Petropolitano com síndrome rara abre confeitaria e sonha em contratar pessoas com necessidades especiais
Nesta Páscoa, uma história de superação: Gustavo Moreira tem 20 anos e, para ele, a síndrome Perisylviana é um desafio, mas está longe de ser um obstáculo na busca por seu sonho de abrir um restaurante formado por pessoas especiais
Petropolitano com síndrome rara, Gustavo Moreira tem 20 anos e desde o ano passado encontrou um novo caminho profissional depois de fazer um curso de panificação: a confeitaria Olho Gordo Doces, que oferece menus especiais para datas comemorativas, como o Natal e a Páscoa.
Foto: Arquivo Pessoal Gustavo Moreira
A síndrome Perisylviana está ligada a alterações que afetam a fala. Nos últimos anos, devido a diversos acontecimentos que enfrentou, inclusive bullying, Gustavo também desenvolveu um quadro grave de ansiedade. Mas, para ele tudo isso são desafios que estão longe de se tornarem obstáculos na busca por seus sonhos.
“Infelizmente tiveram momentos muito difíceis na minha vida. Mas sigo com meu grande sonho que é conseguir abrir meu restaurante focado em empregar pessoas com necessidades especiais”, conta o jovem.
O primeiro contato entre Gustavo e a gastronomia foi quando o pai abriu uma hamburgueria, em uma busca de inseri-lo no mercado de trabalho. E o fato de o jovem estar em contato direto com a cozinha tem gerado uma série de benefícios.
“O principal é ele ter um objetivo e visualizar um caminho profissional. Para além de qualquer diferença, ele está correndo atrás dos sonhos dele. E a gente está aqui para apoiar no que for possível”, diz a mãe, Claudia Monteiro.
Para Gustavo, estar na cozinha é como se fosse um processo de terapia. Com a confeitaria, ele lançou no ano passado, um cardápio especial para o Natal. E neste ano começou com a venda de brownies que já conta com pontos físicos na Cervejaria Odin e no restaurante Família Scharder, ambos no Centro. A ideia, segundo Claudia, é expandir os pontos físicos.
Foto: @olhogordodoces
Nesta Páscoa, a Olho Gordo Doces também teve um menu especial. E as vendas feitas por encomendas foram acima do esperado. “O que mais vendeu foi o ovo de colher de ninho e nutela e o de casca de brownie com brigadeiro e ganache de chocolate meio amargo”, comenta Claudia.
A fabricação foi até o dia 10 de abril e deixou o Gustavo para lá de radiante. “Ele ficou cansado, mas feliz”, diz Claudia, acrescentando que o trabalho da confeitaria é basicamente todo feito pelo jovem, que conta com ajuda de um freelancer apenas em momentos de grande movimento como foi com os ovos de Páscoa.
Já os brownies são totalmente feitos pelo jovem. “A família tenta ajudar no que dá, mas todos têm seu trabalho então a responsabilidade é essencialmente dele”, revela a mãe, que vê o filho como o maior símbolo de resiliência e inspiração.
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