Petrópolis tem mais de 2 mil famílias em extrema pobreza em situação de insegurança alimentar
Dados são da Secretaria de Assistência Social. Destas, 535 famílias não possuem nenhum tipo de benefício. Prefeitura faz busca ativa para identificar essas pessoas
Dados da Secretaria de Assistência Social revelam que Petrópolis tem, atualmente, 2.410 famílias em extrema pobreza com situação de insegurança alimentar.
Foto: Divulgação CDDH
De acordo com o órgão, destas, 535 não recebem nenhum tipo de benefício – seja federal, estadual ou municipal.
O que é insegurança alimentar?
Nutricionista e professora da Unifase, Talita Berti, diz que uma pesquisa feita no país em 2020 identificou que 19 milhões de brasileiros passavam fome, o que é equivalente a situação de insegurança alimentar grave. Revelou ainda que metade dos domicílios brasileiros passavam por alguma situação de insegurança alimentar.
Segundo Talita, insegurança alimentar vai desde a preocupação com a falta de alimentação até uma redução da qualidade de alimentação e a falta de alimentos em si.
“Uma das características da vulnerabilidade social é a situação de pobreza. O aumento da pobreza impacta diretamente na insegurança alimentar e de forma desigual, impactando principalmente domicílios chefiados por mulheres e pessoas de cor preta ou parda”, afirma.
Talita, explica ainda que a fome vem de uma série de fatores, como falta de emprego, moradia adequada, dificuldade de acesso a alimentos saudáveis, água e gás de cozinha. Ela reforça que é dever do governo garantir a renda mínima necessária para suprir as necessidades da população.
Para resolver o problema da fome, a especialista diz que é preciso investir em curto e médio prazo em direitos básicos, como saúde, educação e moradia.
Busca ativa
Em resposta à Sou Petrópolis sobre a questão da extrema pobreza na cidade, a Prefeitura informou que está trabalhando para localizar e atender estas famílias.
Para isso, o município disse que faz a busca ativa por meio dos Centros de Referência em Assistência Social e também por meio da base de dados das secretarias Municipal de Saúde e Educação.
Além disso, a Prefeitura afirmou que durante a pandemia trabalhou para inclusão de mais de 2 mil pessoas no programa federal Bolsa Família e também está buscando identificar, dentro da população em situação de vulnerabilidade, o perfil de cada família, fazendo os encaminhamentos necessários para a obtenção de benefícios – federais, estaduais e municipais. Até a inclusão, o município diz que garante o apoio com cestas básicas e atendimentos específicos, de acordo com cada caso.
De acordo com o município, famílias em situação de insegurança alimentar ainda não incluídas em benefícios assistenciais podem procurar o CRAS mais próximo de sua residência.
Com o cadastramento, o município vai identificar e atender as demandas mais urgentes e fazer o encaminhamento para inclusão em benefícios aos quais a família tenha direito.
Para garantir o atendimento mais rapidamente nos CRAS, a Secretaria de Assistência Social iniciou mutirões.
Campanhas e benefícios
Segundo a Prefeitura, as secretarias de Assistência Social e Defesa Civil têm realizado campanhas para atendimento deste público em vulnerabilidade, especialmente com alimentos.
O município informou também que mantém o Cartão Imperial, que beneficia quase 4 mil famílias em situação de vulnerabilidade.
Em função da pandemia, o município diz que criou ainda, o Merenda Certa para garantir que estudantes da rede municipal tivessem reforço na alimentação.
Segundo a Prefeitura, o benefício é garantido a todas as famílias dos mais de 40 mil alunos da rede.
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