Motorista de aplicativo de Petrópolis conta como é a rotina de trabalho: ‘são muitas experiências e histórias’
O que era para ser a renda extra, virou o orçamento fixo da família de Júnior César, motorista há 5 anos
Celebrado no dia 25 de julho, o Dia de São Cristóvão homenageia os motoristas que trabalham transportando cargas e pessoas pelas ruas e estradas.
Júnior César Maurício exerce a profissão de motorista de aplicativo há 5 anos. Ele trocou a rotina da empresa que trabalhava, como metalúrgico, pelas ruas e o trânsito de Petrópolis.
Foto: Arquivo pessoal
Mesmo com os percalços enfrentados pela categoria, o profissional descreve o trabalho como gratificante. “O trabalho como motorista de aplicativo veio como a possibilidade de um orçamento extra. Trabalhei durante 17 anos como serralheiro, mas aos poucos o serviço estava ficando fraco e já não me rendia muito. Optei por só ficar como motorista, que hoje é a minha fonte de renda”, diz Júnior.
Flexibilidade como motorista de aplicativo
A escolha pela tranquilidade e a flexibilidade também foram pontos decisivos para que Júnior escolhesse percorrer pelas ruas e até por outras cidades como motorista. “A rotina e a convivência com outras pessoas também me fizeram tomar a decisão. Com o passar do tempo algumas coisas vão ficando estressantes, e hoje prezo pela paz. Além disso, hoje tenho autonomia com o meu trabalho, faço o meu horário o que me proporciona a ter tempo para curtir minha família”.
Questionado sobre o estresse no trânsito, Júnior tem a sua opinião. “Inevitável não encontrar problemas no dia a dia. Mas podemos nos desviar deles. Fecho os vidros, ligo o som e relaxo ouvindo música. Essa também é uma das vantagens que não tinha no outro emprego”, lembra.
Atuando em Petrópolis e em outras cidades, a jornada de trabalho do motorista depende dos dias. “Tem dias que trabalho das 8h às 21h, tem dias que menos. Os finais de semana são mais movimentados”.
Fotos: Arquivo – Arquivo pessoal
Histórias de passageiros
E as corridas rendem histórias para o motorista, que em algumas situações acaba se tornando “psicólogo” com alguns conselhos ou ao menos como ouvinte. “Ah, são muitas experiências e histórias que já ouvi durante esses anos. Teve uma vez que uma moça terminou o casamento. Levou todas as roupas dentro do meu carro. Eram várias sacolas e muito choro. Ela foi falando durante a viagem toda. Nesse caso, só fiquei ouvindo. Preferi não opinar”, diz Junior.
A pontuação para alguns passageiros não chega a ser tão boa, assim como a experiência. “Teve uma vez que um passageiro virou caso de polícia. Me ofendeu verbalmente e quase me agrediu. Pior que era colega de profissão. Foi um desrespeito ao profissional que sou”. Mas na maioria das vezes pego passageiros engraçados, que gostam de conversar. Alguns viraram clientes fiéis, amigos e isso é gratificante na profissão”, detalha.
Luta pela classe
Presidente Regional Sindmobi, em Petrópolis, Júnior vem lutando por melhorias para a classe. “Hoje não temos ajuda do executivo para a mobilidade urbana no município. A classe encontra dificuldade em buscar melhorias por falta de diálogo com o executivo. E o trabalho do aplicativo não vai retroceder, chegou para ficar e para mudar a vida dos passageiros e para os motoristas. E vamos lutar por melhorias”.