Petrópolis terá em setembro semana contra o capacitismo; entenda
Projeto foi aprovado pela Câmara Municipal e visa a realização de palestras e fóruns no dia 21 de setembro, quando é comemorado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência
Petrópolis terá em setembro pela primeira vez a semana contra o capacitismo. Dois projetos de lei com propostas sobre o tema foram aprovados pela Câmara Municipal neste mês de abril. A ideia é promover palestras e fóruns no dia 21 de setembro, quando é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
O primeiro projeto, de autoria do vereador Mauro Peralta, foi aprovado no último dia 15 deste mês e visa o combate ao capacitismo. Já o segundo, proposta feita pela vereadora Gilda Beatriz, estimula a conscientização e o estímulo à inclusão social de pessoas com deficiência em Petrópolis.
Divulgação/CMP
Além disso, a vereadora também propôs que a Coordenadoria Municipal da Pessoa com Deficiência fosse criada, para fiscalizar as políticas públicas de inclusão.
Petropolitano, o ator Pedro Fernandes, usuário de cadeira de rodas, fala sobre a luta contra o capacitismo e os motivos pelos quais os projetos aprovados pela Câmara são importantes.
“Precisamos de inclusão e campanhas de conscientização. O governo precisa abraçar a nossa luta anti-capacitista, que é um preconceito que cresce cada vez mais”, afirma Pedro.
Arquivo pessoal/Pedro Fernandes
Acessibilidade
Pedro também comentou sobre as barreiras impostas no dia a dia para quem mora na cidade.
“São muitas dificuldades em transitar pela cidade. O transporte e o serviço público também não são fáceis, muito pelo planejamento que não foi feito pensando na acessibilidade, algo que Petrópolis peca muito. No mercado de trabalho, muitas empresas contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir cota, não participando do dia a dia da empresa. Isso configura o capacitismo”, disse o ator.
Arquivo pessoal/Pedro Fernandes
Entenda o que é capacitismo
Capacitismo consiste em discriminar qualquer pessoa que tenha alguma deficiência, seja ela de qualquer natureza, ou até mesmo usando-as como “exemplos de superação” diante da sociedade.
Uma prática capacitista é expor a ideia de que quem não tem alguma limitação é “normal”, considerando os que possuem deficiências como anormais. Esse tipo de discriminação pode ser visto em falas indiretas, como deduzir que alguém não é capaz de responder por si, por conta da deficiência.
“O termo correto, por exemplo, é pessoa com deficiência, não se usa mais deficiente. Em primeiro lugar vem a pessoa, depois a deficiência”, conclui Pedro.
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