Aos 64 anos, moradora de Petrópolis cursa terceira graduação de nível superior
Para o futuro, ela brinca: “talvez tenha mais uma especialização”
Com o noticiário das últimas semanas tomado por casos de etarismo – situações em que se é discriminado por conta de preconceitos de idade – a Sou Petrópolis saiu em busca de histórias que provam que nunca é tarde para começar. Conhecemos atletas petropolitanos com mais de 70 anos, nos inspiramos pela estudante de 53 anos que está próxima de alcançar o sonho de se tornar nutricionista e, esta semana, te convidamos a ouvir a também emocionante trajetória de Ana Maria: estudante de 64 anos que já cursa a terceira graduação de nível superior.
Foto: Arquivo pessoal Ana Maria Alves de Andrade – Reprodução/Internet
Quando se fala em histórias, é inegável que cada um tenha a sua, e é seguro dizer que, no caso de Ana Maria Alves de Andrade, a caminhada é regida pela busca insaciável pelo conhecimento. Aos 64 anos, ela cursa o terceiro período do curso de Direito. E como se a conquista, por si só, já não fosse o suficiente, essa é a terceira graduação a nível superior a que a estudante se dedica. Nascida em uma família de classe média, ela explica que seu primeiro contato com a faculdade se deu aos 18 anos, quando se graduou em Odontologia.
“Me especializei em Radiologia Oral e trabalhei na área por mais de 20 anos. Por problemas de saúde, me afastei do trabalho e, com meus filhos já formados, me veio à mente um sonho antigo, fazer uma segunda graduação totalmente diferente da minha profissão”. Alcançada, a meta envolveu a formação no curso de História, que veio acompanhada de muitas descobertas, realizações e do sentimento de renovação de voltar aos estudos e ao ambiente acadêmico depois de três décadas afastada.
Foto: Reprodução/Internet
“Depois disso, veio a fase da pós-graduação, que cursei em Ciência das Religiões”, diz com satisfação. Com o marido, os filhos e genro como principais alicerces, Ana Maria tem encontrado nos estudos uma inesgotável fonte de combustível que a faz querer descobrir, cada vez mais, as engrenagens do mundo. “Quando você me pergunta se tenho um plano para o futuro, não sei te responder, mas talvez uma nova especialização”, ri a graduanda em Direito que, por sinal, explica que não tem do que se queixar das turmas em que esteve.
Foto: Ana Maria Alves de Andrade ao lado do marido, Marco Antônio Ramos Cândido. Imagem: Arquivo pessoal
Entrosada com os demais estudantes, ela conta que, embora “aluna sênior” nos cursos de História e Direito, costuma brincar que o único bullying que sofre é o de ser chamada de senhora pelos colegas. Grata por ter sido acolhida no ambiente de aprendizagem, Ana Maria, mesmo sem a intenção, se revela uma inspiração para todas as idades. Afinal, tem o conhecimento como prioridade e não mede esforços para alcançar seus objetivos, que parecem sempre dar lugar a novas metas envolvendo a educação.
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