Coréografo de Petrópolis realiza sonho de desfilar no carnaval da Marquês de Sapucaí

A cidade de Petrópolis teve representação de peso no desfile de carnaval deste ano na Marquês de Sapucaí. O coreógrafo petropolitano Marlon Fernandes, de 31 anos, desfilou na comissão de frente da Unidos de Vila Isabel.

Foto: Arquivo Pessoal Marlon Fernandes

Marlon foi o único petropolitano a ser selecionado nas audições. Com um samba-enredo que homenageou Martinho da Vila, a escola conquistou o quarto lugar e irá voltar à Sapucaí no próximo sábado (30), para o desfile das campeãs. No desfile, Marlon era um dos guerreiros que reverenciavam Martinho, que representava o Orixá Omolu.

Foto: Arquivo Pessoal Marlon Fernandes

Mas chegar lá não foi uma tarefa simples. Marlon conta que fez uma série de testes e audições para os desfiles durante anos. De acordo com o coreógrafo, a sua rotina intensa de trabalho também quase o impediu de realizar o sonho. Foram noites sem dormir, complicações com o trajeto e processos seletivos complicados.

“Foi muito difícil. Com muita resiliência e apoio, consegui passar por esses desafios. Participar do Carnaval após dois anos sem a festa foi muito gratificante e emblemático”, comenta.

Nascido no Vila Felipe e com parentes entre as vítimas da tragédia em Petrópolis, Marlon também perdeu a casa e teve a academia onde trabalha bastante danificada. “Perdi familiares, perdi a casa onde nasci e fui criado, perdi meu local de trabalho. Foi muito difícil, de verdade”, disse Marlon.

A carreira

Sobre a carreira, Marlon tem um currículo vasto. Inspirado por Michael Jackson, começou a dançar com 8 anos de idade e se formou em jazz em 2007. Em 2015, o coreógrafo conseguiu seu registro profissional em dança.

Foto: Arquivo pessoal/Marlon Fernandes

“Comecei a dar aulas de zumba na época, de maneira despretensiosa. Enfrentei muitos obstáculos, mas venci e quando vi, estava dando aula pra 100 pessoas. Ganhei notoriedade na Zumba e já trabalhei em vários projetos, inclusive fazendo tour pelo Brasil”, contou.

Marlon também falou sobre a irmã, o primeiro emprego e a quase desistência da carreira para ter que ajudar em casa. “Enquanto eu continuei no meio artístico, a minha irmã teve que parar. Por diversas vezes, tive que abdicar da arte para ajudar em casa. Meu primeiro emprego formal foi em uma rede famosa de fast food, a qual sou muito grato”, disse.

Além disso, o coreógrafo também já foi membro da Cia Ética de Dança, onde participou de eventos realizados pelo Sesc, fez parte do elenco de dança da Xuxa e se apresentou no Adnight Show, além de fazer testes para clipes da Pablo Vittar e para o Rock in Rio, o qual considera um grande aprendizado.

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