Estudantes da UFRRJ produzem podcast sobre a maior tragédia climática de Petrópolis
Episódio de 12 minutos está disponível no Spotify e conta com relatos de moradores, voluntários e especialistas em desastres ambientais
A maior tragédia climática da história de Petrópolis completou 1 ano neste mês e, com o objetivo de relembrar e divulgar tudo o que aconteceu naquele dia 15 de fevereiro de 2022, seis estudantes do curso de jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) produziram um podcast com moradores, voluntários e especialistas em desastres ambientais.
Da esquerda para a direita somos: Luiz Felipe Pinheiro, Sebastian Zanuncio, Ana Clara Lima e Rian Delaia. Foto: Divulgação
Com 12 minutos de duração, o episódio do chamado “Capicast” está disponível no Spotify ou Deezer. Um dos participantes, o aluno Rian Delaia, conta que a ideia surgiu quando sua mãe veio a Petrópolis e estava preocupada com as chuvas. O grupo então percebeu que a tragédia estava próxima de completar 1 ano e decidiu usá-la como tema.
“É um assunto muito complexo de ser trabalhado. Muitas pessoas com quem entramos em contato preferiram não falar por ser uma dor recente. Mas foi uma experiência enriquecedora como estudante de jornalismo. Fez eu me encantar por esse trabalho”, conta.
Desafios
O discente comenta que, só para o primeiro minuto do podcast foram reunidos 43 minutos de entrevistas e que foi um desafio conseguir sintetizar todos os ricos relatos. “Foi doloroso ouvir tudo, são histórias muito tristes e ter noção de tudo diretamente de quem vivenciou aquilo, foi bem difícil”.
Luiz Felipe Pinheiro, um dos locutores do episódio e responsável pela edição, acrescenta que, apesar das dificuldades, o tema foi trabalhado de forma sensível e com bons pontos de vista. “Foi sem dúvidas uma experiência incrível, tanto editar, quanto locucionar. Esse episódio do Capicast teve uma pegada diferente dos outros e a forma como abordamos esse tema foi primorosa”, disse.
Na foto: Gabriele Freitas, que locucionou a apresentação do episódio, e Rian Delaia. Foto: Divulgação
Para Sebastian Zanuncio, que também participou da produção, o mais difícil foi perceber a real dimensão do que aconteceu. “Já havia ido à Rua Teresa e ver um lugar que eu já visitei totalmente coberto de lama foi impactante. Produzindo esse episódio a gente viu que por trás daqueles números sendo divulgados, eram histórias de pessoas que foram interrompidas e outras tantas impactadas para sempre. Uma coisa é a gente ver na televisão, mas quando conversamos com essas pessoas, isso nos marca profundamente quanto humanos e jornalistas em formação”, finaliza.
O Capicast
Atualmente, o Capicast conta com 14 episódios, todos produzidos por alunos do curso de jornalismo. Um deles, que aborda o impacto dos tiroteios no cotidiano escolar das favelas, foi premiado na Expocom Sudeste de 2019, exposição e premiação para trabalhos experimentais realizados por estudantes de comunicação. Todas as produções estão disponíveis gratuitamente no Spotify e no Deezer.