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“Não é preciso entrar em colapso para agir”, diz pesquisador da Fiocruz sobre o aumento de internações em Petrópolis

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“Não é preciso entrar em colapso para agir”, diz pesquisador da Fiocruz sobre o aumento de internações em Petrópolis

Cidade se aproxima dos 90% de ocupação de leitos no SUS. Para Carlos Machado, coordenador do Observatório Fiocruz Covid-19, esperar para tomar medidas mais rigorosas significa mais mortes que poderiam ser evitadas. Para o pesquisador, é hora de toda a sociedade e do poder público se mobilizarem.

A alta taxa de ocupação de leitos para covid-19 divulgada pelo último boletim epidemiológico nesta quarta-feira (17) revela um cenário preocupante para Petrópolis. A taxa de ocupação é de 88,51% de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 82,19% de leitos clínicos no SUS. Este é o maior número registrado na cidade desde o início da pandemia em março do ano passado. O município já registrou 612 mortes pela doença.

Foto Reprodução Internet

Segundo o pesquisador Carlos Machado, coordenador do Observatório Fiocruz Covid-19, com índice de 85% de ocupação de leitos para covid-19 já são recomendadas medidas mais restritivas, como o lockdown temporário, onde apenas os serviços essenciais funcionam.

“Não é preciso entrar em colapso para agir. As secretarias de saúde precisam ser mais proativas – agir antes, do que reativas – agir depois. Esperar significa mais mortes que poderiam ser evitadas. É o momento de agir”, afirma.

Veja também: Petrópolis registra 47 óbitos por Covid-19 na primeira quinzena de março

O pesquisador cita como exemplo a cidade de Araraquara, em São Paulo, que esperou chegar a 100% de ocupação dos leitos para covid-19 para adotar medidas mais rigorosas. E só conseguiu reduzir em 30% a ocupação nos hospitais após 14 dias.

Carlos Machado reforça que o cenário atual, também em Petrópolis, é de crise e que, portanto, todos os setores devem estar envolvidos para controlar a taxa de transmissão da covid-19: “Desde movimentos sociais em comunidades a empresas de diferentes setores e o poder público. Toda a sociedade deve estar mobilizada neste momento”, destaca.

De acordo com o pesquisador, até o momento já se sabe que as variantes da Covid-19, por exemplo, podem aumentar a taxa de transmissão em até 2 a 2 vezes e meia comparando com as cepas antigas da Covid-19. “Vemos que é um cenário de grande transmissão do vírus e que só se controla com medidas mais rigorosas”.

Uso de máscara pode reduzir a transmissão em até 80%

Além disso, ele reforça sobre a importância do uso das máscaras para quem precisa sair de casa. Se todo mundo usar mesmo a máscara de tecido com três camadas, a redução da transmissão chega a 80%, segundo ele “Deve ser uma meta do poder público ampliar em larga escala a distribuição de máscaras e campanhas educativas”.

Ele reforça que as máscaras devem ser usadas corretamente, cobrindo a boca e o nariz, para garantir a proteção da população e acrescenta: “Máscara no queixo é enfeite”.

Medidas já tomadas em Petrópolis

A Prefeitura de Petrópolis prorrogou as medidas restritivas que foram adotadas no início deste mês até o dia 22 de março, com limitação do horário de funcionamento de bares e restaurantes até as 22h, proibição de aglomerações, seja em área pública ou privada, e proibição de permanência de pessoas nas ruas das 22h às 5h.

Também foi determinado o horário de funcionamento do comércio em horário diferenciado, das 11h às 20h, com limitação de 50% da capacidade. Lojas de conveniência que funcionam em postos de combustíveis também estão proibidas de venderem bebidas alcoólicas das 22h às 5h.

Na quarta-feira (17), a Prefeitura também entrou com medida judicial para que as empresas de ônibus circulem com 100% da frota para evitar aglomerações dentro dos coletivos. Desde o início da pandemia, a frota foi reduzida na cidade.

O município informou ainda que deve anunciar novas medidas nos próximos dias.

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