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“Não deixei que a timidez interrompesse meus sonhos”, diz petropolitano que representou o Brasil em Harvard

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“Não deixei que a timidez interrompesse meus sonhos”, diz petropolitano que representou o Brasil em Harvard

Gabriel Henrique, de 18 anos, foi selecionado para representar o país em dois importantes eventos

A timidez não impediu o jovem petropolitano Gabriel Henrique Ferreira Fernandes de desistir do seu sonho, que era discursar em público de forma confiante. Recentemente, o estudante representou o Brasil nos Estados Unidos participando da Harvard Model United Nations (HMUN), a maior e mais prestigiada simulação da Organização das Nações Unidas (ONU) do mundo. A conferência ocorreu entre os dias 24 e 28 de janeiro.

Foto: arquivo pessoal

Desafios diante da timidez

Gabriel conta que sempre foi uma criança tímida, o que o prejudicava na convivência do meio escolar. Além disso, as dificuldades financeiras sempre fizeram parte de sua vida. Mas mesmo enfrentando todas as adversidades, foi através dos estudos que ele conseguiu vencer a timidez e todos os obstáculos que apareciam na sua frente.

Foto: arquivo pessoal

“No ensino médio enfrentei dificuldades em socializar, apresentar qualquer tipo de trabalho em público, até de entrar em sala de aula. Meus pais e professores me ajudaram muito nesta questão. Na pandemia da covid-19 minha família enfrentou dificuldades financeiras e precisei ficar um ano afastado da escola. Aproveitei esse tempo para ler livros e  assistir vídeos de desenvolvimento pessoal e fazer curso online de inglês. Quando retornei à escola pude, finalmente, me soltar um pouco e investir em oportunidades que eu conseguiria praticar e superar desafios que antes me prendiam de certa forma. Não deixei que a timidez interrompesse meus sonhos”, lembra.

Harvard Model United Nations

Foi na internet que Gabriel conheceu a Harvard Model United Nations. Praticando habilidades de oratória e de liderança, o evento forneceu aos estudantes um ambiente em que eles pudessem colaborar com soluções para problemáticas globais. Mais de 4 mil jovens, do ensino médio de mais de 50 países, participaram do evento.

Foto: arquivo pessoal

“Tudo começou com um papel, uma caneta e o sonho de um dia conquistar uma oportunidade como essa. Passei por momentos na minha vida em que nunca pensei conseguir falar para um público de forma confiante. Navegando pela internet conheci as ‘Simulações da ONU’, atividades extracurriculares que debatem tópicos relevantes presentes na sociedade”, conta o estudante.

Foto: arquivo pessoal

Na HarvardMUN, Gabriel apresentou assuntos sobre desigualdade de gênero e questões que influenciam a sociedade no mundo. Para o jovem, a experiência contribuiu ainda mais para que aprendesse a fazer a diferença na comunidade em que vive. 

“Caminhar pela Universidade de Harvard e chegar até os Estados Unidos, sendo lugares que sempre sonhei em ir desde criança, pareceu como um filme passando bem diante dos meus olhos. Foi uma experiência mágica e culturalmente enriquecedora, onde pude vivenciar mais sobre a diversidade cultural e aprender com jovens de diferentes realidades”.

Processo seletivo e desafios

O processo para a participação do petropolitano na conferência de Harvard foi através de uma inscrição digital. A seleção dos candidatos, considerados promissores e ambiciosos, foi por meio de redações redigidas em inglês, que abordavam as razões dos candidatos em querer participar da simulação e como a experiência se alinhava com os objetivos pessoais e acadêmicos. 

Após aprovação, o estudante precisou enfrentar outro desafio, que era a questão financeira para a ida aos Estados Unidos.

“Essa é uma condição comum na vida dos estudantes brasileiros. Criamos uma vaquinha on-line e, com o apoio de amigos, familiares e outras pessoas que viram a campanha pelas redes sociais, conseguimos arrecadar a quantia necessária para alimentação, transporte e taxas para a minha ida a Boston”, conta Gabriel.

Premiado em conferência de Harvard para a América Latina

Em março de 2024, o jovem participou da Harvard Association Cultivating Inter American – Democracy (HACIA Democracy), evento inspirado na ONU e organizado pela Harvard. Realizada de forma híbrida, com a parte presencial sendo no Panamá e o restante pela internet, a conferência reuniu mais de 350 estudantes de 12 países para debates sobre democracia, diversidade, inclusão e cidadania. Contando também com a participação do Ministério de Educação do Panamá e estudantes da Universidade de Harvard.

Foto: arquivo pessoal

No comitê em que debateu, Gabriel foi premiado como “Melhor Delegado”, sendo a primeira premiação de cinco que recebeu estando entre mais de 50 pessoas. Além disso, o estudante foi o primeiro de Petrópolis a ganhar o reconhecimento na história da conferência que acontece desde 1994.

“Chegar a esse lugar foi desafiador e pensei que nunca seria possível. Foi necessário colocar em prática todas as horas que passei estudando e sonhando para alcançar uma premiação e discursar com confiança diante de um grupo. Meu objetivo é promover a melhoria educacional no nosso país e incentivar jovens como eu, que apesar dos desafios que vivenciamos, podemos alcançar nossos sonhos através da persistência e do investimento na educação”, finaliza.

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