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8 petropolitanas responderam sobre “o que é ser mulher” e o resultado foi emocionante

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8 petropolitanas responderam sobre “o que é ser mulher” e o resultado foi emocionante

Neste dia Internacional da Mulher, as vivências delas se esbarram entre lutas e conquistas

Ser avó, mãe, filha, trabalhadora, dona do lar. Enfrentar os desafios diários. Acordar cedo, pegar uma condução, levar o filho para a escola, ir trabalhar, chegar em casa e ainda fazer as tarefas domésticas. No dia seguinte, estar pronta para um recomeço, quem sabe mais tranquilo. Em um dia estar super bem e no outro nem tanto. Ter a opção de querer ser mãe ou não, de adotar uma criança ou um cachorro. De ser mãe solo. De poder ser quem quiser na sociedade. Ser mulher significa ser muito e, ao mesmo tempo, ser singular.

Neste Dia Internacional da Mulher conversamos com 8 petropolitanas de nascença ou de coração, com diferentes vivências, e fizemos a seguinte pergunta: “o que é ser mulher para você?”. O resultado foi emocionante.

Cristiane Gross, 50 anos

Foto: arquivo pessoal

Sempre resiliente e positiva, apesar da dor. Na tragédia de Petrópolis, Cristiane perdeu nove parentes – entre eles, a filha, um neto e quatro sobrinhos, e também ficou sem sua casa, no Morro da Oficina. A enxurrada levou quase tudo da Cristiane, menos o espírito de solidariedade e de amor ao próximo. É com muita força que a fundadora do projeto social “A Glória da Segunda Casa”, trabalha ajudando as vítimas das chuvas, além do seu emprego de cozinheira.  Ativa nas cobranças por uma cidade onde famílias não passem pelo o que a sua presenciou, Cristiane também é líder comunitária e voluntária no Ministério Público na prevenção de desastres.

Para Cristiane, ser mulher é…

“É ser a pessoa mais forte do mundo e ao mesmo tempo a mais fraca. Forte no sentido de conseguir lidar com as diversidades e turbulências e não ‘descer do salto’. Fraca por viver em um mundo completamente vulnerável. É uma força sobrenatural, resistência, resiliência. Ser mulher é muitas vezes tirar forças de onde não se tem. Como diz a canção: conhecidas como sexo frágil… mas que mentira absurda!”

Carolina Freitas, 24 anos

Foto: Yara Araujo

Doce no sorriso e nas falas. Quem vê Carolina, não imagina a sua paixão e dedicação pela escrita, pelo interesse de ouvir histórias, tanto que a levou a formação de jornalista. Com um carinho imenso pela cidade de Petrópolis, a jovem focou em sua profissão ao contar sobre os comércios da cidade, realizando o sonho de ter duas publicações do livro “O Comércio de Ontem, a Saudade de hoje”, lançados em 2020 e 2023. E não é só isso, Carolina foi eleita para a Academia Petropolitana de Letras, sendo a mais jovem a ocupar uma cadeira. 

Para Carolina, ser mulher é…

“Transbordar energia criativa, é ter sensibilidade no olhar, saber transformar emoções em ideias e lutar para ocupar espaços que cada vez mais nos representam”.

Ursula Curi, 34 anos

Foto: arquivo  pessoal

Solteira e sem filhos. Ursula ocupa o espaço almejado pelo sexo masculino  – Tenente da Polícia Militar. Concluiu o curso de Direito em 2015 e exerceu a advocacia até 2019, quando ingressou no Curso de Formação de Oficiais. Sua inspiração pela opção em se tornar uma policial militar partiu do seu pai que serviu a corporação durante 30 anos e hoje encontra-se reformado.

Para Ursula, ser mulher é…

“É ser coragem. Coragem para passar pelo dor de um parto; para sair de um relacionamento abusivo; para andar por uma rua à noite sozinha; entrar em uma profissão ‘de homens’; para ser mãe ou para não ser, porque seremos julgadas nas duas hipóteses; para mudar uma história; para ser independente, para ser o que quisermos ser. Não há lugar onde não possamos estar”.

Mariana Guimarães, 25 anos

Foto: arquivo pessoal

Mariana Guimarães, conhecida como Preta, é casada e mãe. Sempre com um sorriso no rosto, a modelo e influenciadora petropolitana, de 25 anos, foi em busca de seus sonhos e hoje chama a atenção de grandes marcas do país e do mundo pelo seu trabalho. Em sua vida e carreira, a profissional põe em pauta a importância da mulher negra ocupar os mais diversos espaços. Tendo isso em mente, Preta vem realizando seus objetivos e inspirando quem a acompanha nas redes sociais. 

Para Mariana, ser mulher é…

“Ser garra, coragem, disposição e personalidade. Sabemos que pra ser mulher na sociedade que nos cerca é um ato de coragem, todo dia de muito posicionamento para não esquecer quem a gente é. A dor e a delícia de ser!”

