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[Entrevista]: Autores renomados da literatura nacional comentam participação no Flipetrópolis

Cultura

[Entrevista]: Autores renomados da literatura nacional comentam participação no Flipetrópolis

Em entrevista à Sou Petrópolis, Carla Madeira, Conceição Evaristo, Itamar Vieira Junior e Jeferson Tenório, alguns dos maiores escritores do Brasil, contam sobre sua trajetória, conquistas e obras

Neste domingo (5), foi ao fim o primeiro Festival Literário Internacional de Petrópolis, o Flipetrópolis. O evento, totalmente gratuito, trouxe autores renomados da literatura nacional e internacional para a Serra. A Sou Petrópolis esteve em contato com alguns deles, que dividiram suas visões sobre o Festival e compartilharam um pouco das suas histórias de vida e obras. O resultado dessas conversas você confere a seguir!

Foto: @alnereis

Carla Madeira

Formada em Jornalismo e em Publicidade, a mineira Carla Madeira estreou na literatura em 2014 com o romance “Tudo é rio”, relançado em 2021 pela Editora Record, que também publicou seus dois outros livros, “A natureza da mordida” (2018) e “Véspera” (2021).

Em 2023, Carla foi a brasileira mais vendida no país, com 240 mil cópias vendidas. Ao todo, suas obras já ultrapassam os 500 mil exemplares. À Sou Petrópolis, a escritora comentou um pouco sobre o que impulsiona sua escrita, sua carreira e a importância do Festival. Confira:

Foto: @alnereis

1. Seu livro de estreia, Tudo é Rio, foi lançado originalmente em 2014, mas veio a estourar como um grande best-seller somente em 2021, com o relançamento pela Galera Record. Logo em seguida, A natureza da mordida e Véspera se tornaram também grandes sucessos. Em 2014, você acreditava que quase 10 anos depois se tornaria a escritora mais vendida do país? Por qual motivo você acredita que os leitores se conectaram tanto às suas histórias?

Carla: A história de Tudo é Rio foi sendo progressiva. Antes de chegar na Record, em 2021, ele já tinha vendido 10 mil exemplares. Ele foi acontecendo aos pouquinhos. A primeira impressão 700, depois mil, depois 3 mil e aí ele não parou mais de acontecer. Quando eu fui pra Record, foi muito importante o trabalho com os livreiros, a distribuição e a edição.

Somado à isso, o livro acontece no leitor, ele tem que afetar o leitor de alguma maneira. E eu acho que isso acontece porque as questão que tomam o livro são questões que estão com quem está lendo, pelas quais os leitores são sensíveis. Acredito que o livro funciona como se fosse um start de uma síntese coletiva de uma coisa que está espalhada pelo mundo.

Foto: @alnereis

2. Tudo é Rio é o seu livro de maior sucesso e divide opiniões por conta da temática do perdão. E assim também suas duas outras obras trazem personagens que tem atitudes moralmente questionáveis e que incomodam alguns leitores. Por qual motivo você gosta de trabalhar essas temáticas difíceis das relações humanas? O que te motiva a escrever?

Carla: Gosto porque são questões que estão aí na vida, eu não as inventei. Quando olhamos para elas, é uma oportunidade de pensarmos as possibilidades. Não tem importância uma pessoa achar que ela faria diferente se fosse com ela, eu também faria, mas essa é aquela história particular.

Agora, o que eu acho que acaba acontecendo em Tudo é Rio, pelas inúmeras escutas que eu venho fazendo, é que as pessoas acham que o perdão é a mesma coisa que a impunidade, e não é. Eu acho que o livro termina em aberto, mas tem pessoas que acham que o livro termina como uma família de comercial de margarina, não acho que este seja o caso.

Mas eu entendo também a apreensão dessas pessoas, o quanto isso as afeta por vivermos em um país muito violento, com uma violência de gênero muito grande, e com muita impunidade. Então falar de perdão é uma coisa difícil, porque é difícil estabelecer essa diferença. O perdão alcança uma camada que a justiça não alcança. Você pode e deve fazer justiça, mas ela não restaura a vítima. A única possibilidade da vítima seguir e sair da mão do agressor é pelo perdão.

