Chuva e alagamento nesta segunda evidenciam a insegurança do petropolitano com o próximo verão
Ao todo foram registradas oito ocorrências, dentre deslocamento de terra e quedas de árvore. Alto da Serra foi a região com o maior acumulado pluviométrico, 94,21 milímetros
Mesmo após seis meses da maior tragédia natural já vista na cidade, basta chover para os petropolitanos ficarem com medo e desmarcarem seus compromissos.
Essas situações evidenciam a insegurança que os petropolitanos sentem com o próximo verão.
Fotos: Reprodução Redes Sociais
Em conversa com a Sou Petrópolis, uma moradora do bairro Chácara Flora, onde foi registrado 70,2mm de chuva nas últimas 12 horas, relata sentir medo de que, no ano que vem, uma nova tragédia aconteça.
“Aqui só asfaltaram as ruas e não foi feito nenhum muro de contenção. Estão preocupados com as ruas para mostrar a visibilidade do trabalho, mas pouco se importam com quem ficou nos bairros. A chuva de verão vai vir e o que ficou de entulho vai descer. Não é o que queremos, mas se com essa chuvinha de hoje já está assim, imagina no verão”, conta a petropolitana que perdeu um parente na tragédia de fevereiro.
“Imagina no verão”
O local com o maior acumulado pluviométrico foi o Alto da Serra, onde foi registrado 94,21 milímetros. Um dos vídeos mais compartilhados nas redes é deste bairro, próximo ao final da Rua Teresa, onde as ruas estão alagadas e cobertas de lama. No registro, é possível ouvir quem gravou o vídeo dizendo. “Imagina no verão… Como é que vai ser isso aí?”
“Os bairros estão muito precários, isso é muito triste. Quando se trata de vidas, fico muito chateada. Estão esquecendo das vidas que ficaram”, comenta, a moradora do Chácara flora, que preferiu não se identificar. Ela acrescenta ainda que vários conhecidos estão com a saúde mental afetada por toda esta situação, tendo desenvolvido quadros de ansiedade.
Segundo a Defesa Civil, desde às 8h desta segunda-feira, foram registradas oito ocorrências, sem gravidade e sem vítimas. Uma moradora do Sargento Boening, que também não quis se identificar, compartilhou um deslizamento que aconteceu na sua rua, e também relatou o desespero.
“Tomara que não, mas no verão é capaz de acontecer aquela catástrofe toda novamente. As casas na subida do Sargento estão todas penduradas, se der aquele temporal aquilo cai tudo, e tomara que não esteja passando ninguém na hora”, diz ela.
Questionada sobre as ações feitas para mitigar os danos das chuvas, a Prefeitura não respondeu até o fechamento da matéria.