Connect with us

[Dia dos Animais] Protetores reclamam da falta de apoio em Petrópolis: ‘Precisamos ser ouvidos’

Cidade

[Dia dos Animais] Protetores reclamam da falta de apoio em Petrópolis: ‘Precisamos ser ouvidos’

Faltas de políticas públicas de castração, conscientização e punição são as principais necessidades apontadas

Neste dia 14 de março é comemorado o Dia Nacional dos Animais, data que visa conscientizar sobre os cuidados que devem ser dados aos bichinhos, sejam eles domésticos ou silvestres. Em Petrópolis, são diversas as instituições que cuidam de cães e gatos e que necessitam de ajuda, tanto de pessoas e empresas mas, especialmente, do poder público.

Foto: Divulgação

Em conversa com três protetores da cidade, um ponto em comum é recorrentemente apontado, a falta de políticas públicas para a causa animal no município. Dentre as principais necessidades citadas estão:

  • Intensificação de uma política regular e frequente de castração continuada;
  • Implementação de atendimentos veterinários gratuitos para a população;
  • Fortalecimento e valorização do Conselho Municipal de Proteção Animal (Comupa);
  • Punições e vigilância mais rígidas em relação aos maus-tratos, em especial, contra cavalos;
  • Mapeamento das colônias felinas da cidade;
  • Dedução de impostos mediante comprovação de doações;
  • Respeito à fauna e preservação das florestas que garantam a segurança dos animais silvestres;
  • Sanções e fiscalizações mais firmes da lei que proíbe a soltura de fogos de artifício com estampido;
  • Projetos educacionais em escolas que abordem a importância da vacinação, castração e bons cuidados.

Foto: Divulgação

Dificuldades

“Petrópolis não é, obviamente, a única cidade que não pensa em políticas públicas para os animais. Para isso, é necessário saber as demandas da comunidade, mas o conselho daqui não funciona, porque não existe uma vontade suficiente do poder público. As leis são frágeis, os animais são vistos como coisas. Políticas públicas, seja para animais domésticos ou silvestres, aqui não existem. Não se interessam nem pelo animal humano, que dirá pelos outros”, comenta Virgínia Pereira, da ONG Somos Todos Protetores, que cuida de mais de 300 cães e gatos.

A cuidadora conta que a única ação oferecida pela Prefeitura é uma feira, onde os protetores vendem roupas e objetos que conseguem através de doações. Já do Governo do Estado, há o RJ PET, que voltou a oferecer castrações em Petrópolis. Porém, Virgínia relata que as ONGs mal têm acesso ao serviço, visto que eles abrem vagas majoritariamente para castrações de machos e o maior problema são as fêmeas.

Foto: Google Maps

Para Carlos Eduardo Pereira, representante do Grupo de Assistência e Proteção aos Animais (Gapa Itaipava) e membro do Comupa, é difícil entrar em diálogo com o poder legislativo e reverberar as propostas junto ao poder executivo.

“Precisamos ser ouvidos. Além de ensinarmos as pessoas como cuidar, que não devem deixar os animais presos, que devemos castrá-los, etc… precisamos que o governo também dê o exemplo de que os animais importam”, diz.

Foto: Divulgação

Amor

Márcia Coelho Netto, da Dog’s Heaven, resume bem a questão na palavra amor. “Esperamos que o respeito, amor e a proteção aos animais seja estimulados desde cedo, através da inserção do tema nas escolas, assim como os incentivos fiscais aos protetores e quem doa para as instituições, que fazem o trabalho que deveria ser do poder público como, por exemplo, cuidar de animais atropelados”.

Fotos: @estudio.viralata

Tragédia

Os impactos das tragédias de 15 de fevereiro e 20 de março de 2022 continuam sendo sentidos pelos petropolitanos, mas também pelos animais, até hoje. Márcia conta que frequentemente recebe pedidos de ajuda para cães que continuam em casas condenadas pela Defesa Civil porque os tutores que sobreviveram não conseguem levá-los para o imóvel alugado através do aluguel social.

Este é o caso de duas cadelas que estão vivendo em uma casa abandonada no Quitandinha e esperam por adoção. Para saber como ajudá-las, clique aqui.

Foto: Divulgação

O que diz a Prefeitura?

Em resposta, a Prefeitura informou que desenvolve trabalho em prol da construção de políticas públicas permanentes para a causa animal e que o município abriu chamamento público para preenchimento de vagas em aberto no Conselho Municipal de Proteção Animal (Comupa).

A Prefeitura afirma ter ampliado de 1,2 mil para 4,8 mil as castrações neste ano, com quatro grandes mutirões contratados pela Secretaria de Saúde. A Coordenadoria de Bem-Estar Animal (Cobea) está, ainda, desenvolvendo projetos para levar a sensibilização sobre a proteção animal para as escolas.

Com relação à punição para maus-tratos, em especial para cavalos, a equipe da Cobea está atuando nos limites estabelecidos na lei municipal nº 7410 e federal n 9605.

Apesar destas ações, por tudo o que é dito pelos protetores que vivem o dia a dia do cuidado com os animais, ainda há muito a ser feito e trabalhado na cidade para que estes bichinhos tenham uma vida mais digna.

Veja também:

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir