Petrópolis registra aumento de 85% nos casos de dengue na última semana; infectologista faz alerta
Cidade registra mais de mil casos. Infectologista Marcos Liserre, do Hospital Unimed, destaca os cuidados às gestantes
Os casos de pessoas com dengue, em Petrópolis, tiveram um aumento de 85%, na última semana. No dia 1° de março, a Secretaria de Saúde informou o registro do primeiro óbito pela doença no município, com 530 casos. A última atualização arboviroses, do Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (11), mostra que já são 1.005 pessoas com a doença. A faixa etária da maioria das pessoas picadas pelo mosquito Aedes Aegypti é de 30 a 39 anos, sendo 52% mulheres e 48% homens.
Diante do aumento nos casos, o infectologista Marcos Liserre, do Hospital Unimed, explica os sintomas e alertas para o diagnóstico da doença.
Foto: Pixabay
Dengue uma doença infectocontagiosa
A incidência dos casos é de 360,4 por 100 mil habitantes. Marco Liserre explica que a dengue é uma doença infectocontagiosa causada pela picada do mosquito Aedes Aegypti que nos contamina com o Flavivirus.
Foto: divulgação – infectologista Marco Liserre
“Ele tem grande poder de disseminação e pode provocar quadros clínicos que vão desde sintomáticos ou assintomáticos – até as formas graves da doença. O diagnóstico é feito pelo exame de sangue”.
Sintomas da Dengue
O infectologista alerta que os sintomas mais comuns são dor retro-ocular, cefaleia, febre alta – acima de 38,5º C -, manchas vermelhas normalmente após o desaparecimento da febre, muita dor muscular e, em alguns casos, diarreia. Podendo vir a causar outros.
“A forma grave da doença apresenta, além dos sintomas comuns, os hemorrágicos, como a sufusão hemorrágica de gengiva, de foco urinário ou ginecológico, por exemplo.Os sinais de alerta para a doença são vômitos persistentes e dor abdominal intensa, que não são solucionados com analgésicos comuns. Estes casos apresentam riscos para aqueles pacientes que usam aspirina, anticoagulantes e medicações que possam provocar hemorragia digestiva”, diz.
Diferença entre Dengue e Covid-19
Liserre explica que Petrópolis nunca teve uma epidemia de dengue como está tendo e que ainda há muita confusão entre os sintomas da doença e do Covid-19, que também apresenta um grande aumento no número de casos.
“Nós estamos vivendo junto uma epidemia de Covid-19, novamente. A diferença é, basicamente, que o Covid apresenta sintomas respiratórios. Para os vacinados, a grande maioria apresenta a forma benigna da doença, que não tem evolução para insuficiência respiratória aguda como tinha no início”.
Alerta às gestantes com suspeita de dengue
Segundo o infectologista, é muito importante que as gestantes que apresentarem sintomas semelhantes à dengue devem ser avaliadas para Zika também por causa da gravidade da doença que pode provocar microcefalia no feto. Nestes casos, é aconselhado a ida imediata a um infectologista.
Foto: reprodução
“Após a doença ser diagnosticada pelo exame de sangue, o paciente pode ser acompanhado on-line, não havendo a necessidade de retornar a emergência do hospital para o acompanhamento das formas leves da doença”, pontua Marcos Liserre, Infectologista, do Hospital Unimed.