Petrópolis ganha museu virtual para reunir memórias da população negra
Objetivo do Museu da Memória Negra é reivindicar narrativas e promover ações identitárias para a população afro-petropolitana
Neste 20 de novembro de 2021, Dia da Consciência Negra, Petrópolis começa a ganhar registros de um passado silenciado, com o lançamento do Museu da Memória Negra de Petrópolis.
A partir de agora será reunido um acervo virtual com o objetivo de manter e ampliar a cultura afro-brasileira de resistência e de trabalho da memória negra, assim como reivindicar narrativas e promover ações identitárias e representativas para a população afro-petropolitana.
Fotos: Acervo Museu da Memória Negra de Petrópolis
O projeto é conduzido pelo arquiteto, Filipe Graciano; pelo historiador, Lucas Ventura da Silva; pela advogada, Karol Cerqueira e pelo artista plástico, Pedro Ivo Cipriano. Além do site, eles mantém também as atualizações no instagram.
“O Museu nasce dessa vontade de rediscutir a memória negra em Petrópolis e de criarmos um acervo de negros e negras da cidade. Nós temos toda uma narrativa de cidade colonizada por alemães e construída pela mão de obra livre e todo um silenciamento dessas memórias negras. É uma necessidade falarmos de uma história que Petrópolis viveu e vive”, diz Lucas Ventura.
Um dos espaços do site, o “Nossas memórias” busca contar histórias de pessoas negras e já apresenta algumas, como a do professor Beto Carvalho, da ativista Soninha Maracanã e do artista plástico, Pedro Ivo Cipriano. Outras histórias como as deles podem ser enviadas para o acervo por meio do site do Museu da Memória Negra de Petrópolis.
Espaço físico
A ideia, segundo Lucas, é que todo esse acervo possa fazer parte, futuramente, de um espaço físico. Ele disse, inclusive, que já vem sentindo a necessidade e curiosidade por parte do público que quer conhecer a fundo essa história.
O objetivo do grupo é conduzir o museu virtual e trabalhar, paralelamente, pela construção do museu físico, que possa ser inaugurado em um prazo de três a quatro anos.
“Nas redes sociais do Museu da Memória Negra recebemos um número significativo de mensagens semanais de turistas perguntando o endereço do museu. Certamente, esse movimento nos mostra toda uma demanda existente para a discussão sobre essas memórias”, conclui Lucas.