a gente aumenta o risco de acidentes, atropelamentos, procriação”, reforça.

Como agir se vir um animal abandonado?

Confira, abaixo, o passo a passo de como agir e proceder caso você se depare com um animal abandonado:

Veja também:

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir