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Censo registra 61 pessoas que se identificam como quilombolas em Petrópolis

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Censo registra 61 pessoas que se identificam como quilombolas em Petrópolis

Pesquisa inédita foi realizada pelo IBGE. A maioria dessa população vive no Quilombo da Tapera, localizado no Vale do Cuiabá, último remanescente da cidade

Pela primeira vez, o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangeu a pesquisa para as comunidades quilombolas do Brasil. Em Petrópolis, 61 pessoas se autodeclararam quilombolas, ou seja, quem tem laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vive.

Fotos: reprodução instagram quilombodatapera

Segundo o Censo, são 46 pessoas que vivem em território quilombola no município e outras 15 em outros locais. São 23 domicílios onde eles vivem, 13 em território quilombola e 10 fora. Devido aos dados estarem em fase de consolidação, estes estão sujeitos a revisões até o próximo Censo.

O recorte inédito, é fundamental para conhecer essa população, assim como toda, e poder desenvolver políticas públicas voltadas a elas.

Quilombo da Tapera 

Na cidade, a maior parte dessa população vive no Quilombo da Tapera, que fica no Vale do Cuiabá. O local foi reconhecido, em 2011, pela Fundação Palmares como área remanescente de quilombo. A inclusão da população no Censo foi comemorada por quem vive lá. São 68 pessoas –  entre crianças, adultos, adolescentes e idosos, totalizando 24 famílias.

Fotos: reprodução instagram quilombodatapera

“Vejo de uma grande importância e vitória para a nossa comunidade. Temos importantes demandas que são esquecidas para o nosso povo. Com a pesquisa, esperamos mostrar a necessidade de políticas públicas destinadas a nós. Que o poder público tenha um olhar e respeito pela nossa população sofrida, que existe e resiste há muito tempo’’, frisa Denise André Barbosa Casciano, Diretora Cultural do quilombo.

Luta por direitos

Denise pontua o transporte público e a saúde como um entrave no Quilombo da Tapera.

“Não temos transporte  público. Para conseguirmos o ônibus mais próximo, temos que caminhar duas horas, tanto na ida quanto na volta. Com muita luta, temos o escolar para as crianças. Energia elétrica conseguimos quando retornamos para a nossa comunidade em 2013, após a tragédia de 2011, até então vivíamos sem, assim como o  saneamento básico também. Falam que temos um diferencial na saúde, mas não enxergamos. Para conseguir uma consulta levamos meses”.

Resistência

“Queremos visibilidade, garantia de direitos para nossa população tão esquecida pelo poder público. Estamos aumentando. Nossas gerações estão se casando e resistindo bravamente, assim como nossa matriarca Sebastiana, que nos deixou esse legado. Nos desafios do dia a dia estamos aqui, resistindo para existirmos”, pontua Denise.

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