Incêndio florestal no Parnaso já consumiu área equivalente a mais de 100 campos de futebol
O Corpo de Bombeiros suspeita que o desastre ambiental no Parque Nacional da Serra dos Órgãos tenha sido causado por um balão.
(Atualizada às 22h08 do dia 05 de agosto de 2020)
Há uma semana do maior incêndio florestal do ano em Petrópolis, na Rebio de Araras, um novo desastre ambiental atinge, desta vez, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), no Bonfim. Desde a manhã de terça-feira (04), mais de 100 hectares (o equivalente a 100 campos de futebol) consumiram a vegetação, chegando até o morro do Açu.
Fotos Divulgação 15ª GBM
Força-tarefa para cessar o fogo
No início da operação de combate ao fogo eram cinco flancos ativos, dos quais três já foram extintos, inclusive o do Morro do Açu. Nesta madrugada uma equipe do Corpo de Bombeiros pernoitou na mata e outra se reuniu nesta quarta-feira de manhã na Fazenda Samambaia para montar uma força-tarefa, que conta com 70 pessoas, 16 viaturas e uma aeronave.
Fotos Divulgação 15ª GBM
As equipes do Corpo de Bombeiros, do INEA (Rebio Araras e RVS Serra da Estrela), ICMBio e IBAMA seguem tentando cessar os dois flancos ainda ativos no Parnaso — um no Morro da Bandeira e outro no caminho do Bonfim.
“As equipes estão trabalhando de maneira muito integrada. Antes, cada um cuidava da sua área, e com o plano, os órgãos pensam na cidade como um todo. É um ganho enorme para o município”, garante o comandante do 15º GBM, Gil Kempers. “É um incêndio difícil de ser combatido. Só conseguimos colocar as equipes nos locais com o apoio da aeronave. A logística é muito complicada”, disse. O comandante pediu ainda que as pessoas não soltem balões ou façam fogueiras.
Na manhã desta quinta-feira (06) as equipes de combate ao incêndio retomam os trabalhos, completando três dias de operação.
Suspeita de que um balão tenha causado o incêndio
Segundo o Corpo de Bombeiros, a queimada teria sido provocada pela queda de um balão. De acordo com o comendante comandante do 15º GBM, Gil Kempers “os brigadistas que pernoitavam no abrigo avistaram na noite anterior balões sobrevoando o parque”.
Fotos Divulgação 15ª GBM
Outro indicativo dessa causa é a localização dos focos de incêndio, que estavam acima de 2 mil metros de altitude. Ele começou na região do Chapadão, próximo ao local conhecido como “Graças a Deus”, em direção ao “Ajax”.
Sobre o Parnaso:
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos foi criado em 1939 para proteger a excepcional paisagem e a biodiversidade deste trecho da Serra do Mar na Região Serrana do Rio de Janeiro. São 20.024 hectares protegidos nos municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim.
Foto Divulgação / Parnaso Oficial
O Parque, que no momento está fechado por conta da pandemia, abriga mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas pela ciência, 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, incluindo 130 animais ameaçados de extinção e muitas espécies endêmicas (que só ocorrem neste local).
Mais de 750 hectares de vegetação queimada na última semana
Na semana passada, incêndios destruíram 750 hectares — o que corresponde a área de 750 campos de futebol — de mata em unidades de conservação da cidade. Houve combate a focos na Reserva Biológica de Araras (Rebio Araras), e em dois pontos do Parnaso (morro do Cobiçado e nas proximidades da Pedra do Elefante). Uma força-tarefa foi montada para o combate, que em três dias mobilizou 100 homens, 19 viaturas, dois drones e uma aeronave.
Como denunciar crimes ambientais?
As denúncias de crimes ambientais podem ser feitas através da Linha Verde, pelos telefones 0300 253 1177 e (21) 2253 1177, ou ainda através da Secretaria do Meio Ambiente, pelos telefones (24) 2246-9241 (licenciamento e fiscalização), (24) 2246-9233 (corte de árvore e queimadas), (24) 2246-9234 (núcleo administrativo).
Vale lembrar, ainda, que o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros é o 193.