10 fábricas que existiram em Petrópolis no passado
De quais delas você se lembra?
Importante polo fabril no passado, de acordo com vídeo publicado pelo Arquivo Nacional, em meados da década de 50 Petrópolis contava com a presença de mais de 500 fábricas. Na filmagem da chamada “Exposição Histórica e Industrial” é possível identificar algumas das importantes empresas que contribuíram com o cenário econômico da época e das décadas que se seguiram na cidade.
Sabendo que as indústrias impactam de maneira íntima o cotidiano de um município, recorde algumas das principais firmas que deixaram saudade nos petropolitanos:
1- Companhia Fábrica de Tecidos São Pedro de Alcântara
Segundo a publicação “Os estabelecimentos úteis de Petrópolis”, de 1879, disponível no site do Instituto Histórico de Petrópolis, a Companhia Fábrica de Tecidos São Pedro de Alcântara dispunha de máquinas vindas as melhores fábricas inglesas de Manchester. Movida pela água represada do rio Quitandinha, na atual Washington Luiz, a fábrica produzia, diariamente, 3,5 mil metros de tecido. Anexo ao prédio da produção havia uma oficina de ferreiro, outra de carpinteiro e uma terceira de funileiro.
Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC
2- Fábrica de Tecidos Dona Isabel
Fundada no dia 08 de maio de 1889, a fábrica Dona Isabel chegou a empregar mais de 1.800 funcionários e a contar com filiais em Além Paraíba, Teresópolis e Bangu. Chegando a exportar seus tecidos para a Europa, a fábrica era responsável pelo tratamento do algodão ao tecido pronto. Uma das peculiaridades do local era o chamado relógio de ouro, dado aos funcionários que atingiam a surpreendente marca de 50 anos de contribuição à empresa. Saiba mais sobre a história clicando aqui.
Foto: Reprodução/Facebook Tempore Atiquus
Conheça a história da Fábrica Dona Isabel na íntegra em: Fábrica Dona Isabel: do algodão ao tecido
3- Fleischmann Royal
Foi em 1931 que a Fleischmann chegou ao Brasil e a Petrópolis. Na época, o carro-chefe da fábrica era a produção de fermento biológico fresco. Quem morou pelas redondezas – e mesmo os que eram de outros bairros – vão lembrar que a Fleischmann operava no local em que hoje funciona o supermercado Bramil. Uma das principais lembranças daquela época é o forte cheiro de melado que ficava no ar. Matéria-prima para a fabricação do levedo de pão, a indústria recebia cerca de um milhão de quilos de melado por mês.
Foto: Reprodução/IBGE
Saiba mais: Relembre a época em que a fábrica da Fleischmann no Brasil ficava em Petrópolis
4- Companhia Petropolitana de Tecidos
Instalada na região de Cascatinha em 1873 por iniciativa do empresário cubano Bernardo Caymari, a Cia. Petropolitana deu vida e trabalho à região até meados da década de 60. De acordo com a obra “A formação industrial de Petrópolis”, do mestre em História Pedro Paulo Aiello Mesquita, já em 1888 a indústria contava com uma classe operária de 1.071 pessoas: crianças de sete e oito anos, homens e mulheres, sendo a maior parte de origem italiana. Menos de dez anos depois de fundada, a fábrica já dispunha de mais de 200 casas em sua vila operária!
Foto: Reprodução/Facebook “A história de Cascatinha – Petrópolis, RJ”.
5- Fábrica de Tecidos Cometa
Fundada em 1903 por Manoel José Amoroso Lima – pai de Alceu Amoroso Lima, membro da Academia Brasileira de Letras com o pseudônimo Tristão de Athaide – a Cometa tinha sede no bairro Alto da Serra e filial no Meio da Serra. Na sede, eram 336 teares a vapor e cerca de 6 mil operários. Segundo publicação extraída da página Tempore Antiquus, no final dos anos 50 a unidade do Meio da Serra foi desativada. No local em que funcionou a matriz do Alto da Serra foi construído o complexo do Hipershopping ABC.
Foto: Reprodução/Facebook Tempore Antiquus
6- Primeira Indústria Brasileira de Feltros Lobera S.A.
Tida como a primeira indústria brasileira de feltros, a Lobera foi fundada em 1941, na Avenida Barão do Rio Branco, número 1958, em Petrópolis. Ao longo dos anos a empresa foi absorvida por diferentes grupos, alterando seu nome e linha de produtos, de Llobera para Huyck, depois para Xerium e, desde outubro de 2018, para Andritz. Na imagem abaixo, um registro da fábrica em 1957. As informações foram recolhidas em uma publicação da página Tempore Antiquus, no Facebook.
Foto: Reprodução/Facebook Tempore Antiquus
7- Doces Guerra
Fundada em 1915 por Anysio da Silva Guerra, a empresa é lembrada como a trilha sonora da infância dos consumidores. Na época, a produção, situada na Rua Dr. Sá Earp, era dividida em duas áreas: a confeitaria, que incluía os bolos, rocamboles, brevidade, bombocado; e o carro-forte, que eram os doces feitos a partir de frutas: bananada, pessegada, marmelada, goiabada. Até hoje, os petropolitanos falam do docinho miss que, feito com ovos e coco, era vendido tanto a quilo para que as pessoas o manuseassem, quanto já pronto.
Foto: Arquivo Pessoal Gabriela Guerra Azevedo
Conheça a história dos Doces Guerra na íntegra em: Doces Guerra e a fórmula da felicidade
8- Moageira
Situada na Avenida Barão do Rio Branco, número 1.187, a chegada da Moageira à região foi sinal de prestígio para quem ali morou. Tendo começado a ser construída em 1951, a fábrica entrou em atividade em 1955, fazendo uma produção de cem sacos por dia, de 50 quilos cada um. Além de entregas em Petrópolis, a farinha era consumida em Governador Valadares, Leopoldina e Miracema, por exemplo. Na época, eram produzidos dois tipos da farinha: a pura e a mista, mais simples, além do farelo.
Foto: Reprodução/Facebook Hospedagem BNB
Conheça a história da Moageira na íntegra em: Moageira: do grão à base do pão
9- Fagam
Abreviação para ‘Fábrica de Ataduras, Gazes e Algodões Medicinais’, a Fagam fez parte da infância de muitos petropolitanos pelas fraldas que produziu. Instalada no Duarte da Silveira, em 1977 a indústria implementou o sistema de fiação, fazendo com que a produção fosse de 100 toneladas de fio por mês. Presente em cerca de 20 estados, até no Nordeste a Fagam tinha fábricas com vilas operárias. Reconhecida em todo o país, a firma participava de congressos por todo o Brasil.
Foto: Ruth Hannah Amberger
Conheça a história da Fagam na íntegra em: Fagam e a produção do fio da sinergia
10- Bebidas Cascata
Rua Washington Luiz, número 455. Foi naquele endereço que por mais de 30 anos a alegria de muita gente era engarrafada. Com início em Cascatinha, em 1903, a produção inicial das Bebidas Cascata era de cerveja clara e escura. No Centro eram fabricados, ainda, barras de gelo – normalmente distribuídas em restaurantes da Região Serrana, o Guaraná e a Soda Cascata, licores, águas gasosas, xaropes, Cuba Libre e hi-fi, além da Cola-Móra e do Crik de Laranja. As atividades da empresa foram encerradas nos anos 80.
Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC
Conheça a história das Bebidas Cascata na íntegra em: Bebidas Cascata: sinônimo de infância e saudade