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Coronavírus: a luta do comércio de Petrópolis para não fechar as portas em meio à crise

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Coronavírus: a luta do comércio de Petrópolis para não fechar as portas em meio à crise

Há mais de 70 dias sem funcionar, alguns estabelecimentos já tiveram que encerrar as atividades e outros se reinventam para superar a crise.

(Atualizada às 19h04, do dia 27 de maio de 2020)

Assim como em todo o país e no mundo, o comércio de Petrópolis vem sendo fortemente abalado desde o início da pandemia da Covid-19. Com a economia desaquecida e as duras restrições da prefeitura com o comércio para impedir o avanço do vírus na cidade, crescem os obstáculos para que as empresas e negócios petropolitanos consigam superar a crise.

Desde o início da pandemia, diversos estabelecimentos na cidade anunciaram o fechamento definitivo. O tradicional restaurante Planet Beer, localizado na Rua do Imperador, anunciou em suas redes sociais no início de maio que fecharia as portas: “Venho agradecer a todos os amigos e clientes que durante esses 20 anos fizeram parte de nossa caminhada. Estamos encerrado nossas atividades. Deus nos abençoe”.

Foto Divulgação

O restaurante Batata Retrô, famoso pelas batatas recheadas e o seu estilo americanizado dos anos 50/60, também foi uma vítima da Covid-19. Em um comunicado nas redes sociais, o restaurante lamentou que estava encerrando as atividades na Rua Dr. Nelson de Sá Earp. “Agradecemos aos queridos clientes que estiveram conosco, nesses anos, deliciando as batatas mais retrôs da cidade! Desejamos saúde a todos nós”.

Foto Arquivos Sou Petrópolis

Aos que tentam manter o seu empreendimento de pé em meio à pandemia, a situação é preocupante. Segundo dados do Departamento de Dados e Renda, adquiridos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Petrópolis tem mais de 25 mil pessoas que trabalham no comércio, e neste momento, estão sem poder trabalhar.

A dona de um estabelecimento no Centro, que preferiu não ser identificada, contou à Sou Petrópolis que precisou dispensar todos os funcionários e vem lutando para manter o seu negócio, mesmo sem dinheiro para pagar as contas: “As pessoas não entendem e acham que só pensamos no financeiro, quando na verdade não sabem da nossa situação. Tendem a achar que somos ricos só porque temos uma loja. Eu comecei vendendo de porta em porta e lutei muito pra abrir meu negócio, mas com a pandemia eu fiquei sem recursos. Agora dependo da aposentadoria da minha mãe até para me alimentar”, desabafou. Quanto a receber algum incentivo ou apoio do governo, a empresária ironizou: “O apoio que eu recebi foi uma multa de R$800 da prefeitura”.

Plano de Retomada do Comércio e dos Serviços

O prefeito Bernardo Rossi anunciou no último sábado (23) que será permitido, a partir do dia 1° de junho, a retomada gradual das atividades do comércio em Petrópolis, seguindo a nota técnica da Secretaria de Saúde. A prefeitura explicou, através de uma live nas redes sociais, como vai funcionar a flexibilização gradual do comércio e serviços e frisou que a decisão não garante o fim do isolamento social, e as ações para o combate estarão ainda mais endurecidas.

As medidas foram tomadas ao longo das últimas semanas, após a prefeitura ouvir diversos segmentos econômicos, o judiciário, as forças de segurança pública e diretores e responsáveis por hospitais de Petrópolis.

Reinvenção em tempos de crise

Algumas empresas encontram-se ainda sem previsão de retomada, como é o caso do Studio de Dança Renata Abreu, presente em Petrópolis há 18 anos. Com as aulas de dança interrompidas, o Studio revela que perdeu cerca de 50% de seus alunos, sem perspectiva de voltarem. Para manter os trabalhos, o Studio precisou se reinventar neste período e passou a oferecer suas aulas de dança online em todas as modalidades. De acordo com a diretora, Renata, tem dado certo e é o que ainda mantém a academia de pé.

Foto Divulgação

Mesmo com a flexibilização do comércio e com uma possível retomada de cursos e academias estando em análise pela prefeitura, Renata admite que não será fácil: “Eu acho que vai demorar ainda para as coisas voltarem ao normal. E mesmo quando voltar, acredito que será diferente. Vamos precisar tomar mais cuidados e, mesmo assim, o cenário não é muito otimista, porque no meu caso, por exemplo, dependo das pessoas se restabelecerem para voltarem a matricular seus filhos na academia de dança”, finaliza.

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