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Traumas causados pela catástrofe só serão diagnosticados 3 meses após a tragédia, aponta psicóloga

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Traumas causados pela catástrofe só serão diagnosticados 3 meses após a tragédia, aponta psicóloga

Diversos projetos e profissionais da cidade têm oferecido atendimento psicológico gratuito às vítimas das chuvas

Quem esteve em Petrópolis desde a última terça-feira (15) tem tido dificuldade em descrever tudo aquilo que tem sido visto, vivido e ouvido na cidade. Segundo dados da organização de ajuda humanitária Médico Sem Fronteiras informados à Sou Petrópolis pela psicóloga Flávia Gonzalez Ferreira, somente é possível diagnosticar os traumas causados por uma catástrofe nos três meses seguintes ao ocorrido. No município, inúmeras instituições e profissionais já têm disponibilizado o atendimento psicológico gratuito às vítimas das chuvas.

Foto: Gladstone Lucas

A atmosfera geral em Petrópolis é a de preocupação e insegurança. Frente aos relatos de sobreviventes e aos vídeos e imagens registrados nos últimos dias, mesmo aqueles que não estavam presentes nas regiões afetadas pelo temporal relatam ter receio de sair de casa. Afinal, além das perdas materiais, pessoais, ambientais e humanas, os eventos ocorridos na cidade desencadeiam um enorme potencial traumático. De acordo com a psicóloga Flávia Gonzalez Ferreira, um olhar especial para a saúde mental neste momento é fundamental para auxiliar na descarga emocional.

“Temos ouvido relatos de medo de chuvas, água, crises de choro, sentimento de insegurança e não pertencimento com a cidade, além de outros sintomas. Isso faz parte da elaboração do processo de luto e da grande sensação de impotência que esses eventos acarretam. É um processo normal, mas doloroso e que pode se tornar menos sofrido se as pessoas procurarem por auxílio psicológico”. Na chamada Psicologia das Emergências e Desastres, a ansiedade é controlada e a solidariedade promovida entre as pessoas que sofreram com os acontecimentos recentes.

Assim como os moradores sentem as dores daqueles mais afetados, o coletivo também é contagiado por boas ações e atos esperançosos. Dessa forma, como aponta Flávia, a ação – como tem sido aplicada por profissionais da linha de frente e voluntários – se revela uma forma de lidar com o sentimento de impotência e do doloroso processo de enfrentamento à tragédia. “Na ação, na troca com o outro, na reflexão, vamos reconstruindo o nosso entorno e ressignificando o evento traumático”, descreve.

Com sintomas que variam da paralisia à crise de choro e confusão mental, Flávia indica algumas maneiras e medidas que podem ser gradualmente adotadas para se trabalhar os efeitos da tragédia. São elas:

1- Limite à exposição: informação é essencial, mas controle o número de acessos e evite informações não oficiais;

2- Entenda o que sente: tente entender e nomear os seus sentimentos, mesmo que eles oscilem com frequência;

3- Compartilhe: converse e troque com outras pessoas, inclusive pessoas que não são de Petrópolis, não se isole emocionalmente;

4- Busque atendimento psicológico: diversos grupos e profissionais da área estão oferecendo atendimento psicológico especializado em casos de desastre de maneira gratuita.

Projetos de atendimento psicológico gratuito aos afetados pela tragédia

– Time Humanidades: apoio psicológico emergencial – (21) 99609-9346

– Recriar: apoio emocional individual ou em grupo para enlutados, desabrigados e desalojados – (24) 2017-2450

– Projeto PSI Petrópolis: sob a coordenação da psicóloga Flávia Gonzalez Ferreira, o grupo conta com cerca de 200 psicólogos de todo o Brasil que estão abrindo vagas em suas agendas para atender online vítimas das chuvas de Petrópolis que não possam pagar pelo atendimento. Para saber mais sobre o projeto entre no grupo de atendimento
https://chat.whatsapp.com/H6yIteCvdPtAVwQiZeJdwp

Mais informações: @listapsibrasil

– Sesc RJ: O Sesc RJ está oferecendo atendimento psicológico gratuito para a comunidade petropolitana, em especial familiares e amigos das vítimas fatais, pessoas feridas e cidadãos que sofreram prejuízos com o temporal que atingiu a cidade nesta terça-feira (15/2). Para acessar o serviço, é preciso ligar para o número (21) 3138-1189, passar por uma triagem e, em seguida, agendar o atendimento.

– Clínica Psico Logando: atendimento psicológico para as vítimas das chuvas online e gratuito – (21) 97481-1483

Mais informações: @psicologandorj

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