Histórias na ‘Vinida’: petropolitano relembra como eram os carnavais no Centro Histórico
Na segunda edição da série que resgata histórias de petropolitanos na nossa famosa (a)venida, confira as divertidas memórias de Arnaldo Rippel da década de 80
As festas de carnaval em Petrópolis são responsáveis por memórias inesquecíveis, tanto para os jovens, quanto para os mais velhos. Nas décadas passadas, a Rua do Imperador, a charmosa “vinida” para os mais íntimos, serviu de palco para alguns desfiles de escolas de samba, e é neste cenário que se passa a lembrança que o médico e poeta Arnaldo Rippel contará nesta segunda edição da série “Histórias na Vinida”.
Foto: Reprodução/Flashback Petrópolis Anos 70, 80, 90 e 2000
Por Arnaldo Rippel
Início da década de oitenta, após desfilar na Portela, minha escola de samba no ano anterior, fui convidado por um amigo, carnavalesco de uma tradicional escola de samba de Petrópolis, para desfilar na comissão de frente dessa instituição.
Naquela época, o carnaval de Petrópolis era famosíssimo, ficando apenas atrás do carnaval da capital. Comissão de frente formada, ensaios realizados, fomos para o grande dia do desfile, apesar de nossas cartolas apresentarem alguns problemas. Depois de muita luta, conseguimos entrar na avenida.
A escola fez uma inovação, uma grande homenagem a Clara Nunes, com a comissão de frente postada em frente a grande arquibancada, com seus belos camarotes de autoridades, como governador, prefeito e muita gente importante, e da cabine dos jurados.
Após a homenagem, teve início o desfile e lá ficamos, postados assistindo a tudo e sem esperar o que estava por vir. O primeiro susto foi no carro abre alas, com a palavra Majestade, em letras garrafais, passando por nossa “vinida”, atracando aplausos do público.
Segue o desfile e lá vem o nosso casal de mestre sala e porta bandeira, que para minha grande surpresa carregavam a bandeira de cabeça para baixo. Não tinha mais jeito e lá foi ela tremulando de ponta cabeça na passarela da Rua do Imperador.
Pouco depois deste terceiro susto. Lá veio a Ala das baianas, rodopiando animadamente. As mais empolgadas ficaram em frente ao palanque, quando ouço o comentário de um componente da nossa comissão de frente: “xi!! Degolaram a baiana”.
Levamos um susto, mas, quando vimos, na empolgação, lá havia se ido o chapéu e a peruca de uma baiana pelos ares da “vinida”. Porém, quando notamos, não era uma baiana, mas sim um calvo senhor que, não perdendo sua animação, seguiu até o final do desfile para o delírio da multidão.
E esse é apenas um dos casos de um conjunto inesquecível de lembranças da nossa “vinida”…
Histórias na “Vinida”
O “Histórias na Vinida” tem como foco contar as experiências vividas pelos nossos leitores na clássica Avenida do Centro Histórico para outros leitores.
Por isso, se você tem algum relato curioso vivido na cidade, mande seu texto pra gente através do e-mail: redacao.soupetropolis@gmail.com com o assunto “Histórias na Vinida”. Esperamos suas histórias por lá!
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