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Em média 7 mulheres são vítimas de violência por dia em Petrópolis; saiba como ser ajudada

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Em média 7 mulheres são vítimas de violência por dia em Petrópolis; saiba como ser ajudada

Psicóloga alerta sobre os tipos de agressões e como reconhecer os sinais

O Dia Internacional da Mulher, comemorado neste 8 de março, se faz importante por muitos motivos, principalmente o preconceito e as formas de violência sofridas pela população feminina, em especial, dentro de relacionamentos afetivos. Em Petrópolis, de acordo com o Dossiê da Mulher, realizado pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), em média sete mulheres são violentadas por dia.

Ainda segundo os dados da entidade, somente em 2021, 2.286 mulheres foram agredidas na cidade. Dentre as principais representações estão a violência psicológica (34%), física (28,3%), moral (25,3%), sexual (5,8%) e patrimonial (4,5%).

Foto Ilustrativa

Identificação dos sinais

Vale ressaltar que estes números são subnotificados, visto que muitas vítimas sequer conseguem registrar a ocorrência. Suelen Ribeiro, psicóloga no Espaço Ewas – Psicologia para Mulheres, conselheira municipal de direitos da mulher e co-coordenadora da Rede Iruah, alerta que é difícil identificar certas ameaças, visto que muitas vezes são naturalizadas pela sociedade.

“O ciúme, por exemplo, é visto como um sinal de que alguém ama e se preocupa com o outro, mas na verdade pode ganhar um nível de intensidade possessivo onde um pega o celular do outro, excluem pessoas e vigiam. Aí, quando as mulheres tentam sair desses relacionamentos, as redes afetivas delas já estão muito comprometidas, porque ela passou a maior parte do tempo sem poder falar com os amigos ou frequentar encontros de família”, comenta.

A profissional acrescenta que, seja com parceiros românticos, familiares, amigos ou colegas de trabalho, é importante refletir sobre o quanto a pessoa tem que explicar suas ações ou é colocada sempre como culpada. “Ver se minha forma de lidar com o mundo e com as pessoas está sendo cerceada e se preciso sempre me justificar sobre o que quero para mim. Esses são alguns sinais de alerta para olharmos as relações de forma diferente”.

Tipos de violência

Além da violência mais explícita, que é a física, há diversas outras manifestações de agressividade que estão, inclusive, previstas na Lei Maria da Penha. Suelen elenca:

  • Violência Patrimonial: quando o parceiro quebra objetos de trabalho, bens, roupas, documentos ou o celular, que é, além de um bem, a possibilidade de pedir ajuda para a família, amigos ou polícia;
  • Violência Moral: está no âmbito dos xingamentos, da calúnia, da difamação, da injúria e da exposição;
  • Violência Psicológica: intimidar, constranger, manipular, perseguir, explorar, inferiorizar e fazer a outra pessoa se sentir louca;
  • Violência Sexual: para além da visão do estupro, que no imaginário acontece em uma rua escura com um desconhecido, a opressão sexual se manifesta em obrigar a mulher a fazer qualquer ato que ela não queira, tirar a camisinha no meio da relação sem o consentimento, obrigá-la a modalidades de sexo que ela não queira, obrigá-la a ter relações usando a desculpa de que é o dever dela como esposa, impedir que ela tome contraceptivo, dentre outras atitudes.

“A violência física é muito fácil de identificar, mas as outras, muitas mulheres não conseguem reconhecer”, ressalta.

Foto: Divulgação

Onde pedir ajuda?

A psicológa afirma que, geralmente, é difícil as mulheres buscarem por ajuda em um primeiro momento. Isto porque, por vezes, se sentem culpadas ou se questionam se realmente estão em uma relação abusiva. “Uma das primeiras coisas que ela deve fazer é conversar com outras mulheres e, se já tiver identificado que foi uma violência grave, procurar a rede de proteção à mulheres em situação de violência”.

Em Petrópolis, o Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CRAM), funciona na Rua Santos Dumont, n° 100, em anexo ao Centro de Saúde Coletiva. “Lá ela vai ser acolhida e receber atendimento psicológico, assistencial e jurídico. É importante reforçar que não é uma delegacia, mas sim um espaço de proteção e cuidado, ou seja, eles não fazem o registro de ocorrência no local”, esclarece.

Outro espaço que cuida de mulheres em situação de violência é a Sala Lilás, do Hospital Alcides Carneiro (HAC). “Porém, enquanto a Sala Lilás atende as mulheres que sofreram agressões com o registro de ocorrência para o exame de corpo de delito, o CRAM atende todas as mulheres que buscarem ajuda. Então não é necessário ter ido à uma delegacia, apenas ter percebido a situação violenta e estar disposta a construir, junto com a equipe, um caminho para que ela saia dessa situação”, aponta Suelen.

Foto Divulgação

Rede de apoio

Além dos espaços físicos de acolhimento, todas as pessoas que estão minimamente informadas sobre quais caminhos uma mulher deve seguir para se libertar dessa situação pode integrar a rede de apoio dela. “Ela vai precisar da rede de saúde, segurança pública, assistência social e judicial, mas também da afetiva, ou seja, os amigos e familiares”.

A psicológa finaliza ressaltando que “as mulheres também podem falar com os profissionais do posto de saúde onde são atendidas ou das escolas. É importante falar isso porque muitas delas não irão até o centro da cidade para serem atendidas e outras sequer sabem que o CRAM existe. Então se todos soubermos dessas informações, podemos nos ajudar”.

Pra anotar aí:

Polícia Militar – (24) 2291-4020

WhatsApp do CRAM – (24) 98839-7387

Centro de Referência em Atendimento à Mulher – (24) 2243-6152

Patrulha Maria da Penha – (24) 99229-2439

Sala Lilás – (24) 2246-8452

105ª DP – (24) 2291-0816/(24) 2291-0877

106ª DP – (24) 2222-7094/ (24) 2232-0135

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