O meteorologista do Inmet, Olívio Bahia, afirmou que o que ocorreu em Petrópolis é chamado de Eventos Extremos
A tragédia que assolou Petrópolis no dia 15 de fevereiro causou estragos em diversos locais da cidade, principalmente no Morro da Oficina, no Alto da Serra, Caxambu, Chácara Flora, Vila Felipe, Rua Itália e Sargento Boening.
As imagens feitas pelo MapBiomas, projeto que estuda as transformações do solo no Brasil, mostram a dimensão da tragédia na cidade. Nelas, é possível ver como os bairros eram e como ficaram depois da tragédia.
O desastre já causou mais de 230 mortos e, até momento, mais de mil pessoas estão desabrigadas.
Monitoramento e Previsão de Curtíssimo Prazo
As imagens de satélite são ferramentas que auxiliam no monitoramento. Além dos satélites, existem os radares meteorológicos, estações meteorológicas automáticas para registro dos dados a cada 10 minutos, ampliação da rede de estações meteorológicas para cobrir uma área cada vez maior, ferramentas derivadas de modelos para as previsões, equipes de profissionais bem treinados trabalhando 24h/dia, etc.
Todos esses processos fazem parte da Atividade Operacional na área de Previsão de Tempo, em especial, Monitoramento e Previsão de Curtíssimo Prazo (previsão para 30 minutos até 6 horas).
Segundo Olívio Bahia, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), alguns eventos, como o que ocorreu em Petrópolis, são chamados de Eventos Extremos.
“A forma como ocorreu nem sempre é bem prevista pelos modelos numéricos de previsão de tempo e, obviamente, pelos meteorologistas. São situações que ocorrem desde o descobrimento do país. Infelizmente, a ocupação desordenada e a falta de uma estrutura adequada fazem com que as tragédias sejam grandes quando algum evento extremo acontece”, afirma.
A Defesa Civil de Petrópolis informou que foram registradas mais de 3.600 ocorrências na cidade, a maioria delas, de deslizamentos. A lama e a força da água destruíram dezenas de casas.
Questionados sobre o número de casas atingidas pela tragédia no munícipio, a Prefeitura de Petrópolis disse que ainda não é possível informar ao certo, devido ao trabalho da Defesa Civil que ainda está em andamento.
No dia 15/02 houve um registro pluviométrico de 259 milímetros, um valor acima da média esperada para um mês, que seria de 238,2 mm.
O monitoramento ajuda?
O meteorologista afirma que sim, mas explica que seria difícil evitar a tragédia: “A chuva foi muito rápida, em grande volume e concentrada em uma área, ocorrendo numa área de serra com alta densidade demográfica. Tudo acabou convergindo: ação da natureza (chuva) sobre uma área com Topografia Acidentada (região de serra) e muita gente morando nas encostas”.
Desabrigados
Segundo a Prefeitura de Petrópolis, a partir de análises feitas no Morro da Oficina, a estimativa é de que 80 casas tenham sido afetadas pela tragédia. No momento, o município tem 1.117 pessoas acolhidas em pontos de apoio.
Foto: MapBiomas com imagens Planet/SCCON e Google
Na noite do último domingo (27), o Corpo de Bombeiros anunciou que a busca pelas vítimas do Morro da Oficina foram finalizadas. Ao todo, mais de 90 pessoas foram encontradas no local desde terça-feira (15).
Foto: MapBiomas com imagens Planet/SCCON e Google
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