Dados são da Casa Civil e do Ministério das Cidades
Após os desastres naturais que Petrópolis sofreu nos últimos anos, vitimando dezenas de pessoas e deixando localidades destruídas, o município ainda vive no centro das cidades brasileiras com grau elevado de chance de desastres naturais. Dos 278.881 mil habitantes que vivem na cidade, 72.070 mil pessoas estão suscetíveis a deslizamentos, enxurradas e inundações, segundo dados da pesquisa Casa Civil e do Ministério das Cidades.
Foto: Fernanda Marinho
Ranking
O estudo aponta que, das 10 cidades com maior número de áreas de risco, três estão na Região Serrana. Petrópolis está na 4° posição do ranking. São Paulo, está em 1°; Teresópolis em 2° (RJ); Blumenau (SC) em 3°; seguida de Petrópolis e Nova Friburgo (RJ), em 5° lugar.
Foto: Demétrio do Carmo
Aumento das áreas de riscos
O Plano Municipal de Redução de Riscos e Movimentos de Massa, do ano de 2017, apontava, na época, 47 mil pessoas vivendo em 234 áreas com risco alto ou muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações, os quais representam 18% do território municipal. A maioria das áreas fica no distrito Petrópolis (102), seguido de Cascatinha (39), Itaipava (35), Pedro do Rio (32) e Posse (26). O número atualizado pelo governo federal chega a ser 53% a mais do que naquele ano.
Morro da Oficina, 2022/ Foto: Florian PlaucheurAFP
Dados do Plano de Contingência do município mostram que a catástrofe de 2022 gerou 13.125 ocorrências registradas e atendidas no período de fevereiro a outubro.
Medo e insegurança
O deslizamento de duas barreiras ocasionaram em morte e destruição no bairro Caxambu, na Rua Bartolomeu Sodré e outra na Rua Flávio Cavalcanti. Nove pessoas morreram, casas foram destruídas e interditadas pela Defesa Civil.
Foto: Demétrio do Carmo
Morador da Rua Bartolomeu Sodré, Demétrio do Carmo diz que reside fora da área de risco de deslizamento, mas teme pelos moradores que ainda moram nas localidades afetadas e que ainda aguardam por intervenções.
“Pouca coisa foi feita para a recuperação da área e a prevenção. A única mudança é mato crescendo e uma casa sendo demolida, apenas”.
Não só na área citada pelo morador, mas a cada chuva anunciada em Petrópolis, o medo e a insegurança ainda permeiam na população petropolitana.
Foto: Demétrio do Carmo
“Ainda dá medo…tem muita coisa pra rolar na pedreira daqui. Os moradores nem dormem quando chove. E o pior é a sensação de abandono mesmo, saber que nem a rua consertaram. Além de tudo, o trecho é mal iluminado, um risco para quem passa a pé no lugar. Ficou no esquecimento, eles dizem que aqui ‘só morreram nove pessoas’”, pontua Demétrio do Carmo.
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