Infectologista atribui aumento de internações por Covid-19 em Petrópolis à alta taxa de transmissão do vírus

Infectologista e diretor médico do SMH, Luis Arnaldo Magdalena, atribui o aumento de casos de pacientes internados com covid-19 em Petrópolis a uma alta taxa de circulação do vírus. De acordo com ele, o crescimento também representa um reflexo das aglomerações que ocorreram no carnaval, uma vez que o período de incubação do novo coronavírus é de sete dias podendo chegar a 14.

“Quando os casos aumentam bruscamente podemos concluir uma alta taxa de circulação, ou seja, alta taxa de transmissão – mais pessoas doentes e transmitindo”, explica.

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Questionado sobre a faixa etária dos pacientes que têm buscado atendimento, Luis Arnaldo disse que são de todas as faixas etárias, mas que os casos mais graves continuam sendo de pessoas com mais de 60 anos, obesas e diabéticas – fatores de risco para desenvolvimento de complicações da covid-19, segundo o médico.

A orientação do especialista para o atual momento é não relaxar nas medidas de proteção. “E evitar contato com pessoas idosas, do grupo de risco, obesas, diabéticas. Não vale a pena visitar pai, mãe, avô e avó principalmente nos próximos 30 dias. Nesse momento crítico quanto menos pessoas circulando maior vai ser a efetividade no controle da transmissão do vírus”, destaca.

Novas variantes

Sobre as novas variantes que estão em circulação, Luis Arnaldo explica que ela fará com que mais pessoas fiquem doentes no país de um modo geral. “Quanto mais pessoas infectadas, mais pessoas irão evoluir para a forma grave da doença”, explica.

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De acordo com o infectologista, o que já se sabe hoje é que 20% das pessoas com covid vão necessitar de internação. E a taxa de mortalidade é em torno de 5%, tendo toda a estrutura para atender esses pacientes, como leitos e respiradores.

“Nosso receio é não conseguir dar o suporte adequado para a demanda de covid. Não conseguir internar, e não ter equipamentos de respiração artificial, oxigênio…”, diz.

Hospitais relatam preocupação com aumento de internações

Os Hospitais de Petrópolis relataram preocupação com o aumento de internações pelo novo coronavírus na cidade nas últimas duas semanas. O SMH informou que está com 100% de ocupação nos leitos covid-19 e também nos leitos para comorbidades diversas.

Fernando Baena, diretor executivo operacional do SMH, diz que a unidade trabalha para que o próximo estágio nunca chegue a ser essa falta de vagas para internação. Ele também alerta que pessoas com doenças crônicas, com outros quadros graves ou que adoeceram durante esse um ano de pandemia também estão no seu limite de espera para tratamento. “Há outras doenças que matam, além do coronavírus, e não podemos minimizar a situação desses pacientes”.

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O Hospital Santa Teresa (HST) disse que está atendendo em média, 90 pessoas por dia com sintomas respiratórios. Já o Hospital Unimed disse que está com 73% de ocupação.

No Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada, há 165 pessoas internadas em leitos-covid e a ocupação no SUS é de 61,82% nos leitos clínicos e 66,67% nos leitos UTI. Petrópolis também está internando pacientes de outras cidades devido as alterações no sistema de regulação feitas pelo Estado. Desde a semana passada, a cidade registra a média de 10 internações por dia de pacientes de outros municípios.

Medidas restritivas

A fim de conter a disseminação do novo coronavírus e evitar um colapso na rede de saúde, a Prefeitura de Petrópolis anunciou na última semana uma série de medidas restritivas. Entre elas, o toque de recolher das 22h às 5h. Ou seja, não será permitida a permanência de pessoas em vias, áreas e praças públicas. Somente a circulação é permitida.

Comércio, bares, lanchonetes e restaurantes também deverão fechar às 22h, respeitando o limite de 50% de ocupação..

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