Protetores de Petrópolis lamentam ‘devolução’ de cachorros após adoção

Entre a falta de estrutura e de verba, os protetores petropolitanos têm mais uma preocupação em mente: o abandono de animais logo após a adoção.

De acordo com a Ampara Animal, que faz o levantamento de dados, a nível nacional, em relação às adoções, animais em situação de rua e qualidade de vida dos bichos, houve aumento do número de devoluções. Segundo a pesquisa do grupo, os casos cresceram em 61%.

Foto: Arquivos Sou Petrópolis

O acolhimento

A artista digital petropolitana, Sabrina Barros, teve uma experiência de lar temporário após acolher uma cadelinha, em janeiro de 2022.  Ela relata que a cachorrinha apareceu pedindo comida em uma clínica veterinária, e acabou ganhando banho, remédio para pulgas e até mesmo castração.

Foto: Reprodução da internet

“Após a cirurgia, ela precisava ficar hospedada com alguém para sua recuperação,  aí eu acolhi”, explica.

Dócil, o animal só não foi adotado por não ter sido aceito pelos animais que Sabrina já tinha em sua residência, mesmo que a adoção não fosse a intenção da protetora. Até se recuperar, a cachorrinha permaneceu recebendo atenções e cuidados da petropolitana.

As tentativas de adoção

Dez dias após a recuperação, uma família acabou levando a cadelinha para casa. Três meses depois a bichinha acabou sendo devolvida, já que a dona descobriu uma gravidez e preferiu abrir mão da cachorrinha.

“Dias depois, ela foi adotada por outra família, que dessa vez ficou só um mês. O motivo da devolução é que ela incomodava os vizinhos com os latidos”, diz a protetora.

Ao levar o animal ao veterinário, foi notada a mudança de comportamento, já que estava com medo e com um comportamento reativo, o que pode ter sido causado pelos seguidos casos de abandono.

“As pessoas têm zero paciência em ambientar um cachorrinho. A gente fica até pensando em maldades que possam ter sido feitas”, finalizou.

Agora, a cachorra foi adotada novamente e a expectativa é que permaneça em lar permanente e de muito amor.

Abandono evidenciado pelos protetores petropolitanos

Petrópolis também vem registrando um aumento no número de abandonos. No início de agosto de 2022, por exemplo, 12 filhotes foram abandonados em uma lixeira no bairro Siméria, conforme divulgado pela protetora Flávia Corrêa.

Em contato com a Sou Petrópolis, Márcia Coelho Neto, protetora da Dog’s Heaven, ONG que cuida de mais de 330 animais, desabafou sobre a situação e pediu ajuda para divulgar o caso na época.

“Os protetores estão todos lotados e estes bebês estão abandonados. Não temos mais espaço”. Ela ainda acrescenta que os pedidos de ajuda não param de chegar dia após dia.

Foto: Arquivo Pessoal

Outras dificuldades

A Dog’s Heaven, instituição que cuida de cerca de 350 cães, em Petrópolis, está passando por dificuldades financeiras após perder parceiros e busca ajuda para manter as despesas do canil. Os principais custos são com ração, vacinas e medicamentos, em falta desde o inicio do ano. Saiba mais.

Foto: divulgação

Pandemia impulsionou as adoções

Com a pandemia da Covid-19, que durou pouco mais de dois anos, muitos animais foram adotados. De acordo com a União Internacional Protetora de Animais (UIPA), houve um aumento de 400% na procura por bichos a serem adotados.

De acordo com a pesquisa, os seres humanos consideram os cães e gatos como companheiros fiéis, e nos dias de Lockdown e Home Office eram uma distração benéfica aos tutores.

As devoluções cresceram após o retorno às atividades presenciais e seguem em números altos até os dias de hoje.

Adoção responsável

Se existe um laço mais forte de fidelidade do que a amizade entre o homem e um animal, desconhecemos. Pensando nisso, reunimos aqui 5 ONGs e entidades filantrópicas para fazer uma adoção responsável em Petrópolis.

Foto Divulgação Dog’s Heaven

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