Casa de Petrópolis recebe refugiado do Marrocos em evento gratuito neste sábado
Mohamed Amine vai contar sua história durante bate-papo com Rachel Wider, historiadora e diretora da casa, e Melissa Rossi, pesquisadora de Oriente Médio no Núcleo de Avaliação da Conjuntura
A Casa de Petrópolis receberá o marroquino Mohamed Amine, que deixou seu país e se refugiou no Brasil, para um debate neste sábado (2), às 18h. A entrada é gratuita.
‘Diálogos sobre migração – uma perspectiva histórica e contemporânea’ é o tema do bate-papo entre a historiadora e diretora da Casa, Rachel Wider e Melissa Rossi, pesquisadora de Oriente Médio no Núcleo de Avaliação da Conjuntura.
Fotos: Divulgação
“O outro humanitarismo”
Durante o encontro, Mohamed falará sobre “o outro humanitarismo”, pesquisa que realiza como mestrando do curso de ciências humanas da UFF.
“Esse bate-papo é muito relevante principalmente neste momento em que Petrópolis comemora a migração dos colonos alemães e o Ministério da Justiça acaba de lançar a sétima edição do relatório “Refúgio em Números” em ocasião do Dia Mundial do Refugiado, lembrado no último dia 20. E falar sobre migração e refúgio são temas estritamente relacionados e que devem ser debatidos sob diversas perspectivas”, explica Rachel.
O que caracteriza um refugiado
Refugiados são pessoas que se encontram fora de seus países de origem por causa de temores fundados de perseguição, baseada em motivos políticos, religiosos, raciais, devido à sua nacionalidade ou ao seu grupo social e que não podem se valer da proteção do país de origem. Pode ser aplicado também a pessoas que fogem de seus países onde há conflitos e violações generalizadas de direitos humanos.
Desde 1985, o Brasil reconheceu cerca de 60 mil pessoas como refugiadas, a maioria delas (48.789) proveniente da Venezuela – seguido por pessoas da Síria (3.667), República Democrática do Congo (1.448) e Angola (1.363).
Nesta população, cerca de 90% são pessoas entre 18 e 45 anos de idade. E, apenas em 2021, foram confirmados 3.086 pedidos de reconhecimento da condição de refugiados, sendo que pessoas da Venezuela e de Cuba foram as que mais obtiveram esta confirmação.
Do total de casos confirmados em 2021, 50,4% deles foram feitos por crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 14 anos.
Cresce o número de refugiados no Brasil
Somente no ano passado, 29.107 pessoas solicitaram o reconhecimento da condição de refugiado no Brasil, provenientes de 117 países, sendo a maior parte venezuelanos (78,5%), angolanos (6,7%) e haitianos (2,7%).
Além disso, o Comitê Nacional para Refugiados) proferiu 70.933 decisões em 2021, número considerado como o maior volume da década.
O relatório “Tendências Globais”, publicação estatística anual do ACNUR, traz, ainda, outro dado que chama atenção: em 2021, o número de pessoas deslocadas por guerras, violência, perseguições e abusos de direitos humanos chegou a 89,3 milhões – um crescimento de 8% em relação ao ano anterior e bem mais que o dobro verificado há 10 anos.
A Casa de Petrópolis fica na Avenida Ipiranga, 716 – Centro Histórico. O local conta com estacionamento rotativo.
Pra anotar aí:
Local: Casa de Petrópolis Instituto de Cultura;
Endereço: Avenida Ipiranga, número 716, Centro;
Data: 02/07/2022.