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Educadores fazem protesto contra a volta às aulas presenciais em Petrópolis

Cidade

Educadores fazem protesto contra a volta às aulas presenciais em Petrópolis

Em uma ação que aconteceu ontem à noite (17/03) no Obelisco, educadores fizeram um protesto contra a volta às aulas presenciais em Petrópolis, prevista para o dia 5 de abril. Por meio de projeção, a Liga dos Educadores, coletivo de docentes com representantes de todas as redes de ensino da cidade, pedia o adiamento da volta às aulas presenciais, vacina para todos e acesso ao ensino remoto para professores e alunos.

Foto Divulgação Liga dos Educadores

De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, o decreto que prevê a volta às aulas presenciais será revisto com base no cenário epidemiológico da Covid-19. Mas se a situação permanecer como está hoje ou piorar nos próximos dias, fica inviável manter a decisão e o retorno às aulas presenciais deve ser adiado.

“A Prefeitura informa que segue monitorando os dados da covid-19 na cidade e esclarece que todas as decisões estão sendo tomadas com base no cenário epidemiológico. Se o quadro se mantiver, o decreto municipal será, sim, revisto. O planejamento para o retorno das aulas, independente da data em que isso acontecer, prevê compromisso das escolas no cumprimento das orientações e retorno gradual no sistema híbrido. Lembrando que a aula presencial será opcional, e não obrigatória”, disse a assessoria da prefeitura, em nota.

Foto Divulgação Liga dos Educadores

Confira, na íntegra, a carta aberta da Liga dos Educadores:

Se educação é urgente, a vacinação deve ser presente!

A Liga dos Educadores expressa a indignação dos seus membros pela aproximação da data de retorno estabelecida no decreto do prefeito interino, sem que haja transparência de critérios, de protocolos e de bases para fixar no calendário uma data para a volta das aulas presenciais.

O plano de retorno não teve a publicidade necessária, e a categoria está em risco, uma vez que não vislumbram-se medidas eficazes, que garantam um retorno seguro para os alunos e profissionais da educação.

Na avaliação de nosso coletivo, só a vacinação em massa possibilitará a segurança para a volta presencial das aulas.

Defendemos inegociavelmente a vida e a saúde, e boa parte das unidades escolares do município não oferece condições para que a comunidade escolar tenha estes direitos primordiais preservados.

A favor da ciência, indicamos que o momento ainda exige medidas mais restritivas e que somente o isolamento social será capaz de frear a ascensão das taxas de contágio e o crescente número de vítimas fatais, tendo em vista que a Saúde já está próxima da sua capacidade máxima de atendimento, apresentando mais de 80% dos leitos de UTI ocupados e 600 vidas perdidas.

Vem sendo noticiado que a cepa recente do vírus atinge mais as crianças e os adolescentes, o que reafirma a necessidade do ensino remoto e a devida atenção do poder público para prover as condições e ferramentas tecnológicas necessárias para efetivar o bom funcionamento do ensino remoto.

Não menos importante é ressaltar que professores realizam as atividades desde 2020 a distância, lançando mão de recursos próprios. A educação não parou durante a pandemia.

Somos solidários a todos que sofreram perdas e passaram pela temerosa experiência da contaminação e somos sensíveis aos impactos sociais impostos neste período, entretanto vida e economia não podem ser considerados em oposição. Precisamos estar vivos para continuar contribuindo com o aprendizado e o desenvolvimento emocional dos estudantes.

De acordo com o exposto consideramos que é preciso adiar a data de retorno, que somente será possível quando os indicadores epidemiológicos forem mais favoráveis e quando os protocolos do plano de retorno já forem do conhecimento de alunos e profissionais, com a certeza da segurança ao exercício pleno de nossas funções.

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