Histórias de famílias do Brejal, em Petrópolis, ganham vida em documentário
[Dia do Agricultor] “Ainda me lembro do Meu Brejal” traz relatos que preservam a memória do lugarejo, com riqueza de detalhes. Previsão é de que o documentário seja finalizado até outubro deste ano
Neste domingo – 28 de julho – é celebrado o Dia do Agricultor. A data destaca esse profissional na economia e na atividade que proporciona a maior parte da produção de alimentos da população. Pensando na importância dos agricultores de Petrópolis, famílias do Brejal, área rural da cidade, ganham vida e garantem o registro da memória de uma região ameaçada pelo apagamento causado pelo desenvolvimento urbano, no documentário “Ainda me Lembro do Meu Brejal”.
Foto: divulgação
Sobre o projeto
O projeto visa documentar conversas vividas pelos descendentes diretos de famílias raízes, personagens marcantes da cartografia do lugar, com o potencial de reacender festas e crenças populares. As narrativas desta comunidade são destacadas como patrimônio da cidade de Petrópolis, conhecida apenas pela alta produtividade de hortaliças.
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“O projeto original envolve dez famílias compostas por moradores que chegaram ao local no início do século 19. Porém, o número de entrevistados aumenta a cada semana, pois são muitos os que querem resgatar suas versões e histórias que ainda não foram passadas adiante. São famílias inteiras que plantaram, colheram, preservaram suas lendas, guardaram crenças, cantaram rezas e mantiveram as festas religiosas até o século passado”, conta Paula Maracajá, diretora e roteirista do documentário.
Histórias contadas pelos moradores
As visitas técnicas às famílias têm trazido novas e outras versões da história do Brejal. E são muitas. Os núcleos familiares do Centro do Brejal assistiram de suas janelas o jornal Pisquim. A reapropriação da área esquecida pelo Estado é contada pela família Bastos, os tetranetos do primeiro agricultor português que chegou ao Brejal em meados de 1850. Nos Albertos, a família Yamamoto, primeira leva de imigrantes japoneses de Petrópolis, conta como recomeçaram suas vidas no Brejal. E a região do Jurity tem relatos que se aprofundam a cada dia de visita e filmagem.
Foto: divulgação
“São memórias de uma comunidade muito bonita, preocupada com as boas relações e afetos. Os moradores ainda acreditam muito nas grandes coisas do Brejal. São muito saudosos. Alguns falam ‘acabou tudo’ e têm um lamento, mas há uma esperança também. Há uma história de herdeiros de patrimônios culturais, de um cotidiano de vizinhanças, amorosidades e parentescos”, conta Paula.
Fase de gravação do documentário
O documentário “Ainda me Lembro do Meu Brejal”, que está em fase de gravação, já conta com 180 horas de material registrado. Com duração aproximada de 40 minutos, a previsão é de que as gravações do média metragem sejam finalizadas ainda neste mês de julho.
Foto: divulgação
Após a fase de gravações, que envolve o trabalho de até quatro profissionais, será iniciada a próxima etapa, que será a edição do material coletado. O projeto foi contemplado no Edital de Produções Audiovisuais (Chamada Pública 02/2023) realizado pela Prefeitura de Petrópolis, por meio do Instituto Municipal de Cultura, com recursos do Governo Federal através da Lei Complementar nº 195/2022 – Lei Paulo Gustavo.
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