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Moda consciente: brechós se tornam tendência entre os petropolitanos

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Moda consciente: brechós se tornam tendência entre os petropolitanos

Empreendedores dizem que houve um aumento significativo dos brechós e dos consumidores após a pandemia da covid-19

Até o dia 26 de abril ocorre, mundialmente, o Movimento Fashion Revolution. Em Petrópolis, estão sendo realizadas atividades gratuitas em espaços públicos. O objetivo é propor e estimular melhores práticas de consumo da moda. Entre as ações a uma resposta consciente e sustentável ao fast fashion – produção de peças de vestuário em grandes quantidades e o mais rápido possível, que causa impacto ambiental e na indústria da moda, estão os brechós, cada vez mais presentes na vida dos petropolitanos.

Fotos: Sou Petrópolis

Brechó como alternativa sustentável

Levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostra que, nos últimos anos, o Brasil foi responsável por produzir cerca de 9 bilhões de peças e descartar 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis

Em Petrópolis são diversos os brechós que oferecem peças novas e seminovas com valores acessíveis, tornando-se alternativas de compras para os petropolitanos que optam pelo consumo consciente, contrapondo a tendência de descarte rápido que domina o mercado atual. 

Fotos: reprodução instagram @jaguarete – @errejota

Wagner Loiola e Thiago Mayworm, fundadores do Errejota Collab, em Petrópolis, dizem que ao aderir a práticas sustentáveis, os consumidores fazem a moda circular, preservando o meio ambiente, além da valorização do microempreendedor. 

“O consumo do brechó vai de 8 a 80. Existem pessoas que compram porque querem aderir a moda circular, que é resumidamente, aquela peça seminova ou vintage. E as que compram porque encontram peças mais baratas. Além disso, os brechós tem toda uma curadoria, que é o cuidado e a organização com as peças, que saem prontas para serem usadas. A nova geração já está super antenada a esses espaços e curtem bastante a ideia, muitas vezes explicando para os mais idosos a importância deles”.

Fotos: reprodução instagram @errejota – Sou Petrópolis

Wagner diz que houve um aumento significativo dos brechós e dos consumidores após a pandemia da covid-19.

“A pandemia fez com que o microempreendedor buscasse novas formas de fazer uma renda extra. No isolamento muitos entenderam a importância de consumir conscientemente e resolveram transmitir essa mensagem por meio do mesmo”. 

Moda x ecossistema

Com poucas responsabilidades e ações ambientais, Thiago coloca as grandes indústrias como geradoras em grande escala de roupas, ocasionando uma poluição em massa.

“A cada dia que passa, nosso ecossistema vem pedindo socorro. Estamos cada vez mais em alerta vermelho. Grandes indústrias de moda se quer pensam em uma solução. Pensar consciente, é pensar em como reverter e/ou conviver com o que estamos passando. O consumo de moda navega por esse meio, comprar de brechó, marcas de upcycling, ou marcas que produzem com tecidos certificados e naturais, pode ajudar cada vez mais a reverter esses processos de descarte e agressão aos oceanos e natureza”, diz.

Importância do mercado ecológico

Com produtos orgânicos, artesanato e moda, o mercado ecológico enfatiza o trabalho manual e também a preocupação em ressignificar as formas de consumo. Na moda, por exemplo, os brechós e marcas de produção slow fashion são extremamente importantes nesse processo. 

Fotos: Sou Petrópolis

“Não é só a venda, é a importância e as práticas das marcas. Elas devem ser sustentáveis. Uma ação como essa é um protesto as organizações que propagam um consumo desenfreado, como o fast fashion, que vem buscando formas de se reinventar, tentando até mesmo a estratégia do “green money”, ou seja, organizações e marcas se apropriando da sustentabilidade para se reinserir no mercado da moda. Trazer um mercado eco para Petrópolis, é oferecer ao consumidor consciente uma experiência de microempreendedores unidos no mesmo propósito. Movimentos como esse já estão acontecendo Brasil afora e nós enquanto empreendedores conscientes precisamos reforçar essa ideia de consumo”, diz Wagner Loiola. 

Os brechós também têm se tornado muito mais do que estabelecimentos comerciais. Representam uma oportunidade para discutir as relações de consumo, para pessoas que encontram nesses espaços uma plataforma para liderar seus próprios negócios, tanto online quanto físicos.

Sobre o Fashion Revolution

O Fashion Revolution foi originado como uma resposta ao desabamento do Edifício Rana Plaza, em Bangladesh, em 2013. O local abrigava fábricas têxteis e que matou mais de 1100 pessoas e deixou mais de 2.500 feridos. Essas pessoas que ocupavam os 8 andares, em sua maioria mulheres jovens, produziam roupas para grandes marcas globais.

Considerado o desastre industrial mais mortal da história da manufatura, poderia ter sido evitado. Mas os avisos sobre as rachaduras e más condições do prédio foram ignorados para não parar as produções. Laudos da época apontaram que os quatro andares superiores foram construídos sem licença para suportar o trabalho fabril. O movimento reforça a necessidade urgente de transformações na moda.

Foto: divulgação – Fashion Revolution Petrópolis

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