Petropolitano aceita desafio de morar e dar aula em aldeia indígena no Alto Xingu
Formado em Biologia, Sebastião Soares está há uma semana na aldeia Afukury, que fica no município de Querência, em Mato Grosso
Aos 32 anos, o petropolitano Sebastião Soares se mudou para o Mato Grosso para dar aula para o ensino médio em uma aldeia indígena, no Alto Xingu.
Foto: Sebastião Soares em frente à Oca onde está vivendo na aldeia Afukury, no Alto Xingu
Com licenciatura em Biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o professor está há uma semana no território da aldeia Afukury, que fica no município de Querência, mas está localizada a 100 km da cidade.
“Quando recebi a proposta de vir para cá, senti medo, mas vejo que aqui vou ter a oportunidade de experimentar e dialogar tanto com a natureza, o meio ambiente, quanto com a comunidade indígena. Já sei que foi a melhor escolha ter vindo para cá”, diz Sebastião.
Um dos objetivos do professor, que defende o cuidado e a preservação do Meio Ambiente, é justamente observar como é a relação da comunidade que se entende como parte da natureza.
“Estou aprendendo aqui muito sobre acolhimento, como viver em comunidade e sobre a simplicidade das coisas”, conta.
Trajetória
Sebastião cresceu no distrito da Posse e acredita que sua escolha profissional está diretamente ligada ao fato de ter tido contato com a natureza durante toda a infância.
No ensino médio se encantou pelo estudo da vida, o que o fez prestar vestibular para Biologia.
“Inicialmente pensei em fazer Biologia Marinha, mas ao longo da faculdade vi que meu encantamento era pela educação, por estar em sala de aula e poder ensinar”, revela.
Preservação e Conscientização
Cuidar do Meio Ambiente é um desafio para as gerações atuais e o Brasil é uma potência mundial em recursos naturais que precisam ser preservados.
É isso que move a experiência de Sebastião em conscientizar que mesmo quem está nas grandes cidades deve ter a consciência de que é responsável por esta preservação.
“Nós somos natureza e precisamos trazer e incorporar isso no nosso dia a dia. Somos seres que habitam o meio ambiente. A partir da ciência, sempre tive o desafio de mostrar para as crianças que estamos conectados com o meio ambiente e devemos cuidar dele”.