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Moradores de bairros mais atingidos pelas chuvas de 2022, em Petrópolis, relatam abandono e atraso nas obras

Cidade

Moradores de bairros mais atingidos pelas chuvas de 2022, em Petrópolis, relatam abandono e atraso nas obras

Após sofrerem com a perda de parentes, amigos e de suas casas, moradores vivem na insegurança se vão poder voltar a morar nessas áreas

A poucos dias de completar um ano e quatro meses da tragédia que atingiu Petrópolis, moradores do Alto da Serra aguardam respostas sobre as obras e indenizações das residências que foram interditadas. O bairro foi um dos mais atingidos pelas chuvas de 2022. 

Em janeiro, a Prefeitura anunciou o início das obras para duas ruas do bairro: João Rodrigues Batista e a Servidão Geovane Santos. Dentro das intervenções, estavam previstas demolições dos blocos rochosos, reconstrução das servidões, barreiras dinâmicas, drenagens e reorganizações do fluxo das águas pluviais.

Foto Arquivo – Fernanda Marinho

No entanto, de acordo com Jerônimo Roberto, morador da Rua Hercília Moret, uma das regiões também muito afetada pela tragédia, as obras estão em ritmo lento.

“Pouco se foi feito. Há quatro meses que começaram a construir os muros de contenção. Somente. Minha casa está interditada. Alguns eletrodomésticos foram furtados. Não tem condições de voltar a morar lá. Aguardo pelo menos a resposta da indenização, porque estou morando de aluguel social, mas não sei até quando”, relata o autônomo.

Fotos: Claudiney de Souza

Reuniões adiadas

A mesma situação é relatada por Elisangela Lopes, moradora da Servidão Jacinta Rabelo. Residindo no bairro há 23 anos, ela deixou a sua casa no mesmo dia da tragédia e aguarda uma resposta por parte da prefeitura. “Minha casa foi  interditada  para as obras que não estão acontecendo. Temos a consciência que não será feita do dia para a noite, mas não há esforços para colocar uma equipe para  trabalhar”.

Reuniões estavam previstas entre o município e os moradores para discutirem o andamento das obras e as opções mais viáveis a respeito dos projetos.

Segundo Elisangela, a última ocorreu no dia 30 de janeiro, quando foi assinado pela prefeitura o início das intervenções. Previsto para o dia 28 de março, o segundo encontro foi adiado. 

“Tinha ficado acordado que todos os meses haveria uma reunião entre o governo e a comunidade, mas não estão ocorrendo,” conta a moradora. 

Casas interditadas

Segundo Claudiney de Souza, representante da Associação de Moradores da Rua Nova, na  última terça-feira, houve uma reunião com representantes da Defesa Civil, já que há pessoas querendo retornar para as residências interditadas.

Foto: Elisangela Lopes

“São vários os questionamentos. Mas saímos sem resposta. Outras localidades que estavam interditadas foram liberadas, mas os casos da Rua Nova, o governo segue sem solução”.

Questionada sobre as ações feitas e previstas  para as regiões, a Prefeitura não respondeu até a publicação desta matéria.

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