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Enfermeiros relatam cansaço físico e mental e lamentam cenário crítico da Covid-19 em Petrópolis

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Enfermeiros relatam cansaço físico e mental e lamentam cenário crítico da Covid-19 em Petrópolis

Profissionais pedem para que a população seja consciente e apostam na vacinação de toda a sociedade como alternativa para dias melhores

Enfermeiros da linha de frente no combate à Covid-19 relatam cansaço físico e mental e lamentam o cenário crítico da doença em Petrópolis, onde 713 pessoas já morreram desde o início da pandemia.

Os profissionais que há um ano lidam de perto com a tragédia imposta pelo vírus pedem para que a população seja consciente e siga as recomendações dos órgãos de saúde, como o isolamento social, quando possível; e distanciamento social, quando necessário; além do uso de máscaras e higienização frequente das mãos.

André Henrique Marques de Souza, coordenador de enfermagem dos CTIs (Covid e não-Covid) do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis, faz um relato triste de como tem sido o dia a dia na unidade já que a rotina, que já era pesada dentro do CTI, passou a ser ainda pior com a pandemia do novo coronavírus.

“E conseguiu ficar pior com a nova cepa [variante da covid-19], que é ainda mais agressiva. Agora a nossa rotina inclui ver pessoas jovens passando por grande sofrimento e até perdendo a vida. Inclui ver pessoas da mesma família entubadas, em leitos próximos, e nos faz pensar como o parente vai ficar caso tenha que se despedir de duas ou três pessoas queridas de uma só vez. Porque é isso que está acontecendo”, diz.

Foto Arquivo Pessoal

Segundo André, o trabalho tem sido intenso e está consumindo uma carga física e emocional muito grande dos profissionais – todos – que estão na linha de frente.

Ele alerta ainda que o problema da contaminação do novo coronavírus não é individual, mas sim um problema coletivo. “Se você não se importa com a própria vida, precisa ao menos se importar com a do outro. Então, por favor, siga as recomendações dos órgãos de saúde”, orienta.

O medo

No Hospital Unimed, a rotina não é diferente. Gerente de enfermagem da unidade, Andrea Rittmeyer Ferreira, tem 49 anos e atua há 32 como enfermeira. Ela diz que o medo tem sido a principal companhia desde que a pandemia começou: “Temos medo de não conseguirmos salvar todos os pacientes e não darmos conta de atender a todos, medo de leitos insuficientes”, conta.

Foto Arquivo Pessoal

Para Andrea, a rotina também tem sido estressante e desafiadora. “É um cansaço diário e uma sobrecarga frente a uma doença tão difícil de se controlar e tratar. No momento da perda, soma-se um sentimento de culpa, um pensamento que podíamos ter feito mais”.

Segundo a enfermeira, todos esses pensamentos não ficam para trás quando o plantão acaba, pelo contrário. Ela diz que chega em casa, se depara com os filhos, maridos e pais e começa a pensar na angústia de ter deixado no hospital alguém que está lutando pela vida, em um respirador, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Temos a esperança diária de que no próximo plantão aquele paciente estará melhor e com expectativa de vida, de poder voltar para casa e abraçar familiares”.

Esperança

Andrea acredita que a situação só vai melhorar com a vacinação de toda a sociedade e ela diz ter expectativa de que isso ocorra ainda neste ano. “Com todos vacinados, eu acredito que viveremos um cenário bem melhor. Estou otimista e tenho muita esperança de que o ano de 2022 será melhor do que este que estamos vivendo”, destaca.

Dados

Segundo o boletim epidemiológico desta segunda-feira (05), a taxa de ocupação em leitos clínicos do SUS por Covid-19 é de 88,43% e em leitos de UTI, 96,69%.

Este mês de março de 2021 foi o que mais registrou mortes pela doença: 138, seguido do mês de janeiro: 110.

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