Júlia Cassamasso

Foto: divulgação

Júlia é professora petropolitana, mãe e vereadora. Ela é representante da Coletiva Feminista Popular, no legislativo de Petrópolis. Júlia sempre precisou conciliar o trabalho com a vida familiar, acadêmica e militante. Na luta para construir outra realidade, já participou de coletivos independentes de educação popular, mídia-ativismo e de mulheres, mas identificou na maternidade um evento que mudou radicalmente a sua vida e sua percepção da política. Júlia, junto da Coletiva, luta pelo feminismo popular, das mulheres trabalhadoras, para que as meninas e mulheres possam ter tempo, espaço e oportunidades para criar, sonhar e caminhar seguras por esta cidade.

Para Júlia, ser mulher é…

“É lutar todo dia contra os papéis impostos socialmente, rompendo com as violências, estigmas e criando um futuro e uma sociedade melhor. É uma experiência única e desafiadora, de muita luta e também muitas conquistas. É abraçar diversos papéis no dia a dia como mãe, mulher, trabalhadora, cuidadora, tendo que lidar com a sobrecarga de funções e ao mesmo tempo lutar por reconhecimento e espaço em uma sociedade machista e que demanda que nos comportamos dentro de um padrão. É lutar contra o patriarcado, contra a misoginia, a violência contra a mulher e saber que juntas somos mais fortes, capazes de superar qualquer obstáculo, de transformar a sociedade tornando-a mais justa e igualitária para nós”.

Raquel Neves, 41 anos

Foto: arquivo pessoal

Mãe, esposa e responsável por mostrar aos turistas as belezas de Petrópolis. Raquel é guia de turismo e trabalha na área há 17 anos. Desde muito jovem, o interesse pelo história e pelos monumentos da cidade era claro e só foi crescendo. Agora, ela é integrante da Associação dos Guias Petropolitanos.

Para Raquel, ser mulher é…

“Ser a força que nem sabíamos que um dia teríamos. Força para o trabalho, para dedicação à família, aos nossos sonhos e objetivos, para os obstáculos diários, força para viver. Eu, uma mulher preta nascida na periferia, mãe, filha, neta, esposa, profissional, trabalhadora, liderança, por muitas vezes abdiquei de algo pelo bem comum e quantas mulheres fazem exatamente a mesma coisa todos os dias? Ser mulher é sinônimo de luta, força e resistência. Ser mulher é um orgulho!”

Daniela Moraes Brum, 29 anos

Foto: arquivo pessoal

A petropolitana Daniela Moraes Brum, conhecida como Dani, é casada e mãe de dois meninos. Produtora de conteúdo, militante e criadora da página ‘Feminismo’, que hoje tem mais de 700 mil seguidores espalhados por todos os estados do Brasil. Dani vem mostrando que o feminismo vai muito além de ter amor próprio. É lutar pelo cumprimento das leis que protegem as mulheres, pelo fim do feminicídio, do assédio sexual e da desigualdade salarial.

Para Dani, ser mulher é…

“É equilibrar trabalho, casa, família e ainda lutar por nossos direitos. É acordar cedo, encarar o dia cheio de desafios e, mesmo assim, seguir em frente. É enfrentar olhares desconfiados quando saímos para trabalhar e nos perguntarem: quem vai cuidar dos nossos filhos? É enfrentar o machismo todos os dias, desde o assédio na rua até a discriminação no trabalho. É resistir, persistir e nunca desistir de conquistar nosso lugar no mundo. Ser mulher pode ser um fator determinante para passar por situações muito ruins e algumas boas, dependendo do ponto de vista. É uma restrição à minha autonomia, mas também é uma fonte de força, resistência e conexão com outras mulheres que compartilham das mesmas experiências. Cada desafio, cada momento difícil, moldou quem eu sou hoje. E apesar de todas as adversidades, continuo acreditando em um mundo onde ser mulher seja sinônimo de liberdade, igualdade e respeito”.

Georgette Vidor Mello, 65 anos

Foto: arquivo pessoal

Um acidente, no ano de 1997, fez com que Georgette ficasse paraplégica e deixasse de exercer, por algum tempo, o que mais amava: ser treinadora de ginástica artística. Mas a carioca de nascença e petropolitana de coração não permitiu que os obstáculos guiassem a sua vida. A atual treinadora do time de ginástica do Clube do Flamengo e ex-treinadora da Seleção Brasileira divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e Petrópolis, onde realiza projetos sociais voltados para o incentivo ao esporte.

Para Georgette, ser mulher é…

“Ser tão única e ao mesmo tempo tantas”. 

São histórias de lutas, de desafios, de conquistas e de futuras conquistas. Mas que em nenhum momento deixam de aflorar a essência do que é ser mulher. 

Por hoje, por todos os dias que se passaram e que ainda vão acontecer, feliz Dia da Mulher para todas as mulheres! Com muito amor e carinho, da equipe Sou Petrópolis.

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