Conheça a história de duas educadoras de Petrópolis que são exemplo de amor e dedicação à profissão
[Dia do Pedagogo] Claudia Guedon e Juliana Souza são de gerações diferentes, mas são movidas pelo mesmo objetivo: transformar e impactar positivamente a vida de seus alunos
Por Cristiane Manzini sob supervisão de Luísa Abreu
Mais de três décadas separam as histórias destas duas mulheres, mas o amor pela educação é o que une seus propósitos de vida. Para celebrar o Dia do Pedagogo, comemorado nesta segunda-feira (20), conheça a história de dedicação e entrega pela profissão de duas educadoras de Petrópolis: Claudia Guedon e Juliana Souza.
Claudia Guedon: de estudante à professora, mãe e diretora
Quem visita a Diretora Escolar Claudia Guedon Tobler, de 57 anos, na Escola Santa Maria Goretti, sempre é recebido com um cafezinho e um sorriso largo. Pessoa de fala rápida e afiada, ela encanta a todos com seu jeito divertido e simpático.
Foto Arquivo Pessoal
Se a trajetória de Claudia como professora começou de maneira bastante natural ainda no Ensino Médio, tornar-se pedagoga levou mais tempo para acontecer. Em 1985 iniciou o Curso de Letras visando dar aulas de Português e Inglês, mas foi a partir da sua formação no Curso Normal que Claudia fez concurso público e começou a lecionar para crianças em uma escola do município. Após dois anos de faculdade resolveu abandonar a Licenciatura em Letras e mudar para o Curso de Pedagogia, o que lhe daria mais suporte frente aos desafios em sala de aula.
Com o casamento, porém, decidiu interromper mais uma vez a faculdade continuando apenas seu trabalho na educação pública. A essa altura, buscou trabalhar em uma unidade mais próxima de casa para que pudesse dedicar mais tempo aos filhos, e foi em 1991 que Claudia chegou à escola em que trabalha até hoje.
Foto Arquivo Pessoal
Dez anos depois, ela teve a possibilidade de concluir o curso superior mais uma vez. A Prefeitura do Município custeou para os professores a Licenciatura em Pedagogia e Claudia abraçou a oportunidade. O currículo oferecido na época habilitava, também, para a atuação em Gestão Escolar. Ela conta que não reiniciou o curso com este objetivo, porém foi se interessando cada vez mais pelo assunto.
Pouco tempo depois, foi convidada para assumir um cargo de direção adjunta na própria escola. Dividida entre a sala de aula e a gestão, Claudia foi se descobrindo cada vez mais uma administradora. Em 2012, tornou-se diretora geral da escola a qual se dedica há mais de 20 anos. Ela diz que gosta muito da parte burocrática, porém o contato frequente com os alunos, sobretudo adolescentes, torna sua jornada muito mais interessante.
Os alunos costumam frequentar sua sala para conversar, receber conselhos, se queixar de coisas que estão incomodando e são sempre atendidos com amor e muito acolhimento pela diretora.
“Os adolescentes são um desafio diário, mas são eles que nos atualizam, que fazem com que a gente fique sempre antenada, que participe do mundo deles”, diz a diretora.
Juliana Souza: uma jovem promessa na Educação de Petrópolis
Juliana Rocha de Souza, de 21 anos, iniciou sua trajetória na educação da mesma forma que a diretora geral Claudia Guedon. Dedicada e atenta, a aluna do Curso Normal decidiu o rumo de sua carreira profissional ainda no ensino médio.
Foto Arquivo Pessoal
A jovem, recém-saída da faculdade de Pedagogia, traz em seu relato os mesmos sentimentos da veterana: o desejo de transformar. Ela conta que sempre foi boa aluna, gostava de estudar e admirava em seus professores o gosto por aprender.
Estudante da escola pública, Juliana viu no Curso de Pedagogia a possibilidade de se aprofundar nos conhecimentos que a levariam ao caminho escolhido, mas confessa que ainda pensa em ingressar em Matemática, outra paixão e sua escolha antes de começar a trabalhar.
Foto Arquivo Pessoal
Juliana atua como professora em turmas de Educação Infantil, pois seu maior interesse é lecionar para crianças pequenas. Apesar da pouca idade, a pedagoga cursa pós-graduação na área de educação e planeja entrar no Mestrado, pois entende a importância da continuidade dos estudos para uma boa prática.
“Eu espero cada vez estudar mais, me especializar para atender as demandas, até porque agora eu estou entrando ainda mais em contato com os desafios da profissão e a gente percebe a necessidade de buscar novos conhecimentos, porque só a faculdade não é suficiente”, diz Juliana.
Como acontece com muitos jovens iniciando suas carreiras, ela aponta a falta de experiência e a idade como aspectos negativos em sua profissão, dizendo sofrer algumas falas preconceituosas sobre sua capacidade pedagógica, mas nada disso a desanima.
Esperança no futuro
Apesar das diferenças entre as histórias da diretora Claudia Guedon e da professora Juliana Souza, ambas trazem em seus relatos sentimentos de esperança. Esperança no futuro, no poder transformador da educação, nas possibilidades de mudança que a escola e os professores podem fazer na vida dos alunos.
Claudia diz ter aprendido em sua caminhada que “quando a gente desiste de um aluno é como um fracasso da escola. A escola é um portal de esperança”. As duas compreendem os problemas familiares, sociais, econômicos e emocionais tantas vezes encontrados nos alunos, como grandes desafios. Como diz Juliana, “são muitas camadas que temos que lidar”.
Claudia relembra importantes passagens de sua carreira, e ilustra o sentimento de orgulho dos ex-alunos que venceram as barreiras e alcançaram seu lugar de destaque nas profissões que escolheram. São momentos como esses que, segundo a diretora, dão força para seguir em frente.
Mesmo com todas as dificuldades da profissão, as duas pedagogas veem os pequenos avanços diários, as conquistas dos alunos e a mudança de vida como motivos para continuar.
“Na nossa profissão a gente faz diferença na vida das pessoas, a gente marca. E quando afetamos positivamente, só recebemos coisas boas em troca”, conclui Juliana, que, assim como Claudia, desejam a valorização do trabalho dos pedagogos, atribuindo a esta carreira o espaço de importância que merece.
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