Foto: @alnereis

3. As filas para pegar autógrafos com você estavam quase dando a volta no Palácio de Cristal. Você esperava todo esse público no evento? Como foi participar disto e, para você, qual a importância do Flipetrópolis?

Carla: Eu acho que ele deveria entrar para o calendário oficial da cidade, porque é uma coisa muito mobilizadora, muito democrática, aberta ao público, um evento atento à diversidade e a pluralidade de vozes, é enriquecedor. A gente vê desde os estudantes e das crianças, o alcance de ampliação da consciência, reflexão, não há nada melhor que isso, acho maravilhoso.

Foto: @bleia

Conceição Evaristo

Conceição Evaristo foi uma das autoras homenageadas pelo Flipetrópolis. Formada em Letras, com mestrado e doutorado, Conceição foi eleita para ocupar a cadeira n° 40 da Academia Mineira de Letras, se tornando imortal pela instituição.

Em 2015, ela recebeu o Prêmio Jabuti na categoria contos e crônicas pelo livro Olhos D’água. A autora se tornou um dos maiores nomes da literatura nacional e contou um pouco da sua história e conquistas à Sou Petrópolis:

Foto: @bleia

1. Sua trajetória foi marcada por muita luta. Na sua infância na favela, depois como doméstica e, posteriormente, como professora. Em todas essas fases da sua vida, você imaginava que hoje se tornaria uma das maiores escritoras brasileiras? Qual você acredita ser o impacto da sua história de vida e da história dos seus livros na vida das pessoas?

Conceição: Não, eu nem tinha como adivinhar, pensar que um dia eu teria todas essas conquistas. Mas o que me marcou desde a infância foi o desejo. Um desejo e um reconhecimento de que a vida não poderia ser só aquilo que me estava sendo oferecido. Isso eu já sabia. E eu também acreditava que alguma coisa boa me pudesse acontecer. Mas eu sempre foquei em ser professora. Ser professora foi o meu primeiro desejo. Ser escritora… as coisas vão acontecendo.

Eu sempre digo que quem dá o status da pessoa ser escritora ou escritor é o leitor, é como a obra chega. Então, na medida que a minha obra vai sendo recepcionada, não só no Brasil mas também fora dele, pelas pessoas negras, pelas pessoas brancas, pelas mais diversas pessoas, os prêmios, o reconhecimento, isso vai me conferindo o papel, o reconhecimento de escritora.

Agora, independentemente disso, eu sempre escrevi. Escrever é o lugar em que eu me permito ser. Quanto a minha trajetória, eu a vejo muito boa. Eu sou muito grata a vida e a tudo que a vida tem me dado. Mas eu vejo como uma trajetória perigosa e isso eu insisto muito: não façam da minha trajetória motivo ou objeto do discurso da meritocracia. Eu tenho muito medo disso. Porque vem sempre aquela história “você estudou, você lutou, você consegue”, e a gente sabe que a história não é essa.

Quantas pessoas desejam e se esforçam. Ou desejam e percebem que é tudo tão distante que as pessoas vão por outro caminho. E além disso a grande constatação: há alguma coisa de errado com a sociedade brasileira, onde algumas pessoas já nascem com todas as possibilidades e outros nascem sem possibilidades nenhuma. Então eu chamo muita atenção pra não chamarem o discurso da meritocracia na minha trajetória.

Foto: @bleia

2. Em março de 2024, você foi eleita para a Academia Mineira de Letras. Mas, em 2018, ao concorrer para a Academia Brasileira de Letras, não foi eleita, mesmo com muita torcida, já que você seria a primeira escritora negra a ocupar uma cadeira na instituição, que inclusive foi fundada por Machado de Assis. Você pretende se candidatar novamente? Qual seria a importância de uma autora com toda a sua bagagem ocupar esse espaço?

Conceição: Eu fiquei muito feliz por ser eleita para a Academia Mineira de Letras. De 34 votantes, eu recebi 30 votos. Então isso é muito considerável pra se pensar. Eu acho que essa é uma consideração boa pra pensar inclusive numa maneira de avaliar a minha obra e é muito simbólico.

