Quinze dias após tragédia, prefeitura diz que ainda não é possível informar número de casas atingidas em Petrópolis
Município afirma que trabalho está em andamento. Até terça-feira (1º) foram registradas mais de 3.600 ocorrências após o forte temporal que atingiu a cidade
Quinze dias após a tragédia que devastou a cidade, a prefeitura disse que ainda não é possível informar ao certo o número de casas atingidas em Petrópolis. Até esta terça-feira (1º), a Defesa Civil contabilizou mais de 3.600 ocorrências.
Foto: Ricardo Moraes – REUTERS
Segundo o município, o único levantamento até agora é com relação ao Morro da Oficina, uma das áreas mais atingidas pelo temporal do dia 15 de fevereiro. No local, a prefeitura informou que a partir de análises feitas na região, a estimativa é de que 80 casas tenham sido afetadas. O Corpo de Bombeiros informou que 93 pessoas foram retiradas dos escombros na região. As buscas no local foram encerradas no domingo (27).
Além do Morro da Oficina, também foram registrados deslizamentos com vítimas em regiões como Caxambu, Vila Felipe, 24 de Maio e Chácara Flora (neste as buscas por duas pessoas continuam nesta terça). As informações sobre o número de casas atingidas nessas áreas não foram divulgadas.
Ainda não há dados sobre número de casas atingidas no Chácara Flora. Foto: Diogo Carius
Até o momento, o município afirma que tem 1.117 pessoas acolhidas em pontos de apoio e outras instituições voluntárias. Todas terão direito ao aluguel social no valor de R$ 1 mil, sendo R$ 800 pagos pelo Governo do Estado do RJ e R$ 200 pagos pela Prefeitura.
“Desde o primeiro momento, após a ocorrência da forte chuva na cidade no último dia 15 de fevereiro, a Defesa Civil trabalha de forma intensiva nas vistorias por regiões, para delimitar as áreas de maior comprometimento e risco por conta de escorregamentos. A partir desse mapeamento, os técnicos atuam pontualmente nas vistorias residenciais para que se tenha uma análise detalhada de cada situação. Tendo em vista o trabalho que ainda está em andamento, ainda não é possível informar ao certo o número de casas que foram atingidas”, informou a Prefeitura por meio de nota.
Buscas por moradias seguras
O município informou que algumas famílias que estavam nos pontos de apoio começaram a se mudar no fim de semana com ajuda do Aluguel Social.
A Prefeitura diz que um grupo de trabalho foi criado para identificar as pessoas que estão em busca ou já conseguiram o imóvel, prestando o auxílio necessário para viabilizar a transferência.
Essa ação conta ainda com o acompanhamento de várias Ongs ligadas ao terceiro setor que ajudam na organização e na busca de imóveis – incluindo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), que participa do processo.
Rosana Regina Baptista, de 40 anos, morava na Rua Frei Leão, no Alto da Serra, e perdeu a casa após as chuvas. Ela já conseguiu mudar para um local seguro.
“Estou muito mais feliz e emocionada pois, depois de toda essa tragédia, vamos voltar a viver com dignidade”, disse.
Isenção de IPTU e aluguel em outro município
A Prefeitura também criou o banco de imóveis para proprietários cadastrarem seus imóveis para as vítimas da chuva.
A Prefeitura enviará projeto de lei à Câmara para isenção de IPTU dos proprietários que disponibilizarem os imóveis para o Aluguel Social. O governo municipal pediu, ainda, isenção da taxa de religamento de luz. Com a relação à água, a demanda já foi atendida pela Águas do Imperador.
Além de ajudar as famílias a localizarem locais seguros, o governo municipal agilizou o processo por meio da assinatura de um contrato de garantia de pagamento, se comprometendo a arcar com o benefício.
Outra medida para garantir que as famílias consigam alugar um imóvel de forma mais rápida e devido as consequências sociais e habitacionais agravadas pela forte chuva, o decreto 041 de 24 de fevereiro, permite, de forma excepcional, a locação de imóveis em outros municípios, pelo período de seis meses, podendo ser reavaliada a necessidade de manutenção.
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