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Meio ano depois da tragédia, pai da vítima Gabriel cobra protocolos de segurança nos ônibus de Petrópolis

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Meio ano depois da tragédia, pai da vítima Gabriel cobra protocolos de segurança nos ônibus de Petrópolis

“Já se passaram seis meses e ainda não temos respostas. Sem protocolo, sem cuidado com a vida humana”, afirma

O dia 15 de fevereiro de 2022 deixou cicatrizes nos petropolitanos que serão sentidas durante muitos anos. Dentre os momentos mais marcantes daquele dia, a imagem dos ônibus dentro do rio na Washington Luiz foi, com toda certeza, uma das mais marcantes.

Agora, há exatos seis meses da tragédia que deixou mais de 200 mortos, a população de Petrópolis e os parentes das vítimas questionam se as mudanças prometidas em relação à segurança no transporte público estão sendo aplicadas.

Foto: Mácia Foletto / Agência O Globo

Situação demonstra a necessidade de protocolos

Leandro Rocha, pai de Gabriel Vila Real, uma das vítimas da tragédia, falou sobre a necessidade de mudanças para evitar futuras tragédias. Leandro acredita que se a empresa de ônibus tivesse um protocolo de segurança para situações de enchentes muitas vidas poderiam ser poupadas, inclusive a do filho dele.

principalmente pela falta de preparo dos motoristas, que não souberam como agir e não perceberam que haviam descido para uma área onde há alagamentos.

“Eles estacionaram os ônibus na margem do rio e desceram para amarrar os ônibus, mas não deram orientações, tanto que não voltaram. Foi muito rápido, mas não deveriam ter descido. Já era nítido que o rio iria alagar. Eles deveriam ter ficado parados onde estavam, mas a falta de protocolo, preparo e cuidado com a vida humana resultaram na tragédia”, desabafa.

Foto: Reprodução Redes Sociais

Em relação ao atendimento psicológico pós-tragédia, Leandro conta que os familiares das vítimas estão pagando os tratamentos do próprio bolso, sem nenhum apoio da empresa ou do poder público.

“Já se passaram seis meses e ainda não temos respostas. Sem protocolo, sem cuidado. Foi uma sucessão de erros. Minha luta é para que a justiça seja feita. Vou lutar até o fim para que uma lei obrigue as empresas a capacitarem seus funcionários para esse tipo de situação”, finaliza.

O tenente Da Silva, do Corpo de Bombeiros, comenta que o uso de jet-skys poderia ter sido um diferencial, mas alerta que o treinamento dos motoristas para esse tipo de emergência poderia ter sido ainda mais importante.

“Em cidades que alagam, como Petrópolis, temos que usar vários protocolos diferenciados. Pelo lado do Corpo de Bombeiros, em situações como essas, deveriam ter guarda-vidas de plantão, o uso de botes e o de jet-skis. Para as empresas, os motoristas deveriam ter sido treinados para buscar lugares altos no momento, mas os coletes nos ônibus, parecidos com os que temos nos de viagem, teriam salvo vidas, sem dúvida alguma”, explica.

O que dizem as empresas de ônibus

Em nota à Sou Petrópolis, o Setranspetro disse que “o caso envolvendo os dois ônibus foi incalculável e nunca antes visto. Desde então, as empresas de ônibus compõem um grupo que conta com a participação do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, CPTrans e Ministério Público, para definir os protocolos de emergência em casos de alagamentos”. Até o momento, nenhum plano oficial ou protocolo de segurança foi anunciado pela empresa de ônibus.

Lei Gabriel Vila Real

O ex-ator e agora deputado federal Alexandre Frota sugeriu a criação da Lei Gabriel Vila Real, que prevê a utilização de equipamentos de segurança no transporte público contra enchentes e desastres.

Foto: Arquivo pessoal

“A proposta visa evitar que mortes sejam causadas por desastres naturais, com a introdução de equipamentos de segurança no transporte público”, explica o deputado.

O projeto, que já está em fase final de aprovação, também determina que as empresas capacitem os funcionários para o atendimento em casos de emergência.

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