Já a ABL, fundada por Machado de Assis, eu acho que é a casa magna da cultura brasileira. Ali a gente tem contatos, trocas, pessoas que pensam a nação brasileira, que a reconhecem como uma nação plural. A literatura é talvez o discurso que mais revele o rosto da nação. E a nossa nação é uma nação de um povo multifacetado. Então, quanto mais representação da face brasileira tiver na academia, muito mais próxima ela vai estar de mostrar e desenhar esse rosto brasileiro.

Então a academia é objetivo de desejo, e é objeto de desejo justo, já que se pensa ali uma casa que represente a cultura brasileira, que represente os modos de linguagem da cultura brasileira e representa a literatura brasileira. Ver o Ailton Krenak lá dentro é pensar que essa academia pode alargar esse espaço.

Algumas pessoas me perguntam muito se eu vou me candidatar de novo, mas realmente não tenho ainda uma resposta pra isso. É algo a se pensar.

Foto: @bleia

3. Você fala muito sobre a dimensão do desejo, e isso lembra o Quarto de Despejo, da Carolina Machado de Jesus. Queria saber como essa história te impactou e te motivou a escrever?

Conceição: Meu primeiro momento com Carolina foi ainda nos anos 60. Foi um livro que me seduziu e seduziu a minha família, porque o que Carolina contava e passava em São Paulo era o que passávamos em Belo Horizonte. Então nos víamos como a personagem, minha mãe era uma Carolina. E o texto de outras escritoras me atravessam pois há uma história e um destino compartilhado entre nós, mulheres negras, que foi o evento da escravização.

4. Para você, qual a importância de um evento como a Flipetrópolis, em especial para a cidade de Petrópolis, que é rica em história e cultura, mas ainda não tinha um evento dessa magnitude?

Conceição: Acho que esse evento está sendo muito didático, no sentido de apresentar para Petrópolis conteúdos que talvez a maioria não tivesse pensado. Um evento desses atravessa várias áreas do conhecimento. Trazer a literatura para essa cidade, a presença das escolas. É um evento que mexeu com o setor da educação, da cultura e do turismo

A Flipetrópolis é uma ação provocativa à história da cidade e o público tem recebido muito bem, ontem 11h já estava tudo lotado. As filas de autógrafos também. A programação local também pode estar revelando pessoas daqui que tenham muito talento mas que muitas vezes não são enxergadas.

Foto: @alnereis

Itamar Vieira Junior

O geógrafo baiano Itamar Vieira Junior, teve em seu romance de estreia “Torto Arado” um dos maiores sucessos de público e crítica da literatura brasileira nos últimos anos. A obra tem sido apontada como um clássico contemporâneo por conta da atemporalidade da história, que poderia se passar tanto no Brasil atual, quanto no Brasil colônia.

Com mais de 800 mil exemplares vendidos, “Torto Arado” já foi traduzido para mais de 20 países e teve os direitos comprados para uma adaptação audiovisual pela HBO Max. A obra rendeu à Itamar um Prêmio Jabuti, o principal da literatura nacional. À Sou Petrópolis, o autor contou um pouco sobre todo esse sucesso:

Foto: @alnereis

1. A história de Torto Arado se passa no campo e, ultimamente, temos visto grandes sucessos com esse viés, como é o caso, por exemplo, do remake da novela Pantanal. Por qual motivo você acredita que o público se identifica ou se comove tanto com essas histórias?

Itamar: O processo de urbanização do Brasil como um todo é muito recente. Na minha família, a minha geração é uma das primeiras que nasce na cidade. Meus avós e bisavós paternos vieram do campo. Assim como eu, muitas pessoas também fazem parte da segunda ou terceira geração a ser criadas num contexto urbano. Então essas pessoas se identificam ou identificam os seus antepassados nessas histórias.

E isso é importante, pois nos ensina sobre a história das nossas famílias e do nosso país, que muitas vezes não é enxergada. Ainda há traços muito impactantes da colonialidade que, não por acaso, nos dias de hoje pessoas são resgatas de trabalhos escravos no campo.

Enfim, temos esse olhar para o campo que nos ensina muita coisa. E eu penso que o futuro do país passa também por esses lugares. Pois a gente fala campo, mas também estamos falando das áreas de preservação do país, o futuro do Brasil está no interior do Brasil.

Estamos na Flipetrópolis, mas todos com o olhar voltado para o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Aquilo não é um evento natural, é um evento provocado pelo impacto da nossa vida no ambiente, assim como também já aconteceu em Petrópolis. Talvez o interesse nessa história esteja baseado nesse interesse real pelo Brasil.

Foto: @alnereis

2. Quando você publicou Torto Arado, lá em 2019, conseguia imaginar a proporção que esta obra tomaria, se tornando um dos, senão o maior, sucesso editorial dos últimos anos?

Itamar: Não imaginava. Primeiro por ser uma história simples, que se passa no interior do Brasil, numa comunidade de trabalhadores negros que ainda vivem num regime de trabalho que se assemelha muito à escravidão. Segundo que são personagens que, apesar de ter uma sabedoria em relação à terra, ao mundo, à natureza e à vida, não são saberes que se comunicam com os saberes tidos como os privilegiados, como a filosofia e a ciência.

Então na minha cabeça nunca passou que esse livro pudesse chegar onde chegou. Foi uma grande surpresa. E é bom, porque a gente não tem certeza sobre tudo e que bom que as pessoas se interessam por assuntos que muitas vezes são tidos como menores. Mas acho que na vida daquelas personagens está um pouco da vida de um país, do coletivo.

Foto: @alnereis

3. Torto Arado começou a ser escrito na sua Juventude e foi terminado quase 20 anos depois. Qual a principal diferença da primeira versão para a atual que conhecemos? E como foi o processo criativo para chegar a esse resultado?

Itamar: A diferença é muito grande. Na primeira versão que eu escrevi e que perdi as páginas, eu era um adolescente que, embora conhecedor e apaixonado pela literatura brasileira, ainda não tinha maturidade para essa história. E foi até bom ter perdido essas páginas, porque nesse percurso de quase 20 anos entre uma versão e outra, eu fui trabalhar no campo, como servidor público, conheci muita coisa, fiz mestrado e doutorado.
Acho que tudo isso, de alguma maneira expandiu o meu olhar pra coisas que eu precisava conhecer.

E tudo isso modificou bastante a história. Acho que ela ganhou mais profundidade a partir dessa minha experiência com o campo e de retorno às memórias familiares. Eram coisas que eu não podia fazer com muita propriedade na adolescência, mas que depois pude.

O nome das personagens mudou, mudou quase tudo, só não mudou o título, que é igualzinho, foi cravado lá no passado. O título vem de um poema do Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, que li por obrigação na escola, mas com prazer.

Esse título veio na adolescência, no meio da história, pois no início ela tinha um título bem genérico. Quando voltei a escrever, até pus outro título mas logo voltei ao inicial, pois era realmente para ser Torto Arado.

Foto: @alnereis

Jeferson Tenório

Jeferson Tenório nasceu no Rio de Janeiro, mas foi radicado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde se formou professor e pesquisador. Sua obra de maior sucesso “O avesso da pele” venceu o prêmio Jabuti e teve seus direitos vendidos para Portugal, Itália, Inglaterra, Canadá, França, México, Eslováquia, Suécia, China, Bélgica e Estados Unidos.

Seus escritos propõem, sobretudo, discussões sobre o racismo e a violência policial. À Sou, o escritor contou mais sobre suas motivações para trabalhar estes assuntos:

Foto: @alnereis

1. Recentemente, seu livro “O avesso da pele” foi alvo de censura por escolas de três estados brasileiros. Como foi ter que lidar com esta situação em pleno 2024? Você já imaginava que esta história poderia gerar este tipo de “incômodo”?

Jeferson: Não. O caso do Avesso da pele, não me passou pela cabeça (que seria censurado), primeiro porque eu não achava que seria uma história que causaria alguma tipo de impacto. Impacto de discussão. Porque na minha vivência, na minha experiência, a violência policial contra pessoa negras já é algo corriqueiro.

Eu fiquei pensando “Por que eu vou escrever um livro falando sobre isso? Em que isso vai acrescentar na discussão?”. Então pra mim seria um livro lido como “ah, ok, acontece com pessoas negras, vamos adiante”. Eu achei que seria isso. Mas foi o contrário. Desde que o livro saiu, ele tem tido uma recepção positiva, mas ao mesmo tempo, em alguns momentos específicos ele tem sofrido essa censura em sala de aula e em parte por alguns diretores de escola. E na maioria das vezes é pela questão da crítica a violência policial. Então durante a produção eu não achei que o livro causaria algum tipo de censura. Foi uma surpresa total.

Foto: @alnereis

2. Seus livros abordam, sobretudo, a questão do racismo e da violência policial, usando-se de personagens jovens para guiar a história. Acredito que sua vivência enquanto homem negro é o que te motiva a falar sobre esta temática mas, além disto, o que mais faz você trazer essas provocações nas suas obras? E qual a importância de fazer isto voltado para um público mais jovem?

Jeferson: Um dos meus projetos de literatura é formar leitores. Então eu costumo fazer livros com uma linguagem mais fácil, mais fluida. Foi assim com meus três livros publicados até hoje. Eu procuro não utilizar um vocabulário muito sofisticado. Procuro usar uma linguagem que seja mais direta. Tem algumas metáforas, mas não é um livro que ofereça uma resistência ao leitor. Porque justamente eu queria chegar até esse leitor que talvez nunca tenha lido um livro inteiro.

Então eu escrevi um livro que eu gostaria de ter lido quando eu era adolescente, quando eu era jovem. E esse livro me faltou. Eu coloquei isso como objetivo da minha escrita, poder oferecer essa literatura que seja acessível ao público jovem.

Porque aí você consegue levar uma discussão séria e difícil, como o racismo estrutural e a violência policial, de maneira, por vezes poética, as vezes um pouco mais direta, outras vezes de modo mais metafórico, mas é a forma que eu encontrei de formar um leitor que tenha um letramento também racial e social, criar uma consciência. Faz parte do meu projeto literário promover esse tipo de literatura.

Foto: @alnereis

3. Na sua mesa no Flipetrópolis você comentou que, quando criança, já havia vindo a Petrópolis com a sua família, visitar os museus e conhecer a cidade. Tendo em vista esse forte viés histórico e cultural de Petrópolis, qual você acredita ser a importância de um evento como a Flipetrópolis para a cidade e como foi participar do evento?

Jeferson: Eu penso que é uma cidade histórica, é uma cidade que faz parte da história do Brasil, por todo o movimento do império aqui nessa cidade. E eu acho que um evento como esse ajuda a repensar a própria história do Brasil. A repensar trazendo outras perspectivas, outras vozes.

É um evento muito diverso, você percebe nas autoras e autores negros e indígenas. É um evento que demonstra que a sociedade brasileira é muito mais diversa e que a colonização trouxe uma ideia de hegemonia identitária.

E trazer um festival como esse ajuda a contrabalancear essas narrativas ao mostrar que também existe outra perspectiva, de pensar o Brasil não só pela ótica imperial , mas também pela ótica dessas vozes que foram silenciadas na colonização.

Foto: @alnereis

Sobre o festival

Iniciativa da Associação Cultural Sempre um Papo, a primeira edição do Flipetrópolis foi viabilizada pela parceria com a Prefeitura de Petrópolis, o patrocínio do Grupo Águas do Brasil e o apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura.

Entre os dias 1º a 5 de maio, o Festival apresentou gratuitamente mesas de bate-papo com escritores, música ao vivo, exposição de arte, sessões de autógrafos, teatro e contação de histórias para crianças num dos principais cartões-postais da cidade, o Palácio de Cristal.

O evento também foi responsável por movimentar a economia e o turismo da cidade, recebendo visitantes de diversas cidades e estados.

Mais informações podem ser encontradas no Instagram @flipetropolis, Twitter, Facebook, e pelo site. As mesas, que foram transmitidas ao vivo, podem ser reassistidas no canal do YouTube @Flipetropolis